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Diversidade importa também para negócios

Posicionamentos tolerantes geram lucros e aumentam bem-estar corporativo. Na próxima terça-feira (11) ocorre o último webinar dessa série de capacitações promovidas pelo SebraeDelas
Por Aline Bouhid
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“Diversidade é convidar para a festa. Inclusão é chamar para dançar”. Com a provocativa frase de Vernã Myers, a empreendedora Michele Franca iniciou sua fala na noite de ontem (6) durante o quarto webinar do Encontro Delas, promovido pelo Sebrae Goiás. A apresentação contou com a participação de Ana Maria Carvalho, do IPA Mulher, e teve como moderadora Thaís Oliveira, gestora do Sebrae. A conversa girou em torno do contexto, do cenário e atraso social provocado pelo racismo estrutural.  No dia 11, às 19h, ocorre o último encontro dessa série de lives do Sebrae Delas com tema “Os benefícios da análise de coloração pessoal”. As inscrições são gratuitas pelo site: sebraego.com.br.

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As visões e experiências acumuladas por um grupo diversificado de pessoas contribuem positivamente em questões relevantes, desde o desenvolvimento de processos de trabalho até para a execução das metas de trabalho. “O ambiente de trabalho com diversidade é uma luta recente, e que comprovadamente só traz vantagens internas e externas para o negócio”, explica Michele. Ela é fundadora do Carreira Preta, empresa de Treinamento e Orientação profissional para negros. Os negros (pretos e pardos) representam mais da metade da população brasileira. São 56% autodeclarados no País, de acordo com IBGE. Para ela, é fundamental “trabalhar para um presente diferente, criando um futuro melhor e um mundo mais harmônico para nossas próximas gerações”, disse.

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As palestrantes ressaltaram a necessidade de se combater obstáculos e racismos por meio da militância, da consciência e da educação. Ana Maria Carvalho, do IPA Mulher, falou sobre a necessidade de fortalecimento da autoestima. “Conheci uma mulher negra, CEO de uma empresa, que demorou três meses só para colocar o nome dela no cartão”, relatou. “Mais que socialmente responsável, com fortalecimento econômico das pessoas negras estamos mudando dinâmica  de consumo e a história”, afirmou Michele.

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A principal pergunta do chat do webinar foi: mas, como podemos mudar essa realidade? Michele aponta alguns caminhos possíveis, como a necessidade de gerar autoconsciência e consciência na cultura da empresa. Neste sentido, ela afirma que existe uma expressão muito usada que fala exatamente sobre a coragem de seguir em ações e atitudes tudo aquilo que se diz, conhecida como “walk the talk” (em inglês). Seria como “andar” de acordo com suas palavras. 

    

Outro ponto importante citado por ela é o fortalecimento da educação do negro para o mercado de trabalho, com programas e mentorias que respeitem esses aspectos e acelerem suas carreiras. Além disso, as palestrantes citam que é preciso aprender sobre legado e ter referências de carreiras pretas reais. “Eu me descobri como mulher negra há pouco tempo, só há uns cinco anos”, explica Michele. O mesmo relato é compartilhado pelas outras duas palestrantes. “Entender o meu lugar no mundo foi recente, e é libertador tirar o véu da realidade sobre o lugar do preto”, explica Ana Maria. Ela afirma ainda que repetidamente os pretos não se enxergam como protagonistas.

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A palestra terminou com o convite para olhar diferente para toda essa contextualização. O significado puro da palavra diversidade traz a ideia de pluralidade, multiplicidade, variedade. É a junção de diferentes aspectos que se diferenciam entre si. Portanto, a diversidade existe o tempo todo e está presente em tudo: na alimentação, na biologia, na linguística. “Somos diferentes. O que precisamos agora é praticar a equidade. É dar oportunidade de condições para todos”, finalizou Ana Maria.

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No mundo dos negócios, adotar políticas inclusivas que priorizam uma equipe diversa é um diferencial. Pesquisas apontam que os resultados são positivos em relação ao aumento da produtividade. E principalmente no que diz respeito a um clima organizacional ainda mais saudável e empático. Em 2016, uma pesquisa sobre os índices de diversidade de gênero e raça das lideranças, realizada pela McKinsey & Company com 366 grandes empresas dos EUA, Canadá, Reino Unido e América Latina, apontou que companhias com altos índices de diversidade de gênero e etnia têm 35% mais probabilidade de obter resultados financeiros acima da média do seu segmento do que empresas com baixos índices de diversidade. 

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Outra grande vantagem da diversidade para a produtividade diz respeito à redução de conflitos. Estudos mostraram que, nas empresas onde a diversidade é reconhecida e praticada, a existência de conflitos chega a ser 50% menor do que em outras organizações.

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Informações para a imprensa: 

No Sebrae: Adriana Lima – (62) 3250-2236 / 2252 / 99456-2491