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Na porta do empreendedor

Artigo do diretor técnico no jornal O Popular
Por Marcelo Lessa Medeiros Bezerra
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Nem sempre o centro está no lugar onde se decide. Muitas vezes, ele está onde se vive. Onde se empreende. Onde se resiste. Onde o Brasil insiste em acontecer — mesmo sem manchete, sem visibilidade, sem acesso. É nesse deslocamento de sentido — do centro político ao centro da vida real — que o Sebrae se posiciona. E poucas ações demonstram isso com tanta clareza quanto a Caravana Empreender com Você, que em 2025 chega à sua terceira edição com presença confirmada em 25 cidades goianas.

Mais do que uma agenda de atendimentos, a Caravana é um movimento estratégico que leva o Sebrae aos territórios da escuta e da prática. Mais do que aguardar o empreendedor bater à porta da instituição, o Sebrae é que bate à porta dele. E isso muda tudo porque o centro não é estático. Ele se move com a realidade. O centro do problema — a ausência de informação, o acesso restrito, a solidão empreendedora — está muitas vezes em pequenas cidades e em vilas, povoados e distritos. E é exatamente aí que o Sebrae precisa estar: no centro das dificuldades para gerar soluções de impacto.

Interiorizar, nesse contexto, não é apenas geografia. É uma escolha de gestão de compreender que não há política de desenvolvimento que funcione sem proximidade. É reconhecer que o pequeno negócio é, muitas vezes, o grande motor econômico das cidades do interior. E que investir em quem empreende fora do eixo centralizado é investir na estabilidade econômica de todo o estado.

Não se trata apenas de atender onde há demanda, mas de construir uma presença contínua, estruturante e transformadora nos territórios. O Brasil não pode continuar sendo um país cujo investimento em desenvolvimento está concentrado nas regiões já desenvolvidas. O verdadeiro salto de inovação e inclusão virá quando enxergarmos o interior como protagonista — e não como coadjuvante da história nacional.

Esse tipo de iniciativa também inaugura um novo tipo de relação com os territórios: mais colaborativa, mais sensível, mais conectada com os parceiros locais. Onde o Sebrae chega, chegam junto as parcerias com prefeituras, associações comerciais e agentes financeiros. E o que parecia distante finalmente se torna acessível: orientação, capacitação, formalização.

É esse desenvolvimento que queremos consolidar: o que se move do centro institucional ao centro das necessidades reais. O que enxerga o interior não como margem, mas como força motora. O que entende que estar presente é mais do que estar disponível. É estar junto.

É a ação que troca o mapa de gabinete pelo chão da feira, que entende o tempo do interior e respeita a potência de cada território. Que não vai para ensinar, mas para construir junto. Que escuta antes de propor. Porque, no fim das contas, o centro sempre será onde está quem empreende. E é para lá que o Sebrae vai continuar caminhando.

Leia o artigo em O Popular.

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