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Palestras na Amarê Fashion reúnem mulheres referências em moda no Brasil

Os temas tratados foram repletos de insights valiosos e conexões poderosas que podem impulsionar novas ideias e projetos para micro e pequenas empresas
Por Adrianne Vitoreli, de Goiânia
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Cinco palestras com temas ligados à moda, abordando áreas diversas, como neurociência, inovação, collabs, empreendedorismo feminino e negócios, transformaram a Amarê Fashion – Semana da Moda Goiana, nesta quinta-feira (08), em um verdadeiro hub de conhecimento e inspiração. Com entrada gratuita, as palestras foram ministradas no auditório do evento que acontece até sábado (10) no Centro de Cultura Oscar Niemeyer, em Goiânia. Palestrantes referências nos assuntos proporcionaram um dia repleto de insights valiosos e conexões poderosas que podem impulsionar novas ideias e projetos para micro e pequenas empresas ligadas ao segmento e para aqueles que pretendem efetivar um pequeno negócio.

Neurociências e moda

Nathalia Anjos (Foto Divino Batista)

Autora do livro “O Cérebro e a Moda”, Nathalia Anjos trabalha no segmento há 20 anos. Com toda formação em moda com graduação e duas pós-graduações, fez também pós em Ciências Sociais, Neurociência e Comportamento. É produtora de moda, coordenadora dos cursos de moda da Escola de Moda Senac Lapa Faustolo e fundadora da Voice 176. “Moda, Neurociência e Comportamento – Um Olhar Científico para a Experiência Estética” foi o tema abordado pela profissional.

“Encontrei na neurociência essa multidisciplinaridade, já que estuda o sistema nervoso. E as pessoas são impactadas por estímulos das próprias experiências, muitos deles estéticos, e é aí que a moda se encontra com a neurociência”, explicou Nathalia. Cores, texturas, composições estéticas estão por todos os lugares e, segundo ela, prestamos pouca atenção nas experiências da vida que são estéticas, e a moda leva isso a uma extrema potência porque impacta em como a pessoa se sente.

O estudo sobre a neurociência e a moda, enfatiza Nathália, traz para nossa consciência essa experiência estética. Para os pequenos negócios, a sugestão é conhecer bem o público e propor uma campanha adequada, com uma comunicação e divulgação específicas. “Pensem, por exemplo, em uma mãe. Como você vai chegar até ela? Até que ponto é viável entrar com todos canais de redes sociais? É possível conversar com esse público e ser mais gentil procurando saber até qual o horário mais adequado para apresentar a marca, as coleções. Isso evita excesso e a exaustão, facilita saber qual tecido, a coloração e o que deixa a pessoa mais confortável. Não podemos esquecer que estamos lidando com pessoas, e cada público precisa ser tratado com detalhes e com gentileza nesse sentido”, avalia.

Jacobina

Raphael Aquino (Foto Silvio Simões)

Um dos propósitos fundamentais da marca autoral goiana Jacobina, criada em 2017 pelo designer Raphael Aquino, é a responsabilidade e consciência. E Raphael falou ao público sobre Moda, Arte e Negócios. Ele contou sobre a marca, que é urbana com conceito baseado na conexão da arquitetura, das artes e da moda, que trazem as inspirações necessárias para as coleções. “A moda é uma importante plataforma expressiva, então buscamos ir além da roupa nas nossas coleções. Para nós, a moda é um poderoso emissor e por isso, temos como traço marcante discutir o que torna o humano, único e singular”, ressaltou Raphael.

A proposta da Jacobina é fabricar produtos slow fashion, com escala reduzida, escolha consciente de materiais e reutilização dos mesmos e redução dos resíduos na busca por minimizar o impacto ambiental. Em relação aos negócios, Raphael deixou um recado importante para os empreendedores. “Antes de montar uma empresa, busque o Sebrae e aprenda sobre gestão de negócios, gestão financeira, marketing, como administrar seus negócios e diversos cursos que preparam os empreendedores para serem empresários de sucesso. Falo por experiência própria”, frisou.

Senai CETIQT

Michelle Souza (Foto Divino Batista)

“A Cadeia Têxtil e a Moda – Sinergias para um Futuro Inovador” foi tema da palestra de Michelle Souza, responsável pelo Núcleo Estudos de Futuros do Departamento de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT), do Senai Nacional. Pesquisa de tendência, mapas de tecnologias, inovações, colaborações, inovações, novos processos, matérias utilizados e sustentabilidade foram temas tratados durante a palestra.

“A gente continua com uma tendência muito forte no que se refere à sustentabilidade do setor têxtil e às tecnologias habilitadoras 4.0, que é são a tecnologia das coisas, a realidade aumentada e a impressão 3D, que vieram para auxiliar a cadeia de suprimentos e produção mais sustentável e para ajudar a produzir mais com menos e de forma mais inteligente, mais efetiva”, afirmou. Michelle destacou ainda que o caminho não é a produtividade, mas sim produzir de forma eficiente e de forma que atenda ao que o público deseja, mitigando a sobra de produção e de resíduos e fortalecendo não só a sustentabilidade ambiental, mas também social.

A representante da CETIQT trouxe na sua fala um pouco das tecnologias da Indústria 5.0. “É a humanização dessas tecnologias, onde a gente entende que a tecnologia pela tecnologia não faz nada sozinha, é só uma ferramenta para o humano utilizar”, frisou. Nesse sentido, Michelle lembra que é preciso ter maturidade digital para utilizar da melhor maneira essas ferramentas e ter uma cadeia mais bem estruturada, ágil, flexível e principalmente focada em personalização.

“Estamos vendo no futuro experiências de uso, e não comprar um produto por comprar”, lembra. E para os micro e pequenos empreendedores, Michelle adianta que é muito mais fácil implementar uma indústria 5.0 do que nas grandes empresas, que possuem muitos processos. De acordo com ela, por mais que os pequenos não tenham tanta capacidade de coleta de dados com plataformas como CRM, por exemplo, eles têm a vantagem de estar próximos aos seus clientes e entender o que eles procuram, o que é chamado de localismo, troca de contato com o usuário, o que será muito benéfico para construção das marcas e direcionamento dos negócios.

Naya Violeta

Naya Violeta (Foto Edmar Wellington)

As collabs (colaborações) estão moldando o cenário contemporâneo da moda. E quem falou sobre o assunto foi a primeira estilista goiana a desfilar uma coleção no principal evento de moda do país, o São Paulo Fashion Week (SPFW), Naya Violeta. Criadora da marca e de cultura criativa, trabalha com moda há mais de 15 anos, pensando em perspectivas afroafirmativas. Ela conta que depois de muitas tentativas, a marca chegou até o match com o grupo Soma, com a Farm, onde em conjunto a collab teve recorde de vendas e coloriu o Brasil inteiro com mais de 20 mil peças.

Durante o bate-papo com o público, Naya contou também sobre a collab com a Petrobras e a Bolsa Antirracista com a Universidade Zumbi dos Palmares. Para ela, para se chegar a uma collab é uma construção em que todos precisam ganhar. “No decorrer da marca, a gente nesses 15 anos fez um trabalho de construção e dialogamos com diversas marcas. Não foi a primeira marca que abordou a gente para collab, mas foi a collab que a gente achou que estava em um momento interessante para a marca. Era bom para marca e bom para gente, então todo mundo ganhava. Quando é assim vale a pena”, enfatizou.

As colaborações na moda são parcerias estratégicas entre duas ou mais marcas que se unem para criar produtos ou coleções exclusivas. Essas colaborações podem trazer inúmeros benefícios, mas também exigem cuidados específicos para garantir o sucesso. Entre os benefícios estão o aumento do reconhecimento da marca; inovação e criatividade; acesso a novos públicos; valorização da marca; e retorno financeiro. Entre os cuidados necessários estão o alinhamento de valores e missão, que garante que a colaboração seja autêntica e ressoe bem com os consumidores de ambas as marcas; planejamento e comunicação; qualidade e consistência; gestão de expectativas; e monitoramento e avaliação, pois é fundamental monitorar o desempenho que permita ajustes futuros.

La Robertita

La Robertita (Foto Silvio Simões)

Da periferia de São Paulo, “De Jandira para o Mundo – Histórias da Moda de Uma Mulher Preta”, fechou a programação de palestras de quinta-feira na Amarê Fashion. Laís Roberta da Silva, conhecida como La Robertita, historiadora e influenciadora, é uma das vozes mais potentes e instigantes da moda. Na internet há muitos anos, ela foi construindo uma jornada de avanços e dificuldades, mas nunca se deixou parar por conta dos desafios. Depois da pandemia, sua carreira teve um salto, e La Robertita ocupa atualmente um espaço que discute e inclui mulheres pretas e acima do peso.

“Para a gente entender o funcionamento e a minha presença na moda em vários lugares aos quais eu pertenço, é importante justamente pelo meu ponto de partida não ser privilegiado e entender os desdobramentos da minha existência, da minha fala, da minha presença em alta costura, em semanas de moda de Paris, dentro do mercado de luxo brasileiro, e fazer essa analogia para que todos entendam a potência da minha presença e de pessoas semelhantes a mim”, pontuou.

Para ela, entender as ausências, as lacunas e a escassez também são formas de buscar oportunidades e de empreender. “Como mulher preta e gorda, e estamos em um país em que cerca de 90% das pessoas se definem como pardas e pretas, isso me dá uma representatividade e sirvo de inspiração para muitas mulheres. Digo que elas podem sonhar e realizar, ressignificar todas as dificuldades, e que o que somos, pensamos e fazemos tem valor, mesmo que o estereótipo da moda seja de mulheres brancas, longilíneas, de cabelos e olhos claros”, afirmou a influenciadora.

La Robertita complementa dizendo que própria existência é justamente pra corromper essa ideia que é uma grande falácia. “Entender a força do trabalho, não de forma narcisista, mas de forma efetiva, que gera valor, lucro, entender nossa força de unidade, de colaboração, e que existem ideias maravilhosas no pensamento de várias mulheres que se julgam e são julgadas fora dos padrões, mas que podem realizar transformações inimagináveis como aconteceu comigo, que atualmente trabalho com mercado de luxo.”

Veja a programação e saiba tudo sobre a Amarê: https://vitrine.sebraego.com.br/amare/

SERVIÇO

Amarê Fashion – Semana da Moda Goiana

Até 10/08

Das 13h às 21h

Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia

Entrada Gratuita

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA

Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463

Na Regional Central | Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Adrianne Vitoreli – (62) 98144-2178

Acesse aqui a Vitrine do Sebrae Goiás.

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