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Páscoa pede chocolates com alma e sabores regionais goianos

Da cozinha de casa para o mundo: engenheira cria marca pioneira em Goiás na técnica “do grão à barra” que já foi premiada em duas edições de concurso em Londres
Por Natalia Nuñez, de Goiânia
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Ovo inspirado no pastelinho da cidade de Goiás, premiado em Londres e marca registrada dos sabores regionais (Fotos Arquivo Pessoal/Divulgação)

Os tempos de Páscoa, em que todos buscam sabores diferenciados, podem também servir de inspiração para empreender, que pode surgir de onde menos se espera. Foi o que aconteceu com Ariana Ribeiro, proprietária da C’alma Chocolate, que depois de fechar uma loja de roupas esportivas da qual foi sócia da irmã por sete anos, queria começar um negócio próprio, do zero em outra área, mas não tinha uma ideia clara.

Ariana é formada em engenharia de produção, mas estava fora do mercado e totalmente defasada, sem contato nenhum com a área fazia muito tempo. “Conversei com ex-professores, cogitei fazer outra faculdade, pensei em vários caminhos, sem saber realmente no que poderia empreender”, conta a empresária.

Foi lembrando do sabor especial de um chocolate artesanal que uma tia lhe trouxe de presente dos Estados Unidos que arriscou fazer seu próprio chocolate diferenciado. “Tinha achado aquele produto tão marcante no sabor e no visual, mas não tinha a mínima ideia de como fazer o meu. Eu nem mesmo sabia que podia fazer o meu próprio chocolate, achava que devia comprar uma barra e derreter. Comecei a pesquisar muito. Foi quando descobri o mundo do cacau”, relembra.

Ela conciliava as pesquisas e experiências com a maternidade, na época tinha acabado de dar à luz a filha Catarina, hoje com 6 anos de idade. Encontrou um curso que ensinava a fazer chocolate em São Paulo, se organizou e ficou uma semana lá. “Fiz mil experimentos antes de achar o caminho, nem sempre dava certo. Foram seis meses testando, errando e por fim acertando. Os familiares provavam tudo e davam a opinião sincera. Foram as minhas cobaias”, brinca.

Nome com alma

A pandemia não chegou a afetar seu pequeno negócio. “Eu fazia em casa, entregava ou as pessoas paravam na portaria e eu levava até o carro. E tudo foi num crescente orgânico, naturalmente”, explica. Ela torrava o cacau, quebrava, descascava, fazia tudo à mão porque não tinha maquinário. Na época, o sogro lhe trouxe um moinho do exterior, porque no Brasil não existe, e sem o equipamento é muito difícil produzir. O cacau fica dois dias no moinho, essa massa é moldada e temperada. Até as embalagens ela mesma fazia: cortava, carimbava, montava as caixinhas.

“Quando vislumbrei a possibilidade de deixar o meu produto em pontos de venda, precisei abrir uma empresa porque necessitava de um CNPJ. Tirar a produção do apartamento. Resolvi alugar um pequeno espaço e contratar uma pessoa”, conta. O interesse dos clientes cresceu naturalmente entre familiares e amigos e depois com desconhecidos e o “chocolate da Ariana” passou a conquistar cada vez mais gente. Postava no Instagram, pegava algumas encomendas. Foi nessa época, 2021, que precisou pensar em um nome. Assim como as receitas e as embalagens, a marca foi ela mesma que criou. “Fui pensando em que sensações eu queria passar com meu produto, escrevi uma lista e cheguei a esse nome que considero perfeito”, diz orgulhosa.

Ariana Ribeiro aprendeu a manipular o cacau para desenvolver seus próprios produtos

Continuou procurando lugares para vender, mas logo os próprios estabelecimentos passaram a procurá-la. Cafeterias e empórios queriam vender seus produtos. Ela não tinha loja, mas tinha um showroom, e os clientes podiam encomendar e ir lá buscar.

No site do Sebrae, pesquisou sobre mercado. Na realização de uma feira, junto com outros expositores, contou com o subsídio da instituição, e esse apoio foi mais uma experiência positiva, um incentivo para continuar investindo nesse sonho. Ariana sempre ambicionou tornar grande a sua marca e construir sua expansão nacional.

Hoje, em uma sede muito maior, a empresária tem oito funcionários, multiplicou a produção e fabrica 300 kg de chocolate por mês. As vendas acontecem pelo site, na loja física na fábrica e nos pontos de revenda. “Enviamos para todo o estado e o Brasil. Até em Gramado, o paraíso do chocolate do país, tem um hotel que revende os produtos C’alma. Já vendemos até para a Suíça”, comemora Ariana, pioneira em Goiás na técnica “bean-to-bar”, ou “do grão à barra”.

Prêmios internacionais

A barra de chocolate mais vendida desde o começo, feita com cacau de alta intensidade, coco tostado e caramelo de café, ganhou o selo Bronze pela Academy of Chocolate de Londres, uma das maiores referências do mundo em chocolates premium, em 2022. “Foi uma alegria muito grande e muito importante porque chancela meu produto de uma forma especial”, celebra.

Recentemente, o sucesso se repetiu, com outro produto que remete a um sabor único e bem típico de Goiás. Ariana fez uma releitura do pastelinho da cidade de Goiás, terra da escritora Cora Coralina. “Fui aprender lá, com uma doceira raiz. A massa é quebradinha dentro, e o doce de leite faz parte do próprio chocolate”, explica. Essa barra ganhou também medalha de bronze, no mesmo concurso, em 2023 e para a Páscoa se transformou, claro, em um delicioso ovo, que faz parte de sua série de “Ovos do Cerrado”, que também conta com sabores de flocos de milho e baunilha, ao leite de baru crocante, jaó, além de castanhas de pequi e mangaba, entre outros.

Variedade de sabores e produtos ganha cada vez mais reconhecimento

Um chocolate de novela

Devido à característica principal do seu produto: a fabricação a partir da amêndoa do cacau, Ariana foi convidada para fazer kits de relacionamento para atrair potenciais patrocinadores e anunciantes para a novela Renascer, uma produção da TV Globo. A novela tem como pano de fundo o universo das plantações de cacau. “Foram quase 600 kits, feitos em poucos dias, em uma caixa personalizada com o nome da novela na embalagem”, descreve a empresária. Outra conquista entre tantas que vêm ajudando a construir a sua marca e firmá-la no mercado como um produto de qualidade única e inteiramente artesanal.

SERVIÇO

C’alma Chocolates

Rua C-156, 63, Jardim América, Goiânia (GO)

Instagram: @c.alma.chocolate

Contato: (62) 99699-4373

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA

Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463

Na Regional Central | Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Adrianne Vitoreli – (62) 98144-2178

Acesse aqui a Vitrine do Sebrae Goiás.

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