
Em 2017, 18% dos brasileiros sonhavam em ter o próprio negócio. Em 2022 esse desejo já se alastrou para 60% da população. O vírus do empreendedorismo só não é mais contagioso do que o sonho de viajar pelo Brasil (61%), mas supera o desejo da casa própria (54%) e de comprar um automóvel (54%).
O vertiginoso crescimento de 18% para 60% em apenas cinco anos foi comprovado pelo relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2022, realizado pelo Sebrae e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe).
O estudo estima que há no Brasil 42 milhões de empreendedores e outros 51 milhões que só pensam em ter o próprio negócio, formando um contingente de 93 milhões de brasileiros com espírito empreendedor (pessoas adultas com 18 a 64 anos). Os números rendem ao país a 8ª maior Taxa Total de Empreendedorismo entre os 51 países pesquisados.
Outra boa notícia é que vem caindo o percentual de pessoas que se lançam no mundo do empreendedorismo por necessidade (de 50,4% em 2020, para 47,3% em 2022).
É o caso dos 80% que disseram que o principal motivo foi para “ganhar a vida devido à escassez de empregos”. Em contrapartida, também há aqueles que desejam “fazer diferença no mundo”, 75,2%; “construir uma grande riqueza ou uma renda muito alta”, 64,3%; e “continuar uma tradição familiar”, 44,1%.
Dura realidade
Para o sonho de ter o próprio negócio não terminar em pesadelo, a GEM também ouviu especialistas em empreendedorismo de universidades, governos, entidades empresariais e do próprio Sebrae para decifrar o ambiente de negócios no Brasil.
A constatação de quem conhece do assunto é preocupante, pois o país amarga a 48ª posição entre os 51 países no Índice Nacional de Contexto do Empreendedorismo (NECI), com 3,6 pontos, empatado com o Togo e o Irã e à frente apenas da Venezuela (3,2). O ranking é liderado pelos Emirados Árabes (7,2), Arábia Saudita (6,3), Taiwan (6,2), Índia (6,1) e Holanda (5,9).
O índice avalia 13 itens: apoio financeiro, burocracia/impostos, corrupção, educação e capacitação, P&D, infraestrutura comercial e profissional, acesso à infraestrutura, barreiras, custos, concorrência e legislação.
Para os especialistas, os principais motivos que colocam o Brasil na zona de rebaixamento do NECI são a dinâmica do mercado interno (5,2%), normas culturais e sociais (5,1%), infraestrutura comercial e profissional (4,1%), ensino superior (4%) e só depois apoio financeiro (3,5%), a falta de programas governamentais (3,4%) e as barreiras, custos, concorrência e legislação no mercado interno (3,3%).
No mar revolto do empreendedorismo tupiniquim, os especialistas avistam pontos positivos, como a educação e capacitação (capitaneadas por instituições como o Sebrae e seus primos do Sistema S), o ensino do empreendedorismo e o avanço das políticas públicas (como o MEI, PRONAMPE e a FINEP). Por outro lado, também recomendam a redução da burocracia, a ampliação do apoio financeiro e a extensão do ensino do empreendedorismo na reforma escolar.
Maiores sonhos do brasileiro
1º Viajar pelo Brasil (61%)
2º Ter o próprio negócio (60%)
3º Comprar a casa própria (54%)
4º Comprar um automóvel (54%)
5º Viajar para o exterior (49%)
6º Ter plano de saúde (47%)
7º Ter um diploma de ensino superior (46%)
8º Fazer carreira numa empresa (46%)
9º Comprar um computador/tablet/smartphone (46%)
10º Fazer carreira no serviço público (38%)
11º Casar ou constituir uma nova família (34%)
Fonte: GEM 2022
Taxa Total de Empreendedores
1º Togo (41,8%)
2º Guatemala (39,5%)
3º Chile (33,5%)
4º Panamá (33,4%)
5º Colômbia (32,7%)
6º Uruguai (31,9%)
7º Coreia do Sul (30,9%)
8º Brasil (30,3%)
9º Emirados Árabes (29%)
10º Arábia Saudita (28,6%)
Fonte: GEM 2022 (em % da população adulta)
Índice Nacional de Contexto do Empreendedorismo (NECI)
1º Emirados Árabes (7,2)
2º Arábia Saudita (6,3)
3º Taiwan (6,2)
4º Índia (6,1)
5º Holanda (5,9)
11º China (5,6)
15º Estados Unidos (5,2)
17º Alemanha
48º Brasil (3,6)
51º Venezuela (3,2)
Fonte: GEM 2022 (51 países pesquisados)
A apresentação completa pode ser vista aqui.
Informações para a imprensa
Na sede do Sebrae: Adriana Lima – (62) 3250-2263 / 99456-2491
Na Regional Central | Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Adrianne Vitoreli – (62) 98144-2178
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