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Sebrae apoia capacitação de guias dentro do Projeto Piraíba, no oeste do estado

Iniciativa preservacionista do Instituto Onça Pintada e empresários é uma das maiores da América do Sul
Por Renato Borges, de São Luís
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Iniciativa preservacionista do Instituto Onça Pintada e empresários é uma das maiores da América do Sul

Curso de capacitação do Projeto Piraíba foi realizado em Aruanã (Fotos Sebrae Goiás)

O Projeto Piraíba é considerado o maior em extensão sobre pesca e comportamento de peixes da América do Sul. A ideia surgiu no ano de 2010 em parceria do Instituto Onça Pintada (IOP) e empresários e tem por objetivo investigar e monitorar, a longo prazo, os peixes da bacia do Rio Araguaia. O principal foco é a espécie piraíba, que ocupa o topo da cadeia ictiológica. Segundo o empresário Marcelo Siqueira, o projeto foi repensado em 2021 para que efetivamente pudesse entrar em atividade. Ao todo foram instaladas nove bases com radiofrequência ao longo da divisa de Goiás com o Mato Grosso.

O propósito é ambicioso, e o financiamento da fase inicial foi de um grupo de empresários. A bióloga Lisiane Hahn, doutora em ecologia de ambientes aquáticos continentais, pesquisadora com participação em projetos no Brasil e no exterior, coordena os estudos. Os investimentos em Goiás giram em torno de R$ 3,5 milhões, com um total de R$ 12 milhões em todos os estados.

O Rio Araguaia tem quase 3 mil quilômetros, é um dos mais longos do país e um rico corredor de biodiversidade. Lisiane Hahn, que tem se dedicado ao estudo da migração de peixes com aplicação de novas tecnologias, ressalta que a maioria esmagadora das pesquisas sobre bagres no Brasil foi feita em rios sob impacto de construção de hidrelétricas. “O que é mais importante desse projeto é que o recorte escolhido do Araguaia ainda não tem barragens. A piraíba tem mais de 2 mil quilômetros para se movimentar”, disse.

Após elaboração do projeto e com autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), o peixe é capturado, anestesiado e, através de um pequeno corte, recebe um transmissor que emite sinal de rádio. Solto no rio, seu movimento é captado por antenas instaladas em bases fixas que registram todas as informações. Inicialmente cem peixes vão receber transmissores, número que pode chegar a 500. E a cirurgia só pode ser feita por biólogos do corpo técnico.

A primeira base, das nove previstas no recorte do Rio Araguaia que envolve Goiás e Mato Grosso, foi instalada em São José dos Bandeirantes, distrito de Nova Crixás. Os equipamentos são importados do Canadá, mas o retorno pode vir através da pesca esportiva da piraíba, que gera algo em torno de R$ 1 bilhão por ano.

A bióloga Lisiane Hahn, a analista do Sebrae Marcicleia Rocha e o especialista Domingos Garrone Neto

Capacitações

O Projeto Piraíba atua em um foco importante que são os ribeirinhos, os guias que anualmente atendem centenas de grupos de aficionados pela pesca esportiva. Atualmente, para fazer a instalação das tags, os guias locais estão sendo capacitados, são três em Luís Alves e duas em Bandeirantes, Aruanã e Cocalinho (MT). Todos participaram do curso de capacitação para condutores de turismo de pesca sobre Monitoramento Participativo e Boas Práticas de Pesca Esportiva.

O Sebrae Goiás, através do Projeto Piraíba, realiza capacitação para guias e ribeirinhos do Rio Araguaia. Segundo o gerente da Regional Oeste da entidade, Flavio Vilhalba, a intenção é apoiar esse projeto, que é o maior de telemetria do país, e incentivar cada vez mais a preservação e a atividade de pesca esportiva, que é uma das mais lucrativas dentro da atividade do turismo. A capacitação passa pela preparação dessas pessoas em várias áreas, como educação financeira, e a conscientização para os cuidados com o rio e com as espécies para que eles continuem existindo.

Informações para a imprensa

Na sede do Sebrae: Adriana Lima – (62) 3250-2263 / 99456-2491

Na Regional Oeste | São Luís de Montes Belos: Agência Entremeios Comunicação / Renato Borges – (64) 99307-8861

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