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Desafio AgroStartup 2024 tem início e movimenta interior de Goiás

Ação realizada pelo Sebrae e Senar teve início nos dias 07 e 08/06 em Mineiros e Rio Verde, no Sudoeste Goiano, e Anápolis, no Centro-Leste do estado
Por Redação
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Jurados e integrantes dos três primeiros colocados em Anápolis: fomentando startups para o agro (Fotos Nilson Paiva)

Seis a cada dez brasileiros sonham em empreender, e participar de uma imersão de conhecimento com suporte de uma equipe preparada para pegar na mão e conduzir aos primeiros passos nessa realização é o sonho de muita gente. E é isso que o Desafio AgroStartup 2024 proporciona.

O evento, desenhado e promovido pelo Sebrae Goiás e Senar Goiás, está na oitava edição, e neste ano teve um recorde de inscrições: 1.124 no total, resultado da visão de interiorizar ainda mais a oportunidade. “Antes realizávamos o evento apenas em Goiânia, onde reuníamos pessoas de todo o estado. Com a regionalização da primeira etapa, o acesso se expande”, explicou Athos Ribeiro, coordenador de Inovação do Sebrae Goiás.

A primeira etapa teve início na sexta-feira e sábado (07 e 08) nas cidades de Mineiros e Rio Verde, no Sudoeste Goiano, e Anápolis, no Centro-Leste do estado. E haverá mais duas rodadas neste mês: 14 e 15/06 em Inhumas, Jussara e Porangatu; e dias 21 e 22/06 em Catalão, Formosa, Goianésia e Goiânia.

Para o presidente do Sindicato Rural de Anápolis, José Caixeta, presente na abertura oficial do evento que ocorreu no Parque de Exposição Agropecuária da cidade, essa regionalização é reflexo direto da liderança de José Mário Schreiner, presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae Goiás e da Federação das Indústrias de Goiás (Faeg). “O Zé Mário sempre vê depois do morro, por isso sei que isso é resultado da visão dele”, disse.

Ewerton Costa, Athos Ribeiro, José Caixeta e Leonardo Bizinoto: parceria para a inovação

Leonardo Bizinoto, coordenador regional do Senar Goiás, detalhou que essa primeira etapa do Desafio acontece em dez cidades goianas onde há sede regional do Senar, com cerca de cem pessoas inscritas por regional. Os participantes são organizados em grupos de trabalho e apresentam a uma banca examinadora. Uma vez aprovados, passam para a etapa seguinte, de capacitações a serem realizadas de julho a outubro, e o Dia da Demonstração, previsto para ocorrer em outubro, com apresentação de até 120 projetos. “Os projetos aprovados em todas as fases vão receber uma subvenção financeira para início do negócio no valor de 60 mil reais”, afirmou.

Bizinoto também explicou que os eventos são idealizados e promovidos pelo Sebrae e Senar, com apoio de parceiros, e a subvenção é de responsabilidade da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). A iniciativa conta ainda com o apoio da OCB, Bayer, Kraft Heinz e outros parceiros locais.

Anápolis

Em Anápolis, os parceiros locais são o Sindicato Rural de Anápolis, a Faeg Jovem, a Associação Educativa Evangélica, a Faculdade Fama e a Universidade Estadual de Goiás. Participam da imersão pessoas de diferentes idades nas áreas do agronegócio, negócios, tecnologia da informação e design. Nesta primeira etapa, que é a formação dos grupos com a ideação de startups, três grupos foram selecionados após apresentação de pitch a uma banca examinadora.

Um integrante de cada grupo irá participar de uma missão empresarial custeada pelo Sebrae e Senar, e todos foram aprovados para as capacitações de julho a outubro de 2024. Ainda em outubro, os 120 melhores projetos vão participar do Dia da Demonstração. Ao concluir todas as etapas, as startups selecionadas, uma vez cumprindo os requisitos específicos documentais, receberão a subvenção financeira ainda no primeiro trimestre de 2025.

O gerente regional Sérgio Monturil enalteceu a participação de todos em mais esta ação

O gerente da Regional Centro-Leste do Sebrae, Sérgio Monturil, fez parte da banca examinadora, que também contou com a participação do vice-presidente do Sindicato Rural de Anápolis, Maurício Camacho Braga, Bruno Bizinoto, gerente geral das Fábricas Adubos Araguaia, Carlos Eduardo Bento Barbosa, professor-adjunto das faculdades FAMA e Anhanguera, Marcus Antônio Cardoso Anacleto, gestor de tecnologia do Sicoob Credicapa, Neto de Paula, consultor de negócios do Sebrae, Rosemberg Fortes, coordenador do Núcleo de Inoculação Tecnológica da Unievangélica, e Igor Dalarmino, assessor de Engenharia e Tecnologia do Núcleo de Inovação da Unievangélica.

Para Monturil, participar da banca foi muito gratificante, pois teve a oportunidade de conhecer excelentes ideias que podem se tornar startups que resolvam as dores dos produtores rurais. “O Desafio AgroStartup é um evento de extrema importância, pois além de reconhecer os melhores projetos, cria oportunidades para empreendedores apresentarem soluções inovadoras, bem como torná-las negócios reais”, pontuou.

O time Conecte Mudas foi o vencedor em Anápolis

Na visão dos jurados, o grupo “Conecte Mudas” mereceu a primeira colocação, seguido do Conecta Produtor e Terra Vital, em segundo e terceiro lugares. A ideia dos campeões é, por meio de um aplicativo, conectar viveiros e/ou fornecedores de mudas de plantas nativas do Cerrado brasileiro a produtores rurais que desejam trabalhar o reflorestamento de áreas degradas. “Quando se fala de reflorestamento, não é fácil encontrar as plantas certas para o bioma do Cerrado, e queremos facilitar esse processo”, detalhou em seu pitch o grupo, composto por cinco participantes. Eles são estudantes e profissionais de diferentes áreas do conhecimento e que se encontraram no desafio. Apenas Roberto Guimarães (Anápolis) e Rafael Lourenço (Silvânia), que cursaram arquitetura juntos na UEG, se conheciam. Mauro Andrade (Goianápolis), Marco Dias (Anápolis) e Alisson Teixeira (Goiânia) se juntaram à dupla. Eles contam que no início foi muito difícil chegar a uma ideia, mas sentiram que a dor de querer reflorestar e muitas vezes não saber por onde começar, principalmente para o pequeno produtor, ainda é muito grande, e por isso decidiram focar na ideia das mudas das plantas nativas do Cerrado.

Mentorias

Focar em uma necessidade específica em um mar de dores e necessidades não é tarefa fácil, e aplicá-la às metodologias de negócios em um tempo limitado de horas de trabalho é um desafio. Para apoiar os participantes, um time de mentores esteve o tempo todo a postos para a condução desse processo. Rafaela Gomes, da Agência de Inovação da UEG, fez parte desse time. “Nosso papel é tirar dúvidas, apontando soluções, mas sem decidir por eles”, explica. Também detalhou que os mentores são de diferentes áreas do conhecimento e trabalharam de maneira rotativa tirando dúvidas de todos os grupos.

E para garantir a parte de comunicação, alimentação, logística e toda estrutura necessária para essa jornada de conhecimento e inovação, as equipes do Sebrae e do Senar trabalharam em sintonia. Danilla Araújo, responsável pela área de Eventos do Senar Goiás, relata que, apesar de muito cansativo, é gratificante e eles contaram com staffs locais que expandiram seus braços. Esse é o caso do universitário Saulo Junior, que cursa administração na UEG, e aproveitou a oportunidade para enriquecer o currículo acadêmico.

Os mentores Rafaela Gomes e Ewerton Costa com grupo participante

Para o analista do Sebrae na Regional Centro-Leste, Ewerton Costa, que também atuou como mentor, trata-se de uma oportunidade única para tirar projetos da mente com suporte técnico especializado e apoio financeiro e que a cidade de Anápolis oferece condições privilegiadas para impulsionar a inovação no campo. “Aqui temos várias universidades, as sedes regionais do Senar e do Sebrae, a estrutura que o parque oferece, ou seja, todas as condições necessárias para a promoção desse evento.”

Rio Verde

Em Rio Verde, no Sudoeste Goiano, o desafio foi realizado no Sindicato Rural. Com o desafio, as instituições organizadoras do evento mapearam previamente as “dores” e dificuldades vivenciadas pelos produtores rurais por meio de uma pesquisa qualitativa. Logo, baseado nesse levantamento, os grupos participantes então foram desafiados a desenvolverem soluções.

Conforme ressaltou o consultor do Sebrae Alexandre Bernardes, todas as atividades possuem certos gargalos, sendo que na atividade agrícola há alguns problemas identificados como mão de obra e falta de qualificação, além de questões inerentes ao homem e à mulher do campo e as dificuldades da gestão em uma empresa rural.

No ramo do agro, Alexandre observa que existe uma série de lacunas diferentes em relação às empresas urbanas ou aos prestadores de serviços. “Isso porque no agro simplesmente não é possível paralisar o processo de produção. Uma vez que ele se inicia, é preciso seguir até o final. O Sebrae apoia essa iniciativa, e o público jovem aqui merece todo o incentivo da entidade”, disse.

No primeiro dia do desafio, foram mostrados aos grupos participantes as então “dores” do agro, e já na etapa seguinte, os profissionais instrutores acompanharam os empreendedores na reflexão dos problemas expostos. Por fim, no encerramento do evento, cada grupo apresentou as soluções viáveis à equipe de julgadores, formada por representantes do IF Goiano (Campus Rio Verde), Sindicato Rural de Rio Verde e Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), dentre outros órgãos.

Em Rio Verde, o evento foi no Sindicato Rural e teve grande participação (Fotos Valério Delfino)

Segundo uma das instrutoras do Desafio AgroStartup 2024, a professora do IF Goiano e coordenadora de Empreendedorismo do Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (Ceagre), Sílvia Ferreira, a meta é que as soluções possam se transformar em startups. “Ou seja, empresas que continuarão a oferecer esses serviços e que resolvam os problemas dos produtores rurais da nossa região.”

Com um perfil bem diversificado de participantes, o evento contou com a presença de estudantes, professores, engenheiros e representantes de diversas áreas das universidades de Rio Verde para concorrerem ao desafio. Inclusive, alguns professores compuseram certos grupos a fim de ajudarem no desenvolvimento de respostas ao agro.

Uma das ideias é “se apaixonar pelo problema”, segundo Sílvia. “É identificar as dores e ver onde o profissional pode contribuir. É ver se realmente há o problema e se algo interfere na produção agrícola.” Conforme disse, o primeiro passo, portanto, é validar o problema e depois, prosseguir pensando na possível solução.

O coordenador regional do Senar-GO em Rio Verde, Renildo Teixeira, avisa que os três melhores grupos classificados no município seguem para uma fase estadual, lembrando que os participantes concorrerão ao fomento no valor de R$ 60 mil para colocar em prática a ideia de negócio da empresa. “Enfim, ter realmente um auxílio financeiro que ajude no seu negócio”, ressaltou.

Com a ideia de realizar o Desafio AgroStartup em vários municípios do interior, Renildo explica que isso possibilitou atender um público muito maior, com média de cem pessoas em cada cidade, o que gerou a participação de mil pessoas em Goiás dessa vez.

O evento mescla jovens estudantes de cursos ligados ao agro e profissionais na área administrativa e técnica por exemplo. “E cada um pôde contribuir de acordo com a sua experiência profissional e dessa forma construir um grupo de ideias, propostas e sugestões diferentes”, disse o coordenador.

De acordo com o responsável pelo Departamento Técnico e de Inovação do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Gabriel Martins, para que o profissional inove, inicialmente é preciso de dinheiro. “E aqui, os jovens têm essa oportunidade” disse, lembrando que Rio Verde alcançou mais de 130 inscritos. “Até mesmo tivemos que estender um pouco a capacidade de participantes para não deixar ninguém de fora.”

Conhecedor da área, Gabriel comanda o Conecta Campo, um programa de conexão de startups com produtores rurais. “É importante que haja iniciativas como esta que geram impacto positivo à sociedade, pois ajuda os produtores, agroindústrias e empresas do agro com novas soluções. Nada melhor que fazer isso com diversos parceiros, cada um agregando sua expertise.”

Por fim, os organizadores anunciaram durante o encerramento do desafio que as equipes receberão a capacitação e continuarão concorrendo aos RS 60 mil. Quanto aos três primeiros colocados em Rio Verde, um membro de cada grupo será selecionado para a missão técnica em uma viagem de imersão no agronegócio brasileiro.

O grupo Grou Bots foi o vencedor com sua união de robótica com inteligência artificial

Vencedora do desafio na cidade, a equipe Grou Bots possui entre os integrantes o engenheiro mecânico e professor da Universidade de Rio Verde (UniRV), Daniel Fernando da Silva, junto de seus alunos que já acumulam a experiência de robótica através do Senai. “Então, quando percebi o potencial deles ao chegarem na universidade, incentivei a trabalharmos com um projeto integrador voltado exatamente à área de robótica, buscando integrar a engenharia mecânica e o agronegócio”, explicou.

No modelo apresentado pelo grupo, o professor destacou o trabalho da mecânica para fazer a parte construtiva e estrutural do equipamento. “Ou seja, do veículo autônomo que andará na linha da lavoura por sistema GPS. Ainda pensamos no desenvolvimento da inteligência artificial (IA) para reconhecimento de pragas das lavouras. É importante levar tecnologias acessíveis ao homem do campo de forma sustentável”, destaca.

O grupo Brasil Agri alcançou o segundo lugar, seguido pelo grupo Agroer com a terceira colocação.

Mineiros

Mineiros foi outra das cidades a receber o Desafio AgroStartup (Fotos Felipe Morais)

A cidade de Mineiros, também no Sudoeste Goiano, foi outra a receber o desafio. O evento reservou várias atividades para esses dois dias, entre elas palestra de apresentação das dores com ESG, oficina de ideação, oficina de pitch e apresentações.

O Senar, um dos realizadores do evento ao lado do Sebrae, esteve representado pelo coordenador técnico regional, Nélio Castro Lima, que contou um pouco mais sobre a realização desse novo modelo da iniciativa. “O AgroStartup está em sua oitava edição. Em todas elas nós sempre nos reunimos em Goiânia e, pela primeira vez, esse ano foi decidido que esse evento seria levado para o interior. Esse final de semana foi um marco para o evento, tendo sua realização simultaneamente em três municípios. A intenção é começar a fazer eventos menores no interior para resgatar essas ideias embrionárias e futuramente fazer um evento maior em Goiânia”, disse.

Leticia Carvalho, consultora de Inovação da CampoLab, falou sobre a organização do evento

A consultora de Inovação da CampoLab, Leticia Carvalho, falou sobre a organização do desafio. “Convocamos pessoas a estarem conosco para desenvolverem soluções ao agro, com o intuito final de melhorar nossa sociedade em si. Até porque se eu consigo trazer uma solução para o agro, melhoro toda uma estrutura. Então nossa missão é essa, melhorar o nosso ambiente em si por meio das startups.”

A Faeg Jovem é um dos apoiadores do evento, promovendo a liderança e a sucessão no agro. A coordenadora da instituição, Maisa Rodrigues de Moraes, comentou a participação no desafio. “Nos dias atuais o agro vem crescendo cada vez mais, e a inovação não pode ficar de fora. O intuito desse desafio é justamente trazer novas ideias para o produtor rural e compreender melhor o real papel e função.”

Ao final do evento foi realizada uma banca julgadora para escolher os melhores colocados. O primeiro colocado foi o grupo Conect Agro, seguido pelo HidroBovino (2º) e AFK (3º).

A coordenadora da Faeg Jovem, Maisa Rodrigues de Moraes: gerar novas ideias

Saiba mais: https://sistemafaeg.com.br/campolab/desafio

*Com Leidiana Batista, de Anápolis, Valério Delfino, de Rio Verde, e Felipe Morais, de Mineiros

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA

Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463

Na Regional Centro-Leste | Anápolis: Agência Entremeios Comunicação / Leidiana Batista – (62) 9862-66155

Na Regional Sudoeste | Rio Verde: Valério Delfino / Agência Entremeios Comunicação – (64) 99211-9284

Na Regional Sudoeste | Jataí: Agência Entremeios Comunicação / Felipe Morais – (64) 98142-5827

Acesse aqui a Vitrine do Sebrae Goiás.

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