Aprendendo a empreender

Feira mobilizou toda a comunidade escolar em um grande evento voltado ao empreendedorismo (Fotos Silvio Simões)

Professores e alunos da Escola Meu Futuro participaram durante o ano do programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos e mostraram resultado em feira

Por Adrianne Vitoreli, de Goiânia

Cerca de 130 alunos da Escola de Educação Meu Futuro, no bairro São Domingos, na Região Noroeste de Goiânia, realizaram uma feira para colocar em prática o que aprenderam durante o ano com o programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), do Sebrae. Com o apoio de professores, coordenação e diretoria, que foram capacitados para levar para as salas de aula a educação empreendedora, os alunos criaram empresas para a comercialização de produtos.

Estudantes aprenderam a como criar e gerir seu próprio negócio

O evento atraiu a presença de pais, parentes e comunidade local e contou com barracas para venda de bolos, caldos, temperos, pipocas e chocolates, brinquedos, artesanato, papelaria, bijuterias, telas de pintura, locação de videogames e pescaria. A maioria dos produtos foi feita pelos próprios alunos. Com muita gentileza e simpatia, além dos alunos que ficavam nas barracas para vender os produtos, alguns circulavam na feira com a camiseta com os dizeres “Posso Ajudar?” e encaminhavam os visitantes até as barracas para mostrar os produtos.

Sara Camile Ferreira de Souza, do sexto ano, disse que aprendeu muito com o programa

Sara Camile Ferreira de Souza, do sexto ano, estava na barraca “Eco Papelaria”, que comercializava produtos como porta-canetas, porta-trecos e kits de desenho, entre outros, disse que sempre quis ser empreendedora e que na feira estava começando a realizar seu sonho. “Na escola aprendi muitas coisas, como, por exemplo, como atender os clientes, como produzir algumas peças com materiais reciclados e que a gente pode arrecadar dinheiro para comprar as coisas no futuro”, disse.

O motorista Adelúbio Pereira de Oliveira, pai do aluno Pedro Francisco de Oliveira, do sétimo ano, estava comprando uma tela produzida pelo filho. Para ele, o JEPP é importante porque ensina o aluno a montar um negócio e, principalmente dar valor e guardar o dinheiro. Adelúbio pagou R$ 50 pela tela do filho, que vão ser depositados na caderneta de poupança.

O motorista Adelúbio Pereira de Oliveira, pai do aluno Pedro Francisco de Oliveira, do sétimo ano

A professora Maraísa Cristina da Silva, que dá aulas para o agrupamento de cinco anos e do terceiro ao nono anos, conta que os alunos participam de várias aulas que trabalham temas ligados ao empreendedorismo e a criação de uma empresa para participar dessa feira. “Eles estudam desde a importância do tema, como escolher um produto, o nome e a logomarca da empresa, precificação, caixa, lucro, como atender os clientes com qualidade, entre outros temas divididos em 14 capítulos”, explica.

Sobre a importância do programa, a diretora da escola, Elzanit Ribeiro Matos, não tem dúvidas. “O JEPP é muito significativo para todos nós porque aprendemos e disseminamos os aprendizados para nossos alunos. Como a escola é inclusiva, estendemos o programa também para a educação infantil, com uma linguagem adaptada para eles, e os resultados são incríveis para todos”, enfatiza.

Elzanit Ribeiro Matos, diretora da escola: “o JEPP é muito significativo para todos nós”

Esse é o segundo ano em que a escola inclui a educação empreendedora nas salas de aula, e a diretora conta que alunos do nono ano de 2022 trabalharam com a venda de docinhos e, agora, no segundo grau em Trindade, o grupo continua com a venda e consegue ter um lucro com o próprio trabalho.

A coordenadora pedagógica, Eurima Ribeiro Matos, que auxiliou na barraca de vendas de telas de pintura produzidas pelos alunos, incentivava as famílias a abrirem uma conta poupança para os filhos. “Trabalhamos em sala de aula a educação financeira e mostramos que quando eles vendem um produto, parte do valor é da empresa, outra para investimentos e uma parcela para cada um. Dessa forma eles entendem a importância de guardar o dinheiro para um projeto futuro”, explica a coordenadora.

A coordenadora pedagógica Eurima Ribeiro Matos: incentivo à poupança dos alunos

Eurima ressalta que o JEPP é inovador e que desperta nos alunos essa vontade de empreender e qual o valor do dinheiro. “Muitos deles já voltaram na escola para contar a experiência de vida depois de participarem do programa, e para nós isso é maravilhoso. Mostra que plantamos uma sementinha para que esses alunos tenham boas oportunidades no futuro”, disse.

As barracas eram variadas e comercializavam produtos diversos

De acordo com Beatriz Dorneles, analista do Sebrae Goiás e gestora do Programa Nacional de Educação Empreendedora da Regional Goiânia, despertar e estimular o empreendedorismo nos jovens estudantes do ensino fundamental e médio é o objetivo do JEPP. “O programa busca desenvolver habilidades empreendedoras, como a criatividade, a inovação e a liderança, por meio de atividades teóricas, práticas e lúdicas. Além disso, o JEPP também visa contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes e responsáveis, que possam atuar de forma proativa na sociedade”, finalizou.