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Cinema feminino ganha espaço em Goiás

No dia 05 de Fevereiro Goiânia ganha uma nova casa para filmes dirigidos, roteirizados e/ou produzidos por mulheres
Por Redação, de Goiânia*
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Goiânia receberá, na Vila Cultural Cora Coralina, um novo espaço de exibição, formação e debates no ramo do audiovisual (Fotos Lara Vitória/Divulgação)

Goiânia recebe, a partir desta segunda-feira (05), na Vila Cultural Cora Coralina, um novo espaço de exibição, formação e debates do audiovisual. Tudo com o objetivo de ver cada vez mais mulheres com a mão na massa, ou na câmera.

A primeira temporada do projeto Cineclube da Luluzinha foi garantida com o apoio do Fundo de Arte e Cultura da Secult Goiás e deve ser realizada às segundas-feiras, a cada 15 dias, a partir das 19 horas, no Cine Goiânia Ouro, com entrada gratuita.

O projeto tem por regra principal que todos os filmes que serão exibidos devem necessariamente ter, pelo menos, uma mulher no núcleo duro de produtores (Direção, Produção Executiva e/ou Roteiro). Além disso, 50 % das vagas de filmes na programação do cineclube está destinada para filmes de realizadoras goianas. As realizadoras de todos os filmes selecionados serão convidadas a participar presencial, ou remotamente, de um bate-papo com o público ao final da exibição.

Cenário feminino 

Kely Carvalho: projeto visa dar espaço cada vez mais para as mulheres

De acordo com o último Censo, realizado em 2022, a população brasileira possui 51,5% de mulheres e 48,5% de homens, porém, de acordo com o último levantamento realizado pela Ancine, chamado Diversidade de Gênero e Raca nos Lançamentos de 2016, o cenário não reflete os percentuais equivalentes no tocante ao gênero dos realizadores. Foram analisados os 142 filmes longa-metragem lançados comercialmente naquele ano fazendo um recorte de gênero e raça.

Dos 1.326 profissionais envolvidos na realização das obras 62% eram homens e 38% mulheres. Já em relação à raça 71% foram identificados como brancos, 5% como pretos e 3% como pardos. Não foi possível determinar a raça dos 21% dos trabalhadores restantes.

A direção de 75,4% dos títulos ficou na mão de homens brancos e 19,7% de mulheres brancas. Homens negros assinaram a direção de 2,1%, e as mulheres negras não assinaram a direção de nenhum dos 142 filmes.

No roteiro, homens brancos seguem na frente com 59,9%, mulheres brancas 16,2%, parcerias entre homens e mulheres brancas 16,9%, homens negros 2,1% , parcerias entre homens negros e homens brancos 3,5%. Nenhuma mulher negra assinou um roteiro de obra exibida comercialmente naquele ano.

Na produção executiva dos filmes as mulheres brancas assumem a dianteira com 36,9%, à frente dos homens brancos (26,2%), parcerias entre homens e mulheres brancas (26,2%), homens negros (2,1%) e mais uma vez nesta função, mulheres negras foram totalmente excluídas (0%).

A reserva de espaços que priorizem a exibição de filmes dirigidos, produzidos e roteirizados por mulheres, incluindo espaço para filmes independentes de curta e média metragem, é uma ferramenta potente para ajudar a fomentar o audiovisual Feminino, desde a base, para que a médio prazo estes números também reflitam a realidade do cinema comercial, diz a coordenadora do projeto, Kely Carvalho.

O cineclube pretende ainda ajudar a formar plateias e realizadores com um olhar sensível para o audiovisual feminino. Debates com a equipe dos filmes, palestras e oficinas fazem parte da programação desta primeira temporada do Cineclube. Todas as atividades têm entrada gratuita. Estão por vir: Análise semiótica do filme indicado ao Oscar 2023: “Entre mulheres”; análise do teste de Bechdel dos indicados a melhor filme no Oscar 2023; Oficina de introdução ao roteiro para mulheres; e palestra “Os 5 Cs da cinematografia”.

SAIBA MAIS

Como inscrever um filme?

Na bio do perfil do cineclube nas redes sociais @cineclubedaluluzinha, basta acessar um link para o edital de seleção de filmes para serem exibidos no a nossa programação. A inscrição é gratuita, e não existe restrição para duração ou gênero do filme.

E se eu quiser sugerir um filme que não fui eu quem fiz?

Isso é possível sim! Dentro do programa “Você curador”, qualquer pessoa pode sugerir um filme de sua preferência (desde que se encaixe nas regras do cineclube) através do formulário de inscrição disponível na bio do perfil do cineclube nas redes sociais @cineclubedaluluzinha.

Como funcionará o sistema de curadoria da programação?

Mulheres com vasta experiência em audiovisual, seja como realizadoras, seja como críticas de cinema compõe o corpo de curadores do Cineclube. Todas as obras enviadas serão analisadas por elas e a programação será divulgada mensalmente nas redes sociais do projeto.

Homem também pode?

Homens são muito bem-vindos ao nosso cineclube, lembrando que as oficinas e palestras que pedem inscrição terão vagas prioritárias para mulheres.

Há acessibilidade?

As sessões do Cineclube da Luluzinha acontecem em um espaço que atende aos padrões de acessibilidade, além de contar com a presença de intérprete de Libras em todas as sessões.

*Com Assessoria do projeto

Acesse aqui a Vitrine do Sebrae Goiás.

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