Agência Sebrae de Notícias

Nesta quinta-feira (21), segundo dia do Interleite Brasil 2025, o diretor superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, participou do painel “Estratégias associativas e de diferenciação – Passos essenciais para a agregação de valor e verticalização de sucesso no leite”.

Antônio Carlos salientou a satisfação por contribuir com um evento da relevância do Interleite Brasil diante da temática discutida, com foco no futuro do leite no país. “Nós temos a total convicção da contribuição do trabalho feito por todos vocês: produtores, indústrias, fornecedores de insumos, estudantes, técnicos e consultores, que fazem e farão pelo desenvolvimento do setor”, destacou.

O diretor superintendente compartilhou informações relevantes sobre os caminhos que podem ser percorridos para se alcançar os objetivos. Para tanto, sintetizou dados que demonstram o cenário e o percurso a ser percorrido pela produção de leite nacional, considerando o Brasil como um grande produtor de leite, com mais de 1 milhão de produtores, segundo o censo. “O que percebemos a cada ano é uma transformação que o setor está passando e fico muito feliz ao observar as mudanças, demonstrando um avanço na especialização e na produção”, disse, ao comparar a pauta do passado, em que se discutia o preço de comercialização do leite, e o cenário atual.

Antônio Carlos também apresentou dados do setor em Goiás, que apontam para a relevância do valor agregado do leite no estado. “Para terem uma ideia, a cada R$ 1 milhão investidos no setor, são gerados R$ 7,2 milhões, e esse aumento de renda estimula consumo e, consequentemente, impulsiona a produção geral”, analisou.

Contudo, ao abordar a verticalização e agregação de valores, o diretor superintendente apontou vários desafios que surgem nesse percurso, como a baixa rentabilidade da atividade, nível de planejamento e de gestão, custo crescente, mão de obra, além de produtos sem rastreabilidade, controle de qualidade e diversificação. “Ao mesmo tempo em que temos desafios, nos trazem inúmeras oportunidades e, dentre elas, temos hábitos de consumo, cada vez mais, em que o consumidor busca certificações, sustentabilidade, regionalidade e experiências”, pontuou.

Para Antônio Carlos, um dos fatores que têm contribuído de forma favorável com o setor é a tecnologia. “Ela nos possibilita inúmeras e várias chances de mudarmos a realidade com digitalização, automação, genética e diversidade de produtos”, salientou.

Ao tratar da verticalização, Antônio Carlos alertou para a necessidade de o produtor estar atento para as condições de eficiência alcançadas dentro da produção e acerca das condições de avanço da propriedade em relação ao investimento e, ao mesmo tempo, agregar valor ao produto, entre outros fatores. “Temos condição de evoluir nesse processo de fazer uma migração do que estou acostumado a fazer todos os dias e repetidamente ou passo a pensar na verticalização”, disse, ao mencionar fatores que precisam ser observados e avaliados pelo produtor.

Antônio Carlos chamou a atenção para a importância e necessidade da maturidade dos gestores na tomada de decisões dentro das propriedades produtores de leite para o fato de que não irão apenas trabalhar com os cuidados com o rebanho e a ordenha, mas vai além, já que o leite passa a ser matéria prima para novos produtos. “Isso tudo nos traz a uma questão importante a que temos que estar atentos, já que o leite gera derivados”, complementou.

Orientação e apoio ao empreendedor

Contudo, Antônio Carlos destacou o quanto a contribuição do Sebrae tem sido importante para os pequenos negócios, que somam mais 90% dos CNPJ constituídos, sejam na indústria, comércio, serviços, agro em que estão incluídos os produtores rurais para receberem orientação e suporte na tomada de decisões. “Temos uma história importante nesse processo, com um universo de soluções e inovações que acontecem no segmento empresarial, fomentarmos e apoiarmos o empreendedor e darmos a oportunidade para que o produtor possa pensar em agregar valor à sua matéria prima”, apontou.

Diante do exposto, Antônio Carlos destacou ainda que a verticalização é a ampliação do controle sobre os elos da cadeia diante do que já era realizado pela propriedade, com a visão de todas as demandas que passam a surgir a partir desse processo.

Por fim, o diretor superintendente abordou o trabalho que já é realizado por produtores de queijos artesanais, que foram conduzidos a buscarem pelo Selo Arte. Muitos deles não conquistaram apenas o reconhecimento nacional, mas participaram e participam de eventos especializados fora do circuito nacional, também com reconhecimento da qualidade dos produtos.

Após Antônio Carlos, ocuparam o palco do painel, Victor Vidal, supervisor comercial da FS Fuelling Sustentability, que apresentou o Uso do DDG de Alta Proteína para nutrição de gado leiteiro de alta produção; e Luis Carlos Brandt, da Natercoop, com sede no Espírito Santo, que falou sobre condomínios de produção como alternativa de escala para produtores familiares.

Ao final do painel, o CEO da Milkpoint Ventures, Marcelo de Carvalho, comandou um talk entre os três participantes para responder questões apresentadas pelo público presente.

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