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Casal empreende e faz sucesso em terra goiana com produção artesanal de queijos suíços

Após apoio do Sebrae a marca Tino Weber é uma das poucas que possui o Selo Arte: certificado de qualidade para produtos feitos artesanalmente
Por Marcos Vieira, de Anápolis
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A Tino Weber Queijaria Artesanal, situada na zona rural de Ouro Verde de Goiás, conquistou recentemente o Selo Arte, um certificado de identidade e qualidade que possibilita o comércio nacional de produtos alimentícios elaborados de forma artesanal. Trata-se de um grande passo para empreendedores que não produzem simplesmente derivados do leite, mas sim alimentos que carregam elementos de duas culturas, a suíça e a brasileira, mais especificamente a do Cerrado.

Quem conta a história é a goiana Rosana Weber, esposa do suíço Tino Weber. “Tino já tinha trabalhado com maturação de queijo na Suíça e ele tinha esse sonho de fazer o produto aqui no Brasil”, diz a empreendedora. Decidiram estruturar a queijaria em uma terra de quase três alqueires.

Empreendedor, Tino Weber

No início compravam leite de criadores da região para produzir os queijos, e os fermentos passaram a vir da Suíça, enviados por um amigo de Tino que trabalha na área. Só isso já era uma amostra da exclusividade do produto, já que há uma segurança no país no que diz respeito à fidelidade das receitas dos seus queijos.

Microrganismos importados, leite adquirido, e então começou a produção do camembert. Rosana explica que na terceira remessa já perceberam que o leite precisava ser de vaca Jersey, considerado o melhor dentre as raças leiteiras, pois possui maior porcentagem de proteína, cálcio, gordura e sólidos (menos água) que lhe confere melhor sabor e o deixa mais nutritivo. Além de render mais na hora de produzir o queijo, também é a2a2: isso significa que facilita a digestão para os intolerantes a lactose.

O casal apresentou o projeto da fábrica na Agrodefesa, que foi aprovado, e deu início às obras. Foi quando perceberam que o queijo produzido variava de sabor a cada remessa devido ao leite comprado de outros criadores. Decidiram, então, criar as próprias vacas.

Novos rumos

Rosana explica que a propriedade rural não tinha tamanho suficiente para uma produção de leite em grande escala. Foram atrás de tecnologia e na Embrapa descobriram capins como o Capiaçu e o Kurumi, mais volumosos e de crescimento rápido, que permitem a concentração de mais animais em espaço menor, principalmente por serem ricos em proteínas.

Segundo ela, com a produção própria de leite o queijo foi padronizado. “Quanto mais carinho damos às nossas vaquinhas, melhor é o leite, que reflete na produção do queijo”, diz.

Visitação

Propriedade onde é feita a produção dos queijos

Outra decisão dos empreendedores foi transformar a propriedade em um local de visitação. Mais de 500 mudas de árvores de espécies do Cerrado foram plantadas. “Queremos que as pessoas conheçam nosso trabalho com os animais. Saibam o que estão comprando, que tipo de queijo é, de onde vem, que conheçam realmente o cuidado que temos”, afirma Rosana.

Ela informa ainda que os visitantes podem ter contato com os animais, e assim ter uma prova natural de que são bem cuidados no dia a dia. “A ideia não é ter uma produção grande, mas algo mais reservado. O que a gente quer é um produto de extremo valor, para que quem consuma saiba que aquilo ali, além de ser tudo natural, sem conservantes, é um produto especial”, frisa a empreendedora.

Sebraetec

Rosana Weber conta que a partir da aprovação do projeto da fábrica pela Agrodefesa, as obras foram iniciadas, mas aí veio a pandemia da Covid-19, que encareceu produtos e serviços e atrasou os planos da queijaria. “Mas fomos levando, devagar, com muita luta”. Foi aí que o Sebrae entrou na vida dos empreendedores.

Há cerca de um ano Rosana fez contato com a Regional Centro-Leste do Sebrae Goiás, em Anápolis, e firmou uma parceria por meio do Sebraetec, que passou a disponibilizar as ferramentas para que a empresa conseguisse o Selo Arte. Segundo ela, a orientação foi fundamental, pois se trata de algo longo e que exige muitos documentos.“Não é uma legislação fácil para o pequeno produtor, mas sabíamos que é algo que vale a pena, pois hoje são poucos que trabalham com queijos que possuem um selo que valida a produção artesanal. A certificação já começa a render frutos, com o aumento pela procura”, garante.

Casal empreendedor com a filha

“Já existe um público cansado de ultraprocessados, que quer consumir de empresas que se preocupam com o bem-estar animal, que valorizam a produção de alimentos saudáveis”, comenta Rosana. A empreendedora conta ainda que gosta de ver a reação das pessoas ao experimentam os produtos da Tino Weber Queijaria Artesanal. “Valeu a pena o trabalho que tivemos. Foi muito difícil, mas é muito satisfatório. Uma semana depois da conquista do selo as pessoas já começaram a ir atrás dos nossos produtos e estão nos ligando para saber mais”, comemora.

Homenagem

O cardápio de produtos da Tino Weber Queijaria Artesanal está previsto para ter uma variedade de diferentes tipos de queijos e também manteigas artesanais. Os produtos criados pelo casal serão liberados para produção definitiva e venda à medida que vão adquirindo as licenças dos órgãos de fiscalização.

Mas um deles revela a homenagem que o casal quis fazer à terra na qual eles tiram o sustento do dia a dia: o queijo Goiaz. A descrição diz que se trata de um queijo semiduro de textura macia, com sabores e aromas de coalhada e creme de leite fresco, com toque frutado que remete às frutas vermelhas do Cerrado. Trata-se de um queijo que leva quatro meses de maturação.

Serviço

Tino Weber Queijaria Artesanal

Endereço: Rodovia GO-451, km 12, ao lado da Ferrovia Norte-Sul, Fazenda Borboleta, Chácara Recanto Suíço, Ouro Verde de Goiás

Whatsapp: (62) 99243-1528

Site: queijo.info

Instagram: @queijariatinoweber

Informações para a imprensa:

Na sede do Sebrae: Adriana Lima – (62) 3250-2236 / 2252 / 99456-2491

Na Regional Centro-Leste | Anápolis: Marcos Vieira / Agência Entremeios Comunicação – (62) 98124-7487

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