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Formosa foi palco de um evento inédito para o fortalecimento do setor artesanal da região do Entorno do Distrito Federal. Pela primeira vez, o município sediou o Encontro de Artesanato do Entorno, uma ação que reuniu artesãos, especialistas e representantes do Sebrae com o objetivo de promover a integração e o desenvolvimento do artesanato local. A ação aconteceu no último dia 4.
O Encontro de Formosa, realizado na Sala do Empreendedor, marca o último evento de uma série dedicada ao mapeamento e diagnóstico do artesanato na região do Entorno do DF. Nos dias 27 e 28 de fevereiro, eventos semelhantes ocorreram em Luziânia e Novo Gama, com a participação de artesãos locais e representantes de Valparaíso de Goiás e Cidade Ocidental. A iniciativa busca fortalecer o setor artesanal por meio de ações como curadoria, capacitações, consultorias de design e acesso a mercados. Com isso, espera-se que os empreendimentos artesanais se tornem mais competitivos, com práticas sustentáveis e destaque para a riqueza cultural da região.
Realizado na Sala do Empreendedor, o encontro marcou uma importante etapa do projeto voltado para o fortalecimento do artesanato na região. Durante o evento, a analista do Sebrae e gestora do projeto Maria José destacou a importância desse momento para a integração dos grupos de artesanato. “O objetivo é elevar o patamar dos artesãos locais, mediante a realização de uma pesquisa inicial (T0) para fundamentar as ações, e a oferta de orientações para o aprimoramento de suas peças. Adicionalmente, o projeto visa promover a integração entre os profissionais do setor”, afirmou a analista.
Fortalecimento do artesanato
A consultora de Artesanato e facilitadora do projeto do Sebrae Nacional, Dorotéa Naddeo, detalhou a estratégia para fortalecer o artesanato local, com foco em capacitações e aprimoramento da gestão. “A proposta desse projeto estruturante do artesanato é desenvolver a produção artesanal e criar as condições para que eles possam melhorar a produção, ampliar, desenvolver novas coleções e atender mercados. Então para isso serão oferecidas capacitações na área de gestão”, explicou.
Para isso, segundo a consultora, além de desenvolver a produção, é importante melhorar processos, a formação de preço e definir os fluxos e processos de venda e comercialização. “A perspectiva é que os artesãos de Formosa possam viver do artesanato e conseguir que essa atividade cada vez mais melhore a condição de vida deles”, ressaltou.
A analista Maria José diz ainda que possíveis parceiros públicos e da iniciativa privada que tiverem interesse em contribuir com este segmento são bem-vindos. “Entendemos que, ao final do ano, faremos a entrega deste projeto e que novos atores, mais focados no local de cada município, precisam estar envolvidos para que possam, depois, dar seguimento, criar políticas públicas e facilitar o acesso a mercado para eles. Não se trata apenas do Sebrae, mas sim do artesanato e da sua região, para que, de fato, possamos mostrar a capacidade dos nossos produtos artesanais e valorizá-los”, completou Maria José.
Em relação à relevância do encontro para o setor artesanal local, a presidente do Conselho Municipal de Cultura de Formosa, Danúbia Luiza, que também esteve presente, diz que o evento é muito valioso. “A gente agora pode ter um leque muito maior de reconhecimento do artesanato e da representação e do apoio do poder público. Agora a gente está tendo essa abertura para poder investir e mostrar realmente o artesanato de Formosa”.
A tradicional preocupação do Sebrae com o desenvolvimento do artesanato e da cultura de Formosa foi reafirmada pelo analista da instituição Jorge Luís. Acompanhando de perto o projeto, ele destacou o grande potencial identificado no grupo de artesãs presentes no encontro. “O artesanato e a cultura de Formosa sempre foram pontos que o Sebrae mais se preocupou em trabalhar. Identificamos um potencial muito grande no grupo de, em sua maioria, mulheres artesãs que vieram apresentar o trabalho delas também”, explicou.
Segundo o analista, o objetivo do Sebrae é fortalecer e capacitar o grupo e capacitar para que os profissionais possam ofertar um produto de mais qualidade com uma identificação local. “A partir do momento que a gente constrói um artesanato com identidade regional, com qualidade no produto, nos processos, a gente consegue atingir melhor o cliente e, consequentemente, desenvolver esse setor na região que ainda carece de muito apoio. O Sebrae está entrando agora nessa vertente junto com essas mulheres, para desenvolver essas empreendedoras”, afirmou.
Estruturar e capacitar
A gestora estadual de artesanato do Sebrae Goiás, Daniela Caixeta, detalhou o objetivo principal do projeto estadual para o setor, que é estruturar o segmento do artesanato nos municípios. “Aqui em Formosa o nosso objetivo é fazer uma escuta dessas empreendedoras e empreendedores do segmento de artesanato para juntos construirmos um plano de capacitação e acesso ao mercado para ajudá-los a empreender, a transformar essas pessoas em grandes empreendedores do segmento de artesanato”, comentou.
A discussão sobre os desafios e oportunidades para os artesãos de Formosa trouxe à tona a necessidade de ações concretas para fortalecer o setor. A consultora do Sebrae destacou que a criação de quiosques para exposição de produtos da agricultura familiar e artesanal, como proposto pela Secretaria de Turismo e Cultura, pode ser um ponto de partida estratégico.
Durante as discussões, foi destacado que a valorização do artesanato passa pela preservação das técnicas tradicionais e pela inovação. A consultora do Sebrae enfatizou que a utilização de materiais locais, como o couro – que remete à história de Formosa, anteriormente conhecida como “Formosa dos Couros” – é essencial para criar produtos que carreguem a identidade cultural do município. Além disso, foi sugerido que os artesãos explorem inspirações ligadas ao Cerrado, ao ecoturismo e à cultura rural.
Outro ponto relevante foi a proposta de inserir um representante do artesanato no Conselho Municipal de Cultura. Essa medida visa garantir que as demandas dos artesãos sejam ouvidas e integradas às políticas públicas culturais. A consultora do Sebrae também reforçou que agregar valor aos produtos é essencial. Isso inclui precificação justa, certificação da qualidade e narrativas que conectem os consumidores à história por trás das peças.
Essa demanda também foi debatida como uma forma de garantir maior representatividade e apoio às demandas do setor. Além disso, foi incentivada a formação de redes colaborativas entre os artesãos para fortalecer o mercado e facilitar o acesso a matérias-primas.
Por meio do encontro, ficou claro que o artesanato formosense tem potencial para se tornar um símbolo da cultura local e uma fonte sustentável de renda para os profissionais da área. O evento marcou um passo importante para os artesãos da cidade, que agora têm ferramentas e orientações claras para transformar seus desafios em oportunidades.
Para quem quiser participar ainda há tempo para integrar o projeto. Para isso, é necessário procurar a Regional do Sebrae no Entorno do DF ou o analista de microrregional dos municípios do Entorno, como Santo Antônio do Descoberto e Formosa. O objetivo é que novos atores locais assumam o protagonismo, para a criação de políticas públicas e facilitar o acesso ao mercado para os artesãos.
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463 | Kalyne Menezes – (62) 99887-4106
Na Regional Entorno do DF/Nordeste | Posse: Agência Entremeios Comunicação / Renato Feitosa – (61) 99947-1248
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