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A Regional Centro-Leste do Sebrae Goiás realizou em Bonfinópolis, nesta quinta-feira, 27, o 5º Encontro Regional Temático do Cidade Empreendedora, fechando o ciclo de eventos do programa no ano de 2025. Servidores públicos, agentes de desenvolvimento e atendentes de Salas do Empreendedor da Regional assistiram uma palestra com o tema “Integridade e Compliance na Gestão Pública”.
O Cidade Empreendedora do Sebrae é uma estratégia voltada diretamente para a gestão municipal. O programa transforma municípios por meio da melhoria do ambiente de negócios, incentivo ao empreendedorismo e fortalecimento da economia local.
O encontro aconteceu na Câmara Municipal de Bonfinópolis e além dos anfitriões, contou com as presenças de representantes de Alexânia, Abadiânia, Leopoldo de Bulhões, Silvânia e Pirenópolis. Para o secretário de Indústria, Comércio, Cultura e Turismo de Bonfinópolis, Welksson Jesus Moura, o tema escolhido para o município é a principal meta do prefeito na gestão da máquina pública.
“O nosso prefeito, Lucas do Galdino, escolheu como primeira meta em seu plano de governo, ainda na eleição, a implantação de práticas de compliance na administração municipal, visando alcançar as diferentes melhorias que podemos conhecer melhor hoje, na palestra oferecida pelo Sebrae”, disse o secretário municipal.
A palestrante, advogada Vivian Camargo, apresentou ferramentas fundamentais para que órgãos públicos e empresas privadas possam implantar práticas de compliance, minimizando riscos, garantindo a ética e a integridade nas operações cotidianas e fortalecendo a governança corporativa. Segundo a especialista, um processo de compliance exige identificação da matriz de risco, estabelecimento de condutas, normatização de procedimentos internos, implantação de um canal de denúncias e Due Diligence, termo em inglês que significa diligência prévia.
Vivian ensinou que todos esses processos só terão sucesso se o gestor se engajar nas práticas e tiver uma conduta ética. “Compliance só funciona de cima para baixo”, destacou. Outro ponto fundamental, repetido pela palestrante em diferentes momentos, é a necessidade de todos os setores do órgão se comunicarem de forma transparente e assertiva, seja internamente ou com o público atendido.
A especialista destacou ainda a importância de o gestor compreender a diversidade de pensamentos que compõe um quadro de servidores, respeitando cada uma dessas perspectivas. Vivian explicou que um ambiente diverso fomenta a inovação e criatividade, o que gera ganhos nas duas pontas de um processo. O combate à corrupção também foi tratado pela palestrante, que deixou claro que desvios de grandes somas em dinheiro ou de algo pequeno, como uma resma de papel do poder público levada para casa, são transgressões que não podem ser admitidas. “O código de conduta surge para alinhar valores e princípios”, frisou.
Vivian disse também que o compliance começa com o mapeamento, que é a matriz de risco. “Pois cada cidade, cada prefeitura, cada organização tem as suas necessidades, seus riscos. E para eu trabalhar em cima disso, eu preciso conhecê-las”, informou. A palestrante propôs um exercício: ao invés de meros “resolvedores de problemas”, expressão que por si só já denota certo cansaço no exercício das atividades diárias, o servidor público poderia se enxergar como um “entregador de felicidade”. “Afinal de contas, quando se resolve um problema, as pessoas ficam felizes, agradecidas”.
O processo de compliance também passa pela autoavaliação de cada um, que precisa compreender vulnerabilidades para corrigi-las. A comunicação clara e o treinamento frequente também são fundamentais para o sucesso das novas práticas. “São dois a três anos para mudar a cultura organizacional. Mas é certeza absoluta que muda e o servidor passa a se sentir pertencente àquele lugar, se sente valorizado”, ressaltou Vivian.
As mudanças promovidas pelo compliance atingem todas as áreas. Segundo a especialista, a Due Diligence é o que faz com que terceiros passem a ter suas condutas verificadas. “A empresa contratada pela prefeitura para fornecer água mineral não pode ter um endereço na Receita Federal divergente da sua loja física, não pode ter menores sem registro entregando os garrafões por meio de bicicleta. Ao aceitar isso, o programa é quebrado”, exemplificou a palestrante.
O analista do Sebrae Goiás Ewerton Costa destacou a importância de se levar temáticas como o compliance aos municípios, gerando ações positivas que impactam na ponta, seja a população ou mesmo os empreendedores locais. Ele frisou que o Sebrae trabalha o desenvolvimento territorial por meio dessas ações temáticas. “Hoje trabalhamos o compliance e a integridade corporativa, mas passamos por identidade territorial, gestão de resíduos e outros temas que geram impactos positivos nos municípios atendidos”, completou Ewerton.
As edições do Encontro Regional Temático do programa Cidade Empreendedora passaram por Anápolis, Alexânia, Silvânia e Pirenópolis antes de chegar a Bonfinópolis. Além de sustentabilidade e compliance, foram abordados temas como inclusão socioprodutiva, inovação e turismo e governança.
Segundo o analista do Sebrae Fausto Valentino, foram temas bem atuais que envolveram todos os representantes dos municípios, levando conhecimento, capacitação e atualização do que há de melhor na área da gestão de políticas públicas. “Hoje falamos de compliance e pelo que vimos, foi tema muito propício para Bonfinópolis, que tem como primeiro objetivo, dentro do seu plano de governo, a instalação do compliance. Eles estão no caminho certo e podem contar com o Sebrae na orientação da implantação dessa solução”, concluiu o analista.
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
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