Na quinta-feira (21), no Atenas Club, em Silvânia, no centro-leste do estado, houve uma das conversas mais esperadas da programação que abre caminho para a 3ª edição da AgroSudeste Goiás e 38ª Exposição Agropecuária. O Sebrae Goiás promoveu a palestra “Oportunidades e Desafios de Investimento no Agronegócio Brasileiro e Goiano”, conduzida por Marcos Fava Neves, o Doutor Agro, professor, consultor internacional e um dos nomes mais respeitados quando o assunto é estratégia no campo.

De fala envolvente, misturando bom humor e exemplos do dia a dia, ele fez o público refletir com o conceito de que “O mundo precisa da gente três vezes ao dia”, que resume a dimensão da agricultura e da pecuária brasileiras, responsáveis por alimentar milhões de pessoas diariamente.
No time de representantes do Sebrae, estava Sérgio Monturil, gerente da Regional Centro-Leste, e Fausto Silva, analista da mesma regional e responsável pela organização da palestra, além de Douglas Paranahyba de Abreu, analista técnico do Sebrae Goiás e coordenador do Polo Sebrae Agro. Monturil ressaltou como eventos assim ajudam produtores a investir com inteligência. “Eventos como este reforçam a importância de debatermos caminhos para fortalecer o agronegócio em nossa região”, disse.

Já Fausto lembrou que o agro goiano é potência. “Trata-se de um dos motores da nossa economia, e por isso precisamos estar apoiando os produtores a se manterem fortes, pois precisam de inovação e gestão”, afirmou.
E Douglas, com a visão de quem respira campo, lembrou que o Sebrae busca trazer olhares que conectem a realidade local com as transformações globais. “É essencial que o produtor entenda como decisões do mundo afetam sua fazenda – seja na soja, no boi ou no etanol”, destacou.

O prefeito Carlos Mayer, engenheiro agrônomo e ex-presidente do Sindicato Rural, foi anfitrião do evento. Em sua fala, destacou a força do Sebrae e das parcerias institucionais para levar conhecimento de qualidade aos produtores.
“Foi uma escolha assertiva trazer o Doutor Agro para Silvânia. Precisamos dessa visão estratégica para fortalecer quem produz e quem investe em nossa região”, disse o prefeito.

Disputas comerciais
Um dos momentos mais aguardados da palestra foi a análise de Marcos Fava Neves sobre o cenário político global e seus reflexos diretos no agronegócio brasileiro. O “efeito Trump” e as disputas comerciais foram temas abordados. O palestrante avaliou que a volta de tensões comerciais ligadas à política norte-americana, que ele chamou de “efeito Trump” — impacta diretamente o Brasil. “O ideal é voar abaixo do radar e continuar crescendo sem virar alvo direto”, disse.
Apesar do alerta, Fava Neves tranquilizou sobre a dependência global do Brasil na oferta de alimentos, que é tão grande que dificilmente haverá um bloqueio total. “Eles precisam dos nossos produtos. A tendência é que haja flexibilização nas taxações, mesmo que existam barreiras políticas.”
Outro ponto crucial foi a escassez de trabalhadores qualificados no campo. Para o especialista, o futuro da agricultura depende de estratégias de retenção e valorização das equipes. A sugestão? Investir em treinamento e até adotar modelos de participação nos lucros.

Impactos para o produtor
Com essas reflexões, ficou claro que os produtores de Goiás precisam se preparar não apenas para lidar com clima e mercado, mas também com cenários políticos cada vez mais imprevisíveis. No Brasil, o debate sobre crédito rural, subsídios e políticas ambientais pode mudar de governo para governo. Um corte em linhas de financiamento ou a criação de novas exigências ambientais, por exemplo, pode alterar custos de produção.
No exterior, pressões internacionais ligadas à sustentabilidade – como exigências da União Européia contra desmatamento – exigem que os produtores goianos adotem boas práticas e sistemas de rastreabilidade para não perder espaço no mercado. Mas ele apontou que a tendência é também de flexibilizar essas exigências lá fora, uma vez que adotar medidas ecologicamente corretas como querem exigir, não é viável em curto espaço de tempo.
Na geopolítica e no cenário político interno, pontuou que mudanças nas relações comerciais afetam o câmbio, um fator importantíssimo ao qual o produtor deve estar atento, seja para buscar crédito, comprar insumos e claro, vender seus produtos ao mercado externo. Durante a palestra, ficou evidente que o futuro do agronegócio será marcado por três grandes eixos: tecnologia, sustentabilidade e integração de mercados.

A palestra foi apenas o pontapé inicial da 3ª edição da AgroSudeste Goiás, que neste ano se integra à 38ª Exposição Agropecuária de Silvânia, entre os dias 26 e 31 de agosto. O evento, promovido pelo município e pelo Sindicato Rural de Silvânia em parceria com a Coopersil, Senar, Sebrae E OCB, reúne inovação, empreendedorismo e cultura, impulsionando o agronegócio regional.
A união destes eventos mostra um caminho, quando prefeitura, sindicatos, Sebrae e produtores atuam juntos, fazendo o alcance ser muito maior. Essa mesma lógica se aplica às exportações, em que cooperativas e associações organizadas têm mais poder de negociação que produtores isolados.
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463 | Kalyne Menezes – (62) 99887-4106
Na Regional Centro-Leste | Anápolis: Agência Entremeios Comunicação / Leidiana Batista – (62) 9862-66155
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