
Com o objetivo de fortalecer a produção de arroz de terras altas no Cerrado, com difusão de avanços tecnológicos, resultados de pesquisas e boas práticas de manejo, Goiânia sedia o 1º Fórum Nacional de Arroz de Terras Altas no Cerrado – InovArroz 2025. Nesta terça e quarta-feira (23 e 24), o encontro, no auditório do Oft Alfr Hotels, no setor Oeste, reúne produtores, pesquisadores, técnicos e empresas para troca de conhecimento e apresentação de inovações, além da transferência de tecnologias e geração de novos negócios.
Anfitrião do InovaArroz, o diretor geral da Emater Arroz Feijão, Elcio Guimarães, salientou se tratar de uma oportunidade única para debate do tema. “Pela primeira vez estamos tendo uma reunião específica para o arroz de terras altas, aquele que é plantado em condições de irrigação por pivô”, explicou.
Elcio apontou que Goiás lidera esse processo, em que as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa e por parceiros estão sendo usadas pelos produtores goianos, em uma oportunidade de colocar o arroz no cenário em que 70% do arroz que era consumido era importado. “Com esse arroz que temos e vamos discutir nesta reunião, baixou para 50%, e a tendência é que fique alto o suficiente nos próximos dois ou três anos”, comemora.
O diretor geral da Embrapa Arroz Feijão avalia ainda que a reunião é uma oportunidade de troca de experiências. “Debater o que ainda precisamos fazer em termos de pesquisa, transferência de tecnologia, capacitação e armazenamento, ou seja, vários aspectos da cadeia produtiva”, acentuou. Para Elcio, a parceria do Sebrae é fundamental para a capacitação dos produtores, consultores e na indústria. “O Sebrae, obviamente, tem muito mais experiência que todos nós que estamos aqui”, destacou.

O diretor superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, destacou de que forma a instituição tem contribuído no fomento e desenvolvimento do setor agropecuário. Além disso, assinalou os outros segmentos de atuação, como indústria, comércio, setor de serviços e o agronegócio, de forma especial, com foco nas micro e pequenas empresas.
Para Antônio Carlos, o InovArroz representa a oportunidade de ampliar mercado e fronteiras, por meio da transferência de tecnologia desenvolvida pela Embrapa. “A gente se entusiasma diante da oportunidade que temos em Goiás, de ampliarmos nossas fronteiras, e principalmente expandir a produção de arroz. Nós acreditamos muito que tudo isso vem trabalhar o fomento, desenvolvimento, tecnologia e transferência de conhecimento”, acentuou.

Antônio Carlos também abordou o trabalho técnico realizado pelo Senar e pela Emater e a impotência de que a tecnologia chegue no campo, para atender aos produtores rurais. “É uma contribuição relevante quando a gente cita a expansão de área, a vocação que Goiás tem. Temos um ator que é essencial nesse processo, que é o produtor rural”, afirmou.
Antônio Carlos também lembrou de programas como Sebraetec e Sebrae em Campo. “Temos atuado na gestão das propriedades e no fortalecimento dos produtores rurais. E em um trabalho inédito, Juntos pelo Agro, com o Senar”, detalhou.
Em sua participação, Pedro Leonardo Rezende, secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro), assinalou a importância de promover o debate sobre o tema, principalmente em um estado que tem se destacado entre os três maiores produtores de grãos do Brasil. “Uma das cadeias produtivas que mais tem contribuído com todos os resultados econômicos e desenvolvimento agrícola de Goiás é a do arroz”, afirmou.

Para o secretário, eventos como esse são uma oportunidade para discutir pautas importantes para que esse segmento continue a contribuir com o desenvolvimento agrícola de Goiás. Pedro Leonardo assinalou ainda a importância da contribuição do Senar e do Sebrae na disseminação das tecnologias. “Assim, elas alcançam os produtores nos municípios”, avaliou.
Por sua vez, Dirceu Borges, superintendente do Senar Goiás, acentuou a relevância do debate sobre a cultura do arroz, em desenvolvimento no estado de Goiás e em outros, como resultado do trabalho realizado pela Embrapa.

Dirceu, além de reconhecer a contribuição do encontro, também reconheceu a importante participação do Sebrae com os diversos projetos em execução. “Inclusive pilotos que daqui serão disseminados para todo o país, a exemplo do Polo Agro, sediado em Goiás”, disse.
O superintendente do Senar assinalou ainda o trabalho conjunto das instituições para o fortalecimento do setor produtivo em Goiás e ressaltou a importância da difusão dessas tecnologias para o setor. “Que a gente possa levar essas tecnologias para os nossos produtores rurais”, afirmou.

O presidente do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Armando Rollemberg, destacou que o papel da instituição é trazer a tecnologia para perto do setor produtivo. “Estamos extremamente felizes de fazer esse primeiro evento, primeiro de muitos deles”, arrematou.
Guto Medeiros, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz do Estado de Goiás (Siago), salientou a realidade da autossuficiência goiana na produção de arroz, que tem como características a qualidade, produtividade e rendimento. “A dona de casa tem lá na ponta um produto”, disse. Segundo ele, essa cultura veio atender à carência do estado de um produto. “Esse arroz traz muita esperança para nós, de que ele mude, de fato, a história de Goiás”, afirmou Guto.

Pesquisa e inovação
Considerado o evento nacional mais relevante e dedicado ao cultivo do grão, nos dois dias, a programação intensa promove painéis em que coloca em pauta temas fundamentais como pesquisa científica e inovação tecnológica, automação de processos agrícolas, manejo da cultura e sustentabilidade, fitossanidade e nutrição de plantas, microrganismos benéficos e biotecnologia, melhoramento genético, impactos das mudanças climáticas, consumo e tendências de mercado.
Fábio Martins, pesquisador e coordenador estadual do Programa de Pesquisa em Grãos, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), situada em Lavras, no sul do estado, participou de um dos painéis e salientou a importância do evento. “Há muitos anos a gente aguarda que o arroz de terras altas ocupe uma posição de protagonismo nos sistemas de produção, principalmente na região central brasileira, nos sistemas de produção com pivô central”, informou.
Segundo Fábio, a cultura tem potencial, porque assim como o trigo, ela é uma gramínea que fornece uma palhada de excelente qualidade, que tem a capacidade de estruturar e proteger o solo. “Além de produto alimentício de extrema importância social e econômica, trata-se também de uma cultura que presta um serviço muito importante para os sistemas de produção sustentáveis, o plantio direto, a agricultura que estão denominando de regenerativa”, detalhou.

“Este evento vai trazer cenários distintos no Brasil. Vai discutir problemas e quem sabe apresentar soluções. Torço muito para que o arroz se torne uma cultura cada vez mais cultivada nesses sistemas de produção, sobretudo os irrigados. Tem muito a contribuir para o desenvolvimento. Dos sistemas de produção brasileiros”, afirmou.
Para Fábio, o Sebrae tem uma importante contribuição no contexto, por possibilitar a realização desse tipo de encontro ocorra, em que as discussões são de forma mais assertiva e inteligente. “Com certeza a gente tem avanços. Às vezes o que a gente discute aí informalmente durante um ano não chega a resolução nenhuma e em poucas horas a gente consegue chegar a boas conclusões e avanços na cadeia produtiva”, reiterou.
A também pesquisadora e professora da área de agronomia do Instituto Federal Goiano (IFG), Campus Urutaí, Gleina Alves, compartilhou conhecimento durante o evento e afirmou a importância desse encontro para o arroz. “Ele é um alimento que está no nosso prato todos os dias. Todo mundo consome. Mas o cultivo dele em situação de terras altas ainda tem muita coisa para a gente discutir. E a função desse evento é isso, ver onde já estamos, o que podemos melhorar, quais as dificuldades, os desafios e a contribuição que vamos dar a esse evento”, afirmou.
Em seu painel, o tema girou em torno de nematologia, que são vermes de plantas, abordando o que esses nematóides atrapalham na cultura do arroz e como é possível solucionar esse problema. Gleina avalia que a parceria do Sebrae para a realização do evento é fundamental para que a tecnologia chegue na ponta. “É isso que o evento está proporcionando. A gente precisa ter a parte de pesquisa a campo, mas precisa desse intermediário para que a tecnologia chegue ao produtor. O Sebrae nos ajuda nesse treinamento e na difusão da tecnologia”, ressaltou.

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463 | Kalyne Menezes – (62) 99887-4106
Na Regional Central | Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Adrianne Vitoreli – (62) 98144-2178
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