
No Dia Nacional da Visibilidade Trans, 19 de janeiro, o Sebrae Goiás promoveu uma palestra com a Top Voice do LinkedIn, Judá Nunes, para falar sobre oportunidades e desafios do empreendedorismo para pessoas trans. Naquela data, a instituição reuniu um público-alvo no HUB Goiás e lançou oficialmente o Programa Inova Plural, que tem como objetivo incluir públicos invisibilizados na sociedade, entre eles empreendedores trans que enfrentam preconceitos, além das dificuldades encontradas por aqueles que querem empreender e ter sucesso. Entre as ações do programa, foi apresentado o Efeito Furacão Trans.
O objetivo, segundo a gestora do Inova Plural do Sebrae Goiás, Thaís Oliveira, é promover o empreendedorismo como mecanismo de transformação social, ao ampliar os negócios liderados por pessoas de grupos minoritários na sociedade. Dessa forma, o programa promove a igualdade de oportunidades, diversidade e inclusão, por meio de relacionamento acolhedor, inclusivo e plural. “A inclusão de pessoas trans na capacitação e no mercado de trabalho é um passo fundamental para a construção de um futuro mais igualitário e justo para todos, independente da identidade de gênero”, ressaltou.

Em parceria com a aceleradora Be.Labs, a jornada ofereceu uma abordagem empática e colaborativa para desenvolver soluções inovadoras centradas no usuário. De acordo com fundadora e CEO da Be.Labs, Marcela Fujiy, a formação incluiu cerca de 20 horas de aulas ao vivo, distribuídas ao longo de 10 semanas, 2h30 de mentorias individuais de aulas ao vivo com especialistas, com todo conteúdo 100% on-line e gratuito. “Minha atuação foi mais estratégica, acompanhando de perto o desenho, os resultados e, principalmente, garantindo que essa jornada fizesse sentido para as pessoas empreendedoras que estavam ali”, explicou Marcela, que trabalha com negócios de impacto e já apoiou mais de 3.800 empreendedoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O Efeito Furacão possui cinco etapas que acompanham o ciclo de um negócio nascendo com força, identidade e direção. Na etapa ‘A Formação do Furacão’, o objetivo é saber quem é a pessoa empreendedora, de onde ela vem e o que ela carrega. “Nesse momento, falamos de futuros desejáveis, autoconhecimento, escuta, empatia, sororidade. É o momento em que elas começam a se enxergar como protagonistas de verdade”, conta a facilitadora. Em seguida a ‘Borda do Furacão’, em que o foco é em propósito, estratégia, pesquisa, personas e vieses inconscientes. É quando o negócio começa a ganhar forma e a pessoa entende o impacto real que pode gerar.
Já a etapa ‘Olho do Furacão’, segundo Marcela, é a parte mais intensa da jornada, em que é trabalhado o Produto Mínimo Viável (MVP), modelo de negócio, marketing digital e pitch. É quando a ideia vira plano e o plano ganha coragem pra ser colocado no mundo. Na próxima etapa é a ‘Parede do Furacão’, em que temas que costumam paralisar são tratados, como finanças, contabilidade e jurídico, com informação acessível e prática.
O encerramento, o ‘Furacão’, é ao mesmo tempo o recomeço. Cada participante apresenta o pitch com orgulho da própria caminhada. “É sobre ocupar espaço, ter voz, ser vista e respeitada. Com a turma do Plural, tudo isso foi ainda mais profundo. A gente trabalhou com pessoas trans que decidiram empreender, ousar, ocupar espaços que tantas vezes lhes foram negados. E foi transformador, para elas, mas principalmente pra mim”, analisou Marcela.
Ela ressalta que, para quem está nessa condição, empreender não é só sobre gerar renda: é sobre existir, ter voz, ocupar a cidade, o comércio, os espaços de poder e sobre o direito de existir. “Foi uma jornada de escuta, coragem e muita troca. E reforçou ainda mais para mim, que inclusão de verdade não é discurso bonito, é prática intencional. É pensar o tempo todo quem está de fora e por quê? E o Efeito Furacão é isso. Um espaço de reconstrução, com afeto e técnica. Um lugar onde as pessoas empreendedoras não precisam se encaixar, elas podem ser quem são e, a partir disso, construir negócios com identidade e impacto”, avaliou.

Thaís Oliveira conta que os resultados foram transformadores e que as participantes formalizaram ou fortaleceram os empreendimentos após a jornada. “Houve aumento de visibilidade social, criação de redes colaborativas e acesso a novos mercados, inclusive com estímulo ao associativismo e à busca por crédito orientado.”
Protagonismo – A ação trouxe histórias de superação e protagonismo. O Efeito Furacão Trans, para Céu Abreu, gestora de diversidade e inclusão, comunicadora social e artista visual, foi uma virada de chave na vida como empreendedora. “O Efeito Furacão Trans foi muito além de conhecimento técnico e ofereceu um espaço de acolhimento, escuta ativa e fortalecimento da minha identidade como empreendedora trans. Foi uma experiência transformadora”, afirmou.
Na jornada, ela conta que aprendeu ferramentas práticas que revolucionaram a visão sobre projetos. “Dominei conceitos como intenção de negócio, criação de persona, definição de produto mínimo viável e análise de comportamento e aceitação de mercado. Esses aprendizados foram cruciais para minimizar riscos e falhas, especialmente para alguém como eu, que empreende com poucos recursos e enfrenta diariamente os desafios da desigualdade social”, explicou a gestora de diversidade e inclusão.
A trilha propiciou adquirir outras habilidades, como em fluxo de caixa, planejamento financeiro, receita, finanças pessoais e análise de custos, apresentados de forma clara e acessível. “Essa base me deu segurança para organizar ideias e estruturar planos com estratégia e foco”, enfatizou Céu, que atualmente trabalha como CLT em uma consultoria de diversidade, na qual aplica a experiência como gestora de inclusão. Mas seu sonho é transformar esses conhecimentos em um negócio próprio. “Quero criar a minha empresa, unir formação, cultura e inclusão para gerar impacto social e sustentabilidade. As ferramentas do curso me guiam a cada passo desde definir o público até precificar e avaliar resultados”, completou.
Outro presente valioso que a trilha de conhecimento proporcionou para a profissional foi o networking. “Trocar afetos, contatos e experiências em um ambiente onde minha identidade trans é respeitada como diferencial fortalece minha caminhada. O Efeito Furacão Trans me ensinou que empreender não precisa ser um ato solitário ou doloroso. Com planejamento, técnica, empatia e apoio, é possível construir trajetórias reais e legítimas”, avaliou Céu.

A atuação em diversidade, comunicação e políticas públicas mostrou para a participante do Efeito Furacão Trans que o empreendedorismo é uma ferramenta poderosa para transformar realidades. “Meu objetivo é aplicar tudo o que aprendi e idealizei, criando um negócio que reflita minha visão. Acredito que pessoas trans têm o direito de ocupar todos os espaços inclusive o empreender com dignidade, afeto, autonomia e renda.”
Gabriela Rhamon, que trabalha com Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), também participou do Efeito Furacão Trans. Ela conta que a jornada foi muito importante, porque ela nunca tinha parado para pensar com carinho, com dedicação, com técnica e conhecimento suficiente para o próprio negócio. “Eu me entendia como uma prestadora de serviço e seguia na vida sem muito planejamento. A jornada me trouxe esse despertar para a organização da minha empresa e para fazer as minhas entregas de forma mais profissional”, avaliou.
Nas Unidades de Alimentação e Nutrição, Gabriela atua com processo de gestão de compras, de cardápio, padronização dos pratos, elaboração de custos, custos fixos e legislação, que envolve a Vigilância Sanitária, programas de controle, de desperdício, gerenciamento de tudo que envolve um restaurante, incluindo treinamento de equipe.
E com esse olhar, Gabriela garante que participar da trilha foi um divisor de águas na vida empreendedora. “Se antes eu atuava como uma freelancer, minha empresa agora possui um escopo de serviços, precificação, briefing, a história da empresa, como foi construída, planejamento, todo o processo que uma empresa profissional precisa ter. Antes era minha família e amigos que me indicava para outros trabalhos e atualmente já consigo captar clientes maiores, contratos mais robustos e isso eu consegui graças ao Efeito Furacão”, afirma.
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