ASN GO
Compartilhe

A importância de planejar a sucessão em empresas familiares

Planejamento, capacitação e muito diálogo são essenciais para garantir a perenidade de negócios com a ascensão das novas gerações
Por Adrianne Vitoreli, de Goiânia
ASN GO
Compartilhe
Pedro Henrique, Ana Cláudia, Alice, Paulo Roberto e Arnaldo Júnior, da Lojas Sete (Fotos Arquivo Pessoal/Divulgação)

A sucessão em empresas familiares pode ser um desafio para aqueles que pretendem dar continuidade ao negócio das gerações anteriores. A forma de perpetuar o legado dos fundadores pode determinar o sucesso e a longevidade dos empreendimentos, bem como a falência do negócio. A história da família Rabelo, proprietária da Lojas Sete, fundada em 1974 pelos então avós Osmar e Célia Rabelo, em Goiânia, é um exemplo de quanto são importantes o planejamento e a estratégia gerencial. Isso não só possibilitou a continuidade nos negócios, mas também o fortalecimento e crescimento da empresa que possui quase 50 anos, está na terceira geração de sucessão e tem acompanhado as transformações do mercado.

Há alguns passos que precisam ser seguidos para realizar uma sucessão sem traumas:

  • Em primeiro lugar, é preciso planejar com antecedência. Desta forma, quem for assumir o controle no futuro poderá se preparar para seu cargo e responsabilidades. Isso também faz com que o sucessor possa se familiarizar e se adaptar à cultura da empresa e, principalmente, criar uma relação de confiança com os colaboradores.
  • A capacitação do sucessor é essencial. Graduações, pós-graduações, cursos, coaching, tudo para contribuir com avanços na administração. Ter conhecimento e experiência no mercado também é importante.
  •  Para evitar atropelos, o ideal é que o sucessor possa entrar na administração aos poucos, assumindo cada vez mais atribuições. Se for possível o acompanhamento do atual administrador, melhor ainda.

Case de sucesso

Um exemplo de aprendizado e sucesso em sucessão familiar vem da família Rabelo, proprietária da Lojas Sete, fundada em 1974 pelos então avós Osmar e Célia Rabelo, em Goiânia. O processo pelo qual a empresa passou mostra como são importantes o planejamento sucessório e a estratégia gerencial.

Osmar e Célia Rabelo, fundadores da loja Sete, aberta em 1974

Pioneira em venda padrão de tecidos, roupas íntimas e calçados, na avenida T-7, a primeira geração trabalhava intuitivamente, com conhecimentos adquiridos na prática. O modelo foi aperfeiçoado na segunda geração, com o filho do casal, Arnaldo Rabelo, que tinha 21 anos quando começou a participar ativamente na empresa.

Com uma visão empreendedora, assim que diminuiu a procura por tecidos para confecção de roupas em alfaiatarias, o empresário foi aos poucos adaptando a loja às demandas do mercado e passou a ser referência também em enxovais e pijamas. Arnaldo se casou com Alice Messias dos Reis Rabelo, com quem teve quatro filhos: Paulo Roberto Reis Rabelo, formado em direito e funcionário do Banco do Brasil, Ana Cláudia Reis Rabelo, com formação em administração de empresas e nutrição; Arnaldo Rabelo Júnior, engenheiro civil, e o caçula, Pedro Henrique Reis Rabelo, fisioterapeuta.

Todos cresceram dentro da empresa e acompanharam o dia a dia do comércio. Os corredores, o cheiro dos tecidos e dos plásticos que guardavam os enxovais e pijamas e as figuras dos pais na condução dos negócios são muito vivos nas lembranças de cada um. “Nosso pai era ‘o coração’ da loja, e apesar de não ter ensino superior, tinha ensino médio completo e era o vendedor, o caixa, o comprador e ainda fidelizava os clientes com uma boa conversa”, lembra Pedro Henrique. A mãe, dona Alice, que foi a primeira vendedora, assumiu a parte administrativa.

Depois de 44 anos no mesmo endereço, a família Rabelo adquiriu nova sede, mais ampla, na Avenida Castelo Branco, e não perdeu a clientela. Com visão de mercado e estratégia, Arnaldo já tinha iniciado a modernização do espaço e estava implementando, aos poucos, outros grupos de produtos, como toalhas e tapetes.

Com a pandemia, a empresa precisou ficar fechada por muito tempo, mas graças à administração consciente, não foi necessário desligar nenhum dos colaboradores. Nesse período os filhos Arnaldo Jr e Ana Cláudia passaram a vivenciar diariamente e a contribuir nas operações do negócio. Em 2021, quando as atividades do comércio voltaram, o senhor Arnaldo, aos 67 anos, em plena capacidade administrativa, teve um problema súbito de saúde e faleceu. “De um dia para o outro nos vimos sem meu pai, que era nosso esteio e com uma empresa familiar saudável para administrar”, lembra Pedro Henrique.

A decisão de dar continuidade na forma de viver dos pais e das Lojas Sete foi imediata. A partir dali, deu-se início a uma força-tarefa na família. “Precisávamos nos inteirar de todas as áreas da empresa, como administração, regime fiscal e financeiro, compras, gestão de pessoas, estoque e investimentos e ainda definir quem tomaria a frente de cada área”, explica o filho caçula. Segundo ele, foi um desafio, e como não tinham experiência em sucessão, procuraram uma consultoria para ter o respaldo que precisavam. Com o estudo, Pedro Henrique conta que foi possível entender onde seria melhor a atuação de cada um, conforme a afinidade com a área.

O filho mais velho, Paulo Roberto Reis Rabelo, preferiu não participar da administração, mas faz parte do conselho, que foi criado para que todas as decisões fossem tomadas de forma qualificada, descentralizada e aliada aos interesses da empresa. “Qualquer deliberação ou desacordo é passado pelo conselho, que resolve de maneira igualitária para todos, e assim é possível manter os valores e os princípios que sempre nortearam a Lojas Sete”, afirma Pedro Henrique.

Arnaldo, que administrou a loja antes dos filhos

Mas para isso alguns pontos-chaves foram imprescindíveis para que a administração desse certo: a família se propôs a vivenciar o negócio, acreditar, dar sentido, enfrentar os desafios diários, mas principalmente, acatar uma administração profissional. “Aqui profissionalizamos o modelo de administração, e o pessoal não pode interferir ou modificar as regras administrativas”, enfatiza o filho caçula. Ou seja, a conduta da família não interfere na conduta dos negócios. Isso não só possibilitou a continuidade nos negócios, mas também o fortalecimento e crescimento da empresa que possui quase 50 anos, está na terceira geração e tem acompanhado as transformações do mercado.

Divisão das responsabilidades

Com a experiência de décadas, dona Alice Messias Reis Rabelo permaneceu com a administração geral da empresa e o setor de Compras. Ana Cláudia Reis Rabelo é a diretora de Comunicação e Marketing, responsável pela gestão da marca e dos produtos nas redes sociais. Arnaldo Rabelo Júnior é o diretor Comercial. Pedro Henrique Reis Rabelo passou a diretor Financeiro e de Estratégia. Todos participam do conselho administrativo.

De acordo com Pedro Henrique, com o fim da pandemia a Lojas Sete investiu na melhoria de gestão, na capacitação dos colaboradores para vendas e no layout. Um novo showroom com mais espaço foi montado, mais moderno, com vestiários e araras que proporcionam uma experiência de compra diferenciada. “A Lojas Sete é uma empresa multimarcas que vende produtos como tecidos, enxovais de cama, mesa e banho, pijamas, lenços, travesseiros, roupas íntimas masculinas e femininas e muitos outros produtos de cuidados para a casa”, explica.

Nos últimos dois meses, a empresa iniciou o processo de vendas pela internet. A expectativa com o e-commerce é ampliar as vendas e acompanhar o que a transformação digital trouxe para as lojas. E para um futuro próximo a família está trabalhando na ampliação do negócio, com uma filial da loja com produtos para casa e presentes em Goiânia e com planos para outras unidades no estado.

Consultoria para a sucessão

O Sebrae pode ajudar as empresas a construírem um processo de sucessão de forma planejada e segura.

Fale aqui com a instituição para obter informações e atendimento.

SERVIÇO

Lojas Se7e

Local: Av. Castelo Branco, 474, Setor Oeste, Goiânia

WhatsApp: (62) 3251-4041

Instagram: @lojasse7e

Informações para a imprensa

Na sede do Sebrae: Adriana Lima – (62) 3250-2263 / 99456-2491

Na Regional Central | Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Adrianne Vitoreli – (62) 98144-2178

Acesse aqui a Vitrine do Sebrae Goiás

Siga-nos em nossas redes sociais: Instagram, Facebook, Twitter, YouTube e LinkedIn

  • empresa familiar
  • Goiânia
  • loja
  • Sucessão Familiar