A educação é capaz de mudar vidas. E quando ela é empreendedora, pode alavancar sonhos. Esse fato foi comprovado pelos participantes da apresentação do case “JEPP – a transformação empreendedora na vida de estudantes”, que ocupou o palco Fábrica de Empreendedores do Sebrae na Campus Party Goiás 3 (#CPGOIÁS3) na quinta-feira (08). O evento vai até domingo (11) no Passeio das Águas Shopping, em Goiânia.
Crianças que participam do programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), implantado pelo Sebrae em parceria com a prefeitura de Pontalina, contaram como o programa impactou na vida de cada uma e de suas famílias. A cidade fica na Região Sul do estado, a cerca de 120 quilômetros da capital.
O case de sucesso foi mediado pela coordenadora de Políticas Públicas do Sebrae Goiás, Elaine Maria de Moura, e participaram do encontro o prefeito de Pontalina, Edson Guimarães de Faria, a secretária municipal de Educação, Klissia Dias Tersi Borges, e as empreendedoras Julliana Cândida Tomáz da Silva e sua irmã Maria Luiza Tomáz da Silva e Clara Alves e Moura.
O programa JEPP do Sebrae oferece nove cursos para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos que estejam cursando o ensino fundamental. Os cursos visam desenvolver habilidades empreendedoras e preparar os jovens para o futuro. O município de Pontalina implementa o programa há alguns anos, que traz o empreendedorismo de uma forma transversalizada nas disciplinas do conteúdo pedagógico das escolas. “As crianças, os alunos, têm essa oportunidade de desenvolver o comportamento empreendedor com conhecimento aplicado em todas as matérias”, explicou Elaine Moura.
E o que significa isso? Que as crianças e os alunos têm a possibilidade de aprender esse conceito em todas as disciplinas desde muito cedo. Edson contou que antes de assumir a prefeitura já pensava em propostas inovadoras para as escolas da cidade e chegou a marcar uma viagem a Portugal para saber como o empreendedorismo era ensinado lá. Mas veio a pandemia e, segundo ele, teve que cancelar a viagem. Mas a boa notícia é que o Sebrae Goiás levou a ideia, que foi aceita de imediato.
Recentemente ele esteve em Portugal e mostrou como tem sido incluído o empreendedorismo nas escolas, nas séries do primeiro ao nono ano, com apoio do Sebrae, e os resultados positivos com as crianças e adolescentes. “Foi de suma importância implementar esse programa. As crianças estão crescendo mais seguras, com autoestima, aprendendo na teoria e na prática como empreender e muitas delas já agregando renda às famílias”, enfatizou o prefeito.
A secretária Klissia Dias Tersi Borges disse que inicialmente foi um desafio para todos, professores e alunos, implantar, em plena pandemia, um programa tão importante para o desenvolvimento dos alunos. “Mas a adesão foi imediata, e a interação dos professores foi fundamental. Os professores de ciências, por exemplo, trabalharam informações sanitárias e gerais sobre os primeiros produtos a serem comercializados, como doces, ervas aromáticas e produtos da natureza da região. Já os de língua portuguesa atuam no ensino de como escrever bons textos, rótulos, a importância do marketing para a venda. Os de matemática mostram como fazer contas, gerir as finanças, precificar os produtos e assim por diante. Foi o que motivou nossas crianças naquele período em que não podíamos acompanhá-las fisicamente por conta do coronavírus”, explicou a secretária.
Venda de baru
As irmãs Maria Luiza Tomáz da Silva, de apenas 9 anos, e Julliana Cândida Tomáz da Silva, 14 anos, ajudavam a família na venda das castanhas de baru (semente típica do Cerrado, que depois de torrada, ganha valor agregado e é utilizada na alta gastronomia) nos leilões e feiras da cidade e região. Com as aulas de empreendedorismo, as duas aprenderam como criar a empresa, a marca, o slogan, embalagens, a melhoria da produção e estão no Instagram, além de continuar a venda física. Mas a qualidade do produto e a visibilidade, segundo Julliana, aumentou, assim como a renda da família.
“Os professores queriam uma coisa nova, e eu falei que vendia a semente de baru, que é saudável, e estudos mostram que ajuda a diminuir o colesterol, a combater doenças do coração e outras coisas. Os professores aprovaram, nos ajudaram no desenvolvimento de toda a produção para a venda, e hoje lucramos muito mais com as nossas vendas”, explicou a adolescente. Mas a aluna disse também que entendeu a importância do empreendedorismo quando o pai adoeceu e precisou deixar o trabalho para fazer hemodiálise e aguardar um transplante de rim. Só que o custo era alto com consultas e exames. “Então buscamos orientação do passo a passo da produção para aumentar a qualidade do nosso produto e isso me fez amadurecer e desenvolver bastante”, relatou Julliana.
Para a estudante, empreender é uma forma de sonhar e fazer acontecer esse sonho virar uma realidade. “Todos temos sonhos, mas você consegue realizar se tiver esforço, vontade, e oportunidade de aprender, como temos em nossa idade. Você vai cair, levantar, cair de novo. Mas levante-se e siga em frente, que vai dar certo”, afirmou a jovem empreendedora. Os pais das meninas, que estavam assistindo à palestra, estavam emocionados. Floristina Pereira da Silva e Ênio Tomáz da Silva, com lágrimas nos olhos, disseram que a palavra que define esse momento é “vitória”.
“Quando a Juliana quis falar da castanha da escola, sobre o brigadeiro, a paçoca, todos se juntaram para fazer o negócio dar certo e podermos cuidar da saúde do meu marido. Mesmo em período de pandemia, conseguimos com a ajuda de todos, e a família está toda engajada no empreendedorismo”, relatou Floristina. Ela aproveitou a oportunidade para agradecer ao prefeito, à secretária de Educação, aos professores e ao Sebrae pela oportunidade que fortaleceu a família em todos os sentidos. Floristina também lembrou de falar que já estão no Instragram @castanhadobaru – Iguarias do Nosso Cerrado.
A aluna do primeiro ano do ensino médio, Clara Alves e Moura, é outro exemplo bem-sucedido do JEPP em Pontalina. No começo do oitavo ano ela teve acesso ao programa e descobriu que poderia ser uma empreendedora. Em uma feira no fim do ano ela vendeu doces. Com o bom desempenho nos estudos, teve oportunidade de participar de outra feira, onde arrecadou dinheiro para a formatura. “O empreendedorismo me impactou, e espero que aconteça com os outros alunos de Pontalina também.”
A secretária Klissia reforçou que a educação dá certo quando tem pessoas que confiam nos resultados. “Nós temos e ensinamos nossos alunos mais do que a educação básica, ensinamos o empreendedorismo que pode levá-los a um negócio nunca sonhado e a uma qualidade de vida melhor.” Já o prefeito de Pontalina, Edson Guimarães de Faria, garantiu que o futuro do país está nas mãos das crianças de agora e é por isso que investe na educação, em programas que agreguem conhecimento, como o JEPP, do Sebrae e no esporte.
“É uma emoção contar histórias como essa e ver que o Sebrae contribui de forma tão forte na disseminação do empreendedorismo e na transformação da vida das pessoas, sejam crianças, jovens, adultos que queiram aprender a empreender”, finalizou Elaine Moura.
A importância do storytelling
A programação do palco Fábrica de Empreendedores também contou com a palestra da professora e pedagoga Carla Bernardes, que falou ao público sobre ‘Storytelling – A arte de conquistar o público com histórias inspiradoras”. Entre uma e outra história que mantiveram o público atento, a professora mostrou a importância do storytelling, que é uma técnica de comunicação que consiste em contar histórias para engajar e emocionar o público. “Essa prática tem sido muito utilizada no marketing das empresas, pois é uma forma eficaz de transmitir valores e mensagens aos consumidores. Através de histórias bem construídas, é possível criar uma conexão emocional entre a marca e o público, gerando identificação e fidelização”, explicou.
De acordo com ela, o storytelling também pode ser utilizado para humanizar a marca, mostrar que por trás de um produto ou serviço existem pessoas que se preocupam com a qualidade e satisfação dos clientes. “Além disso, a técnica pode ser utilizada para explicar de forma clara e objetiva um conceito ou ideia, tornando a mensagem mais acessível e fácil de ser compreendida. É uma ferramenta poderosa que pode ajudar as empresas a se destacarem”, afirmou.
Entre as técnicas de storytelling que podem ser usadas no marketing das empresas, a professora citou:
- Faça sua audiência fazer parte da história: envolva seu público-alvo naquilo que você está contando. Isso pode ser feito por meio de perguntas, pesquisas e outros métodos interativos.
- Desperte emoções: o objetivo do storytelling no marketing é incitar sentimentos que inspirem a audiência a agir e fazer conexões com sua marca. Isso pode ser feito por meio de histórias autênticas e emocionantes.
- Conte histórias reais: elas têm um grande impacto emocional e de conexão com o público.
- Elabore um storytelling coerente: sua história deve ter um tema central, bem definido, personagens convincentes e uma estrutura clara com um momento de tensão ou clímax.
Palestras na Campus Party Goiás 2023
A programação abaixo é de curadoria do Sebrae Goiás e de parceiros do Pacto Goiás pela Inovação.
Palco Fábrica de Empreendedores:
10/06 – sábado
– Das 15h30 às 16h30 – O que tá rolando de Inovação no Sebrae?
– Das 16h40 às 17h10 – Oportunidades governamentais para startups
11/06 – domingo
– Das 14h10 às 14h40 – Comunidades: Saiba como contribuem para o ecossistema de inovação goiano
– Das 14h50 às 15h20 – Comunidades: Saiba como contribuem para o ecossistema de inovação goiano
– ENCERRAMENTO – entre 16h e 17h, no Palco Principal
Confira aqui a programação da #CPGoiás3
Informações para a imprensa
Na sede do Sebrae: Adriana Lima – (62) 3250-2263 / 99456-2491
Na Regional Central | Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Adrianne Vitoreli – (62) 98144-2178
Siga-nos em nossas redes sociais: Instagram, Facebook, Twitter, YouTube e LinkedIn