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A morte trágica do marido fez com que Marizete Barbosa Castro de Oliveira se reinventasse e começasse a trabalhar no empreendimento da família. Um momento de muita dificuldade, já que antes era dona de casa e não sabia como a loja funcionava.
Após uma semana da perda do esposo, Marizete teve que assumir a HBS Borrachas, em 2006, na capital Goiana, sem tempo de sentir seu luto. “Não tive opção de ficar triste, de ter depressão, de chorar, de nada. Tinha que trabalhar para pagar as contas e criar meus filhos. O meu filho teve que deixar a faculdade pois não tinha condições de manter os estudos dele. E minha filha ainda não estava na faculdade, mas queria fazer medicina o que também foi inviável porque não tinha dinheiro para manter os estudos dela”, explicou.
Assumir os negócios da família foi o caos, segundo as palavras da empreendedora. “Eu não tinha ideia do que era o ramo que atuávamos. Não conhecia nada sobre borrachas. Aí você pode imaginar como foi. Muita gente falou que não daria conta, que era mais fácil vender, mas provei que era possível manter a loja mesmo com todas as dificuldades”, desabafou.
A ajuda de uma funcionária que trabalha no escritório foi essencial para Marizete. “Eu tive uma pessoa que trabalhava no escritório e fazia a administração do faturamento dessas coisas, que me ajudou e ficou comigo por mais cinco anos pra me dar um apoio, ela já queria ir embora, para trabalhar com o seu marido, mas ficou para me dar esse suporte”, disse lembrando que sua loja tem mais de mil itens, fora a implementação de novos produtos que acontece com frequência nesse tipo de empreendimento.
E, desde que assumiu, mudou a forma de gerir o negócio com compra consciente e cobrando dos clientes que estavam devendo. “E assim eu fui conquistando. Comprando baseada nas minhas vendas. Fui comprando, pagando e ganhando a confiança dos meus fornecedores. Quando assumi a loja tinha muitas pendências, mas fui sanando cada uma com o tempo. Hoje eu consigo comprar onde e o valor que quiser. Mas sou muito pé no chão. Eu não compro pensando que eu vou vender, eu compro o baseado que eu já pedi”, afirmou ressaltando o quanto o seu filho lhe dá suporte para manter a loja.
E é com orgulho que Marizete fala que a loja te 37 anos de história e com o mesmo CNPJ. “Quando assumi a loja tinha muitas pendências e aos poucos consegui sanar todas. Cortei os clientes que não pagavam. Prefiro o produto na prateleira do que fora dela sem a certeza que vou receber. Assumi uma postura mais rígida do que a do meu marido e assim eu consegui sobreviver no mercado e não vender meu empreendimento”, ressaltou.
O Sebrae entra na vida de Marizete há cerca de cinco anos e desde então fez uma série de consultorias e cursos de aprimoramento. Mesmo sabendo da importância da entidade para o pequeno empreendedor, Marizete faz algumas ressalvas que acredita que aprimoraria ainda mais o desempenho do Sebrae. Para ela, o Sebrae devia adequar melhor à realidade dos pequenos, pois o que consideram como ideal está muito fora e, por esse motivo, muito difícil de ser aplicada.
Apesar disso, a empreendedora entende a importância de programas como o ALI. “A Juliane, que me atendeu no programa, foi uma ótima consultora, mas fica a dica para aumentar o tempo de o programa para a gente conseguir implementar as informações que nos são repassadas pelos consultores”, disse.
Marizete também participa do programa Delas. A empreendedora destaca que a iniciativa tem um monte de programação e cursos. O Delas tem agendas muito interessantes. O último evento que participei foi um sábado inteiro. Veio vários palestrantes como a Giovana Antonelli, representantes dos Correios, Mercado Livre, Shopee. É super interessante. Eles têm várias programações e cada uma melhor do que a outra”, destacou.
A fórmula do sucesso para a Marizete é fazer as coisas com o pé no chão, fazer as compras do empreendimento com consciência e buscar sempre conhecimento para se aprimorar e qualificar profissionalmente.
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