
A produção artesanal da cachaça de Orizona, no Centro-Leste do estado, é uma história que se confunde com a origem da cidade que remonta o ano de 1840. Sua ocupação na então região da Comarca de Santa Cruz se deu por desbravadores mineiros que se instalaram no local, dando início a um povoado ao redor de uma capela. Na época eles levaram a receita da bebida para a região. E foi assim, de pai para filho, de geração em geração, que a tradição se manteve na cidade. A qualidade e singularidade do produto fez com que, nesta semana, a cachaça fosse reconhecida com a Indicação Geográfica (IG) do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
A Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça de Orizona (Apacor) é a responsável em acompanhar os produtores para validar a indicação e seus integrantes comemora essa grande conquista, que é um reconhecimento oficial da qualidade e da reputação da cachaça, garantindo que ela é autêntica por ter sido produzida em Orizona. O presidente da entidade, Edgar de Castro Correa, agradeceu o trabalho do Sebrae Goiás em todo o processo e de produtores que incentivaram a conquista da IG. “Todo esse envolvimento foi de suma importância para esse feito histórico para nossa cidade, o reconhecimento da indicação geográfica. Gostaria de agradecer ao João Luiz Rabelo e à Daniela Soares Couto, do Sebrae, e gostaria de ressaltar demais o nome do seu José Natal Barbosa, que foi uma pessoa fundamental nesse processo, que sempre acreditou na cachaça de Orizona, na fama, na tradição, na qualidade desse nosso produto”, disse.
O presidente ainda destacou que a indicação chega para eles como um divisor de águas. “Essa indicação é o reconhecimento e a valorização da nossa cachaça e seus produtores. É um dia histórico, estamos em festa. Obrigado a todos e vamos em frente porque temos muitos objetivos a serem alcançados”, finalizou Edgar, lembrando que o próximo passo é fundar uma cooperativa para avançar mais na parte comercial já que a IG fará o alcance comercial ser muito maior.

O reconhecimento é a confirmação da procedência do produto e significa uma ampliação do nicho de mercado para esses produtores podendo participar mais de feiras e eventos nacionais e internacionais. O analista e gestor estadual de Indicação Geográfica (IG) do Sebrae em Goiás João Luiz Prestes Rabelo explicou que com a IG a cachaça passa a ter mais valor agregado e pode se expandir até para o mercado internacional.
João Luiz disse também que o trabalho para conseguir a IG demorou cerca de um ano e meio. “Primeiro fizemos um diagnóstico com o apoio do Sebrae Nacional que detectou a potencialidade para conseguir a Indicação Geográfica. Depois fizemos a contratação da consultora Daniela para montarmos o dossiê, conselho regulador, histórico e de regulações técnicas. Tivemos que provar a notoriedade do produto e que a cachaça fez a cidade ficar famosa. Além disso, também trabalhamos com a associação porque para se conseguir uma IG é necessária uma entidade forte para ser a guardiã”, explicou.
João Luiz também ressaltou a parceria com outras instituições e o conjunto de forças que possibilitou essa conquista. “O Sebrae tem o objetivo de estimular os produtores para aperfeiçoar a qualidade, e por isso levamos representantes do Ministério da Agricultura para conhecer o local, também fizemos uma visita ao IF Goiano ao lado de Orizona. Também contamos com outras parcerias, como a Universidade Federal de Goiás, a Emater, a Regional Centro-Leste do Sebrae, em Anápolis, que atende o pessoal da cidade, além do Sindicato Rural. Temos um leque de oportunidades como a produção de rapadura, açúcar e açúcar mascavo. Os produtores, junto com a UFG, também estão preocupados com a sustentabilidade e buscam maneiras para reaproveitar o bagaço. A universidade vai manter o nível dos produtos. O céu é o limite”, celebrou.
José Natal era professor universitário na UNB e há 20 anos se aposentou e decidiu tocar a fazenda da esposa e manter a fabricação da cachaça na propriedade, porém com mais qualidade e tecnologia, sem se esquecer da tradição da fabricação. Um entusiasta da história local, foi um dos produtores que se empenharam no auxílio para que a cidade alcançasse a IG. Seu livro sobre a história da cachaça em Goiás e em Orizona, que ainda está em fase de finalização e deve ser lançado no próximo mês de janeiro, foi uma das fontes para incluir informações no dossiê para a busca pela indicação.

Produtor da cachaça Minha Saudade, José Natal afirma que as parcerias fizeram toda a diferença. “Essa conquista foi graças ao trabalho que o João Luiz e a Daniela do Sebrae fizeram com a gente. Tínhamos vontade, mas não sabíamos como fazer, e o Sebrae nos mostrou esse caminho. Outras parcerias como a da Universidade Federal de Goiás, com estudos de plantio e reaproveitamento, e a da prefeitura, que nos cedeu o terreno com um prédio já pronto para o funcionamento físico da associação, nos auxiliaram nesse processo. Não fui eu que fiz, nós que fizemos. Esse é o sentido”, finalizou.
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