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Jornada Criativa do Artesanato traz novas perspectivas para artesãos goianos

Participantes compartilharam transformações proporcionadas e as coleções desenvolvidas por meio das consultorias
Por Izabela Carvalho, de Goiânia
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Projeto é uma parceria do Sebrae Goiás e da Associação Brasileira de Profissionais de Moda (ABPModa) (Fotos Edmar Wellington e Divino Batista)

O projeto do Artesanato Goiano do Sebrae Goiás, em parceria com a Associação Brasileira de Profissionais de Moda (ABPModa) encerrou nesta terça-feira (30) a Jornada Criativa de Artesanato na sede do Sebrae em Goiânia. Os participantes compartilharam as transformações proporcionadas pela jornada, e as coleções desenvolvidas a partir das consultorias criativas.

A gestora do Projeto Estadual de Artesanato do Sebrae Goiás, Daniela Caixeta, explicou que a jornada foi um trabalho de transformação, com o grupo preparado para o mercado. Daniela explicou que os artesãos saem da consultoria com coleções, inovação e histórias. “São produtos prontos para o mercado. Foi um trabalho muito importante para o nosso projeto, porque o design vem para transformar os produtos de artesanato já existentes”, disse.

Daniela Caixeta, gestora do Projeto Estadual de Artesanato do Sebrae Goiás

Para a gestora, o investimento feito nesses empreendedores trouxe muitos resultados. “Acredito que teremos vários produtos de um artesanato goiano com identidade mesmo”, ressaltou.

A ABPModa trouxe os consultores criativos Jackson Araújo, que é mestre em arquitetura, e o estilista Lucas Bettin, ambos radicados em São Paulo. Em um total de 92 horas técnicas, a jornada teve como base abordagem do design ampliado em diferentes tipologias artesanais, combinando oficinas presenciais, consultorias individuais presenciais e on-line.

Os consultores criativos Jackson e Lucas

Para Jakson, foi uma experiência marcada pela imersão nas próprias histórias de vida e identidade criativa de cada participante. O objetivo foi fortalecer as diferenças de linguagem e expressão artística, tornando cada trabalho único e competitivo no mercado.

“O processo foi guiado por uma matriz de estudos apresentada pelo Sebrae, que propõe quatro eixos de inspiração para o desenvolvimento de coleções em que as festividades representam o coletivo em celebração no território, histórias locais e do cotidiano, e a relação com o lugar de cada um no mundo, incluindo paisagens, arquitetura, natureza, construção do ambiente, a natureza. Por último, a gente trabalhou a questão da sustentabilidade”, detalhou.

A partir dessa metodologia construída coletivamente, os artesãos elaboraram pequenas coleções que refletem suas identidades culturais e artísticas.

Lucas Bettin explicou que os participantes foram estimulados a desenvolver uma coleção autoral dentro dos seus trabalhos de artesanato. “Partimos de uma investigação e uma autopesquisa para que eles entendessem e conseguissem aprofundar quais os elementos compõem a sua identidade estética de trabalho, as suas identidades, e aplicar isso ao desenvolver uma coleção com o tema específico, e hoje foi a apresentação desta coleção”, resumiu.

A artesã Andrea Jácomo Balestra, que trabalha pintura em aquarela em cerâmica

Andrea Jácomo Balestra trabalha pintura em aquarela em cerâmica e apresentou a coleção “Meu Araguaia”. A artesã resume que a experiência foi “maravilhosa”. Isso porque realizou um trabalho de forma empírica e amadora. “Eu não tinha nenhuma formação com relação às cores, ao processo de criação em si. Foi um facilitador. Realmente foi uma virada de chave. Me ajudou bastante em todos os sentidos. Porque você sai do amadorismo, usando a técnica de uma forma mais profissionalizada, com outro olhar”, avaliou.

Para Andrea a experiência possibilitou o acesso a informações que ajudam na construção do projeto final e do trabalho final. “Eu participei de muitos ateliês que me ensinavam a pintar, mas essa técnica eu nunca tinha tido, nunca tinha recebido essas informações”, disse.

A artesã Celma Grace de Oliveira, que é bordadeira e fundadora da Cooperativa Bordana

Celma Grace de Oliveira, bordadeira e fundadora da Cooperativa Bordana, produziu a coleção “Renascimento um Natal no Cerrado”. Para ela, a jornada representou um lugar de inquietação. “Provocou reflexões, não só pessoal, mas para a minha cooperativa, no sentido de a gente estar sempre buscando inovar, à procura de soluções para os nossos desafios. O Jackson e o Lucas tocaram em pontos que abriram a mente da gente para nós enxergarmos além do nosso cotidiano”, sintetizou.

Chris Alves é ceramicista

A ceramista Chris Alves formatou a coleção “Joias de Barro” e avaliou que quando começa a desenvolver um determinado trabalho, muitas vezes não se tem noção de onde vai chegar. “Estar nesta jornada traz muito mais direcionamento e profissionalismo para o trabalho. Estou saindo de uma etapa em que o artesanato já não tinha a força que ele tem na minha vida. A jornada complementou esse momento com muitas informações e trocas”, assimilou.

Na opinião de Chris, o grupo foi instigante. “O olhar para o meu trabalho foi aguçado, assim como para as cores, para a temperatura e para o clima que o trabalho promove”, disse. Segundo a artesã, a metodologia vai ajudar a ver melhor e limpar um pouco mais o terreno do trabalho, do ateliê, além de fazer as seleções. “E assim, perceber que tudo com uma metodologia, com etapas, com seleções, escolhas, a gente consegue comunicar melhor e mais”, arrematou.

O artesão Elismar Santo que produz luminárias

Elismar Santo produz luminárias com diversos materiais recicláveis e compartilhou a coleção “Luzes do Cerrado”. Ele relatou surpresa no primeiro momento, ao iniciar as consultorias. Mas depois a conversa foi desenrolando e antes da metade do primeiro dia eu percebi que eu estava no lugar certo, com as pessoas certas. E o conhecimento desses dois, do Jackson e do Lucas, tem sido de grande importância, que era uma coisa que eu já estava buscando”, admitiu.

Para Elismar, a jornada fez sentido por ir ao encontro dos objetivos para os trabalhos. “Porque o objetivo das minhas peças não é só produzir uma luminária, mas que ela possa ter outras funções dentro da casa, com uma expressão do cerrado, da força, da energia da mulher. O design é de suma importância para o meu negócio. O curso veio a calhar como uma das coisas mais importantes no processo da criação das minhas peças”, afirmou.

O artesão José Inácio, que trabalha com bordado e cerâmica

José Inácio aplica técnicas de cerâmica e bordado e construiu a coleção “Mater Cerrado”. Para ele, as consultorias foram um divisor de águas. “Eu tinha uma visão mais limitada, mas os professores trouxeram uma amplitude maior na parte de desenvolvimento do meu produto já consolidado”, avaliou.

A busca pelo aprendizado foi uma constante no percurso de José. “Eu fiz ser útil essa consultoria em todos os aspectos, para que eu pudesse aprender mais e desenvolver melhor a minha arte dentro de uma coleção, ao invés de um produto único e específico”, disse.

Karine Brasil é joalheira

A joalheira Karine Brasil foi conduzida à coleção “Folia de Rainha”. Na opinião dela, a consultoria representou uma amplitude de pensamento. “Um novo olhar para o meu trabalho e para o design, para o criativo”, destacou.

Para Karine, que já tinha tido Jackson como consultor, de forma individual, a jornada reforçou a qualidade do atendimento. Além disso, contou que a coleção foi inspirada na Folia de Reis, uma festividade tradicional de Goiás. “É um trabalho que eu nunca tinha feito. O Jackson me ajudou demais. Eu estou muito feliz e respirando aliviada de poder entregar isso hoje”, disse.

Katiane Francis trouxe a coleção Ninho de obras

Katiane Francis desenvolve a técnica fiber emballage e com ela produziu a coleção “Ninho de Cobras”. A experiência proporcionou pequenas mudanças que fizeram diferença nos resultados. “Foi uma delícia, porque ter um olhar diferente, treinado, faz diferença. Para mim foi muito gratificante, foi uma experiência maravilhosa”, ressaltou.

Para Katiane, a perspectiva é de melhora e de crescimento. “Eu vejo essa consultoria do Sebrae como o abrir de uma nova janela. Sabe quando você está dentro da sua casa, e você abre a sua janela e se depara com o céu azul, com a natureza, com cores? É justamente isso”, compartilhou. A mudança já é visível no resultado das peças de Katiane. “Eu trabalhava com os tons mais terrosos, mais frios. Neste momento eu quero trazer cores, e são as cores que eu trouxe para a apresentação do trabalho hoje e também para as próximas peças”, assinalou.

Maria do Carmo Oliveira trouxe pintura em tela e crochê

Maria do Carmo Oliveira reuniu pintura em tela e crochê para produzir a coleção Joia de Barro. Ela avalia a jornada como experiência enriquecedora. “Eu tinha algumas ideias, mas eram soltas, sem ter uma linha que eu pudesse seguir. A consultoria me deu o norte e agora estou colocando as ideias que tinha em prática. Tudo isso, com o auxílio e a orientação dessa consultoria. Se não fosse essa consultoria, eu não teria chegado nesse patamar”.

A artista têxtil Nezilda Barreto

Nezilda Barreto, artista têxtil, produz tramas em macramê e criou a coleção “Raiz e Flor Ipê do Cerrado”. Segundo ela, a consultoria representou um olhar para dentro. “Ver toda a dificuldade de me posicionar como uma artista, como uma pessoa desse meio e ver que eu preciso”, destacou.

A artista têxtil também salientou a importância da jornada como coadjuvante para ajudá-la a mudar. “Percebi que eu posso mudar essa mentalidade, me colocar como uma artista têxtil no nível dos outros artistas aqui. É algo em que eu vejo crescimento e possibilidade”, garantiu.

Rita Pettersen trouxe a coleção “Cerrado Déco Jatobá”

Rita Pettersen trabalha com vidro-fusão ou fusing e apresentou a coleção “Cerrado Déco Jatobá”. Para ela, as consultorias foram importantes no sentido de tirá-la da zona de conforto. “Ela desafiou a gente a criar algo realmente fora dos padrões que a gente vinha trabalhando e fazer algo relevante, tanto em termos conceituais, quanto ter um significado e pensar nesse nisso aplicado ao trabalho. Também em termos visuais, estéticos, se realmente aquilo está bonito, a questão do acabamento, não deixar pontos sem nó, deixar tudo fazendo sentido”, avaliou.

Tuka Pereira trouxe a coleção “Aquilo que me toca e o abraço que acolho”

Tuka Pereira desenvolve modelagem em argila, com a coleção “Aquilo que me toca e o abraço que eu escolho”. Ele afirmou que a jornada representa uma virada de chave. “É um universo novo, a cabeça da gente sai daqui fervilhando. É cada coisa que aprendemos, que as mãos não conseguem produzir a quantidade que a cabeça manda”, arrematou.

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INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA

Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463 | Kalyne Menezes – (62) 99887-4106

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