O Programa Inova Plural, lançado nesta quarta-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans, é uma parceria inédita do Sebrae Goiás e do Hub Goiás para atender o público que é historicamente sub-representado. São mulheres, pessoas negras, povos originários, comunidade LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade social. O evento contou com a participação da gestora do programa pelo Sebrae Goiás, Thaís Oliveira, além de Roldão Alves de Barros Jr, gestor de comunidade do Hub, da palestrante Judá Nunes, Top Voice do LinkedIn (em três meses se tornou autoridade na plataforma) em educação sobre diversidade, equidade e inclusão.
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Participaram também a gestora de parceiras do Sebrae Goiás, Vera de Oliveira; a gestora de Moda da Regional Central, Beatriz Dorneles; o superintendente de Inovação do Hub, Johnny Laranjeira; Wiviany Araújo, líder de Novos Negócios e Startups do Hub Goiás; Rafaela Damasceno, coordenadora do Ambulatório TX, da prefeitura de Senador Canedo; da primeira dama do município, Simone Assis; de Raquel Silva, da Associação Goiana de Pessoas Trans (Unitrans Goiás); do presidente da ONG Parada-GO, Francisco Mendes; entre outros convidados.
Ao longo de todo o ano, serão realizados eventos mensais com uma temática para promover ações que fomentam, apoiam e discutem o empreendedorismo entre esses públicos. A primeira ação foi a palestra gratuita com o tema “Empreendedorismo Trans: Desafios e Oportunidades”, no Hub Goiás, espaço da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti Goiás) no Setor Leste Universitário. Além de palestras, o Sebrae vai oferecer jornadas de conhecimento especializadas para esse público, e a partir do Hub Goiás, inclusão em maratonas de inovação e ações de preparação para editais de inovação com foco em diversidade.
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O objetivo, segundo a gestora do Inova Plural, é promover o empreendedorismo como mecanismo de transformação social, ao ampliar os negócios liderados por pessoas de grupos minoritários na sociedade. Dessa forma, o programa promove a igualdade de oportunidades, diversidade e inclusão, por meio de relacionamento acolhedor, inclusivo e plural. “A inclusão de pessoas trans na capacitação e no mercado de trabalho é um passo fundamental para a construção de um futuro mais igualitário e justo para todos, independente da identidade de gênero”, ressaltou Thaís Oliveira.
Ao longo de 2025, o Inova Plural vai realizar encontros, formações e apoio a empreendedores e empreendedoras trans, com o objetivo de gerar negócios, conexões e projetos estruturantes. Temas como empreendedorismo social, feminino, 60+, para neuro divergentes, além de uma formação em empreendedorismo para lideranças comunitárias e um Startup Weekend de Diversidade em Goiânia estão na programação, que segue até novembro.
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Para Roldão Alves de Barros Jr, gestor de comunidade do Hub Goiás, a importância de programas como o Inova Plural é principalmente mostrar que Goiânia tem um território amigo aliado à população trans da capital. “Desde agosto de 2023 nós desenvolvemos uma política pública e temos pessoas trans, travestis e não-binárias dentro dos nossos ambientes, trabalhando no coworking, com participação em palestras, ações e editais”, explica. Ele enfatiza que essa parceria com o Sebrae vem justamente para oferecer esse espaço, ampliar o relacionamento com as comunidades e com as políticas públicas junto com outros coletivos sociais de empreendedorismo de inovação. O Inova Plural conta com apoio do coletivo de inovação Criativer, criado em Goiânia e focado no protagonismo LGBTQIAPN+ na nova economia criativa, e da Associação Goiana de Pessoas Trans.
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A coordenadora do Ambulatório TX de Senador Canedo, Rafaela Damasceno, disse que a percepção que teve do evento foi muito gratificante porque é um sinal que o movimento está caminhando para mudanças sociais, como a ocupação de espaços e discussão de temas que podem trazer muitos benefícios para a comunidade trans que sofre historicamente. Ativista há 25 anos, Rafaela desbravou os caminhos e buscou por meio da justiça os direitos das pessoas trans. “Falta muito ainda para sermos tratadas com equidade e precisamos trabalhar muito pela inclusão da diversidade. Mas estamos no caminho e ver tantas pessoas trans aqui me deixa realmente feliz”, afirmou.
Inspiração para futuros empreendedores – Em um evento que celebrou o Dia Nacional da Visibilidade Trans, a capital goiana recebeu Judá Nunes, uma das vozes mais influentes do LinkedIn, para a palestra “Empreendedorismo Trans: Desafios e Oportunidades”. Mulher trans, educadora, escritora e empreendedora social, ela possui uma empresa de gestão de impacto social, com base na educação para inclusão. É um hub de funções, baseada na marca pessoal e oferece serviços para empresas do setor privado, setor público e do terceiro setor.
Judá compartilhou sua trajetória pessoal e profissional, desde os desafios enfrentados por ela na infância, no interior da Bahia, com o preconceito e violência familiar até o reconhecimento como Top Voice na plataforma do LinkedIn. Ela saiu de casa aos 16 anos para fazer faculdade em outra cidade. Vendeu bottons, trabalhou como voluntária em várias comunidades quilombolas e de povos originários e programas sociais diversos e aprendeu a ter resiliência e o poder do conhecimento.
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Durante a palestra, Judá afirmou que os empreendedores trans não são heróis, mas estrategistas, porque olham para o problema e constroem uma solução. “O principal problema que nos atinge é a vulnerabilidade social, principalmente o preconceito, que nos faz vulnerável. Não são dadas as mesmas oportunidades. Como falta oportunidade, enquanto estrategistas que somos, vamos empreender, através de um empreendedorismo de necessidade. Esse empreendedorismo de necessidade, geralmente, acontece em campos de beleza, de moda, de saúde, de serviços básicos”, explicou.
E um dos desafios mais comuns na vida de uma pessoa trans, segundo a educadora, é a solidão. “Isso pode se intensificar quando, além de desafiar as normas sociais do gênero, também decidimos empreender. Cerca de 92% dos empreendedores trans empreendem por necessidade e 65% têm sérios problemas de gestão financeira, segundo a TODXS. Problema de gestão financeira nem sempre é de gestão. Entre os 65%, cerca de 55% relatam desafios de captação de recursos, vendas ou marketing”, disse.
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Como educadora, Judá usou todo conhecimento e poder das palavras para montar os serviços. Foi por muito tempo ghost writer (profissional que não recebe crédito pelos textos que escreveu). E não foram poucos os textos para jornais, revistas, blogs com a temática diversidade, equidade e inclusão que ela entregou desta forma. Com o passar do tempo ela percebeu a falta de conhecimento de RHs, Gestão de Pessoas e das empresas em relação à diversidade. “Criei uma MEI e comecei a escrever e oferecer meus serviços pelo LinkedIn. Em três meses já era considerada um destaque na plataforma e atualmente atendo empresas com palestras, projetos, soluções, cursos para todos aqueles que não conhecem o cenário de desigualdade no país”, frisou.
Judá conta que as maiores dificuldades que encontrou foram credibilidade, cartela de serviços e conquistar e manter clientes. “A solução disso é a criação de estratégias e a construção do sentimento de pertencimento. Combater um problema sistêmico e urgente que se manifesta em diversas formas, como na má distribuição de renda, na falta de acesso a serviços, educação de qualidade e inclusão no mercado de trabalho. Nosso interesse é o ganha-ganha-ganha. As pessoas trans trabalham e geram rendam e movimentam a economia e ganham, quem participa do negócio de forma direta e indireta ganha e o país ganha, porque há menos pessoas em situação de vulnerabilidade e empregos são gerados pelas empresas de pessoas trans”, analisou.
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463 | Kalyne Menezes – (62) 99887-4106
Na Regional Central | Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Adrianne Vitoreli – (62) 98144-2178
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