A moda está em constante evolução e reflete as mudanças sociais, culturais e econômicas através dos tempos. Mas “Moda é Arte”? Depende do contexto. Esse tema foi amplamente discutido em um encontro repleto de criatividade, ideias, emoções, personalidade e conceito. Ponto a ponto, costura a costura, detalhe a detalhe, artistas, profissionais, produtores e curadores conversaram sobre a moda, linguagem, diversidade, inclusão, “goianidade”, pequenos negócios e muito mais em um ambiente aconchegante, em que se “respira” arte, o Espaço Sebrae na CASACOR Goiás 2023, no Shopping Flamboyant. Nesse contexto, a Amarê Fashion – Semana da Moda Goiana, tem o potencial de elevar a moda ao patamar de arte, apontam os especialistas.
O bate-papo reuniu a professora Lorena Abdala, coordenadora do curso Design de Moda da Universidade Federal de Goiás (UFG) e doutora em cultura de arte visual; Wanessa Cruz Bezerra, curadora, produtora de arte e proprietária da Arte Plena Casa Galeria; e o artista visual Danilo Itty, criador do conceito da segunda edição da Amarê Fashion. A conversa foi mediada pela consultora do Sebrae Goiás Lu Moreira, professora de moda há 19 anos, coordenadora de eventos e que também trabalha a imagem de pessoas, empresas e marcas.
Para Lorena Abdala, a moda pode ser arte ou vestuário. “Quando passa por um processo em que exige reflexão e conceito e está inserida em algum espaço em que o criador propõe algum questionamento, aí sim é arte”, explica. E essa reflexão, segundo ela, pode ser ampla, em qualquer área, seja política, social, do belo ou do feio, e os estilistas autorais utilizam dessa moda como plástica visual para questionar, reivindicar, polemizar e contestar. “Para além da pintura, da fotografia, das artes visuais, a peça de roupa se torna um elemento do discurso”, afirma.
Mas a moda também é vestuário, quando produzida de forma serial (em escala) e visa atender um público amplo nos mais diversos estilos – tradicional, elegante, esportivo, criativo, moderno, sexy, praia, entre outros. “Como arte ou não, a moda está na sociedade, seja para performar ou para levar uma mensagem, e não há nada de errado com isso”, reflete Lorena.
Como resultado de um processo criativo, Wanessa Cruz Bezerra acredita na moda como arte sempre que os profissionais da área, como designers e estilistas, trabalharem com um repertório, que bebam da fonte de criatividade, com embasamentos estéticos. “Mas a moda é plural e dialoga de alguma forma com a arte”, ressalta.
Artista visual há dez anos, Danilo Itty frisa que a moda é uma expressão e nela tudo é válido. “A partir do momento que eu escolho uma roupa, eu também dizendo para o outro o que eu sou, o que penso, e cada detalhe faz a diferença nessa linguagem. E a moda, como as artes visuais, são segmentos que caminham com reflexão, inclusão e com a diversidade.”
Amarê Fashion
Wanessa Cruz chama a atenção para o movimento da Amarê Fashion, evento realizado pelo Sebrae Goiás em parceria com o governo estadual e o Sistema Fecomércio/Senac/Sesc, que acontecerá de 29 de agosto a 2 de setembro. Para ela, importantes parcerias público-privadas vão proporcionar a possibilidade de a moda goiana voltar a ser referência na moda brasileira. “Temos estilistas sensacionais, e eventos como a Semana da Moda Goiana vão oportunizar uma vitrine para muitos outros estilistas e designers de moda mostrarem o trabalho tão rico que tem sido desenvolvido desde a primeira edição do evento”, enfatiza.
Lorena Abdala considera a Amarê Fashion como um movimento que estimula a criação dos estilistas goianos, o uso das temáticas locais e referências regionais. “É uma semana de moda sensacional, um momento de mostrarmos que nossa moda vai além da produção serial, mas que temos produção autoral e muita criatividade.”
O desafio, de acordo com a consultora Lu Moreira, é enriquecer a moda goiana e trazer esse olhar artístico para que os profissionais possam atuar de forma autoral, mas que também seja viável para os empresários do ramo. “O empreendedor do segmento precisa conciliar a criatividade, a inspiração que vem da arte, sem comprometer a acessibilidade ao seu produto”, explica. Por outro lado, Lu Moreira acredita que o conhecimento é o caminho para que os empresários de moda goianos possam produzir com mais qualidade, sem perder a identidade do produto.
Lu Moreira destaca que Goiás é indiscutivelmente referência em moda de escala. A Região da 44 é considerada atualmente, o segundo maior polo de produção de moda do país, ficando atrás apenas do Brás, bairro de São Paulo. “Com as capacitações do Sebrae e dos parceiros, é possível produzir moda com arte e técnica, e a entidade está de braços abertos para atender os empresários de micro e pequenos negócios desse segmento para que todos se fortaleçam e, consequentemente, toda a cadeia produtiva, gerando emprego, renda e melhoria da qualidade de vida dos goianos.”
O estado é o sétimo maior produtor de vestuários do país, sendo responsável por aproximadamente 75% da produção total da Região Centro-Oeste. De acordo com a Associação Empresarial da Região da 44 (AER44), a região possui mais de 16 mil lojas, onde mais de 22 milhões de peças de roupas são distribuídas mensalmente por todo o país.
Amarê Fashion
29 de agosto a 2 de setembro/23
Realização: Sebrae Goiás em parceria com o governo estadual e o Sistema Fecomércio/Senac/Sesc
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