No sábado (08), durante a 2ª Feirarte, foi lançada a parceria entre o Sebrae e o Centro de Referência da Juventude (CRJ), localizado no setor Morais, em Goiânia. A iniciativa busca oferecer mais conhecimento e oportunidades para a sustentabilidade financeira dos grupos atendidos pela instituição.
A coordenadora do Programa Plural, Thais Oliveira, explicou que o lançamento dessa parceria com o CRJ pretende trazer a sustentabilidade financeira e um olhar de gestão para toda a economia criativa do local.

Thais assinalou que há 15 anos o Centro de Referência da Juventude realiza um trabalho importante para a periferia, com os grupos quilombolas, de breaking dance e comunidades ciganas. “Atualmente nós estamos com um formulário onde nós estamos levantando as exceções e as dores desses empreendedores. Logo em sequência, nós vamos começar com as nossas capacitações e acompanhamento técnico”, informou.
O programa Plural é uma iniciativa para promover o empreendedorismo como meio de transformação social para pessoas de grupos minoritários, sub-representados e em situação de vulnerabilidade.
Na ocasião, o CRJ homenageou o diretor superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, que foi representado por Thais. A analista da Regional Central do Sebrae Goiás, Camilla Carvalho também esteve presente no evento.

O presidente do Centro de Referência da Juventude, Aluísio Black, destacou a importância da parceria com o Sebrae ao contribuir com a expertise da instituição com a Feirarte e colaborar com a comunidade. “Nós estamos muito felizes em contar com essa parceria com o Sebrae Goiás, que abraçou a ideia e está aqui toda a equipe nesta segunda edição. Nós queremos muito continuar contando com essa parceria de sucesso”.

Rosa Kambeba, do povo Omágua, do Amazonas, tem 58 anos e vive em Goiânia há duas décadas. Ela disse que sempre está presente nas diversas feiras, inclusive na Feirarte, porque são espaços importantes para comercializar e expor os produtos. Contudo, salientou que a situação do seu povo é diferenciada. “Ainda é muito complexo para nós, principalmente nós mulheres indígenas. Os povos indígenas não têm visibilidade, nem espaço próprio para nós”, destacou.
Rosa reiterou que a situação é a mesma com os indígenas de outras etnias que vendem os seus artesanatos. “Pegamos carona com o povo negro, o povo de terreiro e com outras entidades. Porque nós indígenas em Goiânia temos muita dificuldade, nós não somos daqui, apenas moramos aqui”, reiterou.
Outra questão apontada por Rosa é que apesar de a produção artesanal fazer parte da cultura indígena, existem vários aspectos de complexidade na produção e comercialização. “O material é colhido na mata e a logística para que a matéria-prima chegue até nós também não é fácil”.
Compartilhamento de informações
De origem africana, Dede Amandine Vovo, 29 anos, reside há 10 no Brasil e é sua primeira vez como participantes da Feirarte. Para ela, esse é um espaço importante para expor a produção, fazer networking e também se capacitar. “É uma oportunidade de preencher lacunas sobre negócios, sobre empreendimento, porque empreender é uma caminhada que é necessário ter habilidades e capacidades, que ninguém nasce sabendo”, afirmou.

Amandine destacou a importância de ter procurado o Sebrae para participar de cursos e de oficinas, como de atendimento pelo whatsapp, de marketing e de elaboração de plano de negócio. “Eu sei da importância e eu tendo acesso a esse espaço eu consigo trazer, compartilhar esse projeto com outras pessoas”, ressaltou.
A empresária vende roupas e produtos de origem africana e disse representar uma associação para poder trazer pessoas do seu ambiente. ”Eu sou africana de Togo e convivo com vários estrangeiros. Eles têm dificuldades para entender como são os negócios aqui e posso ajudá-los. O projeto tem muito para agregar e somar. E estou aqui para somar também”, reiterou.

Já a microempreendedora Maria Félix, 62 anos, é moradora da região e sempre busca pelas iniciativas oferecidas no CRJ. Ela não perdeu tempo e já pediu orientações ao Sebrae.
Maria contou que já trabalhou com venda de roupas e de alimentos. Mas afirmou que precisa desse suporte oferecido pelo Sebrae, porque são informações importantes para quem quer saber a forma certa de empreender e ter resultados. “São cursos para nós aprendermos como trabalhar. Muitas vezes nós abrimos uma miniempresa e aí depois não conseguimos dar continuidade. É melhor aprender primeiro para depois continuar”, afirmou.
Fortalecimento do empreendedorismo negro e periférico
A Feirarte é um evento que promove economia criativa e valoriza a cultura da comunidade negra, de povos tradicionais e periféricos. É uma iniciativa para fortalecer o empreendedorismo por meio de oportunidades de crescimento e visibilidade a artistas, produtores culturais e pequenos comerciantes.
Aluísio explicou que a Feirarte foi construída por várias mãos. “O CRJ sedia e colabora na idealização e execução desse projeto, com o Fórum Frente Afro, composto pelas etnias participantes e colabora com todo o pensar, com toda a sabedoria ancestral que essa população traz e nós colocamos em prática”, detalhou.

Com programação de realização de feira mensal até julho, Aluísio explicou que já estão em busca de novas parcerias para fortalecimento e continuidade das iniciativas da entidade. “Nós estamos correndo atrás de novos parceiros como o Governo do Estado e a Prefeitura para ela ser um evento permanente”, afirmou.
A programação diversificada promove rodas de negócios, consultorias, homenagens, caravanas e exposições. Inclui ainda manifestações culturais, como roda de capoeira, batalha de mcs, afoxé de matriz africana, djs e cultura hip-hop, percussão afro, baile black e encontro de flash back.
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