Agência Sebrae de Notícias

Na terça-feira (25), o Sebrae Goiás realizou palestra sobre empreendedorismo feminino na Unidade Prisional Feminina de Orizona, a cerca de 140 km de Goiânia. A ação do Programa Plural marcou o encerramento das atividades realizadas pelo IFGoiano, Campus Urutaí, junto à unidade presidiária feminina.

Coordenadora estadual do Plural, Thais Oliveira explicou que a palestra é uma ação do programa, que tem como objetivo a transformação social, geração de renda e inclusão social e produtiva. “Nesse caso, [o projeto é voltado] para as mulheres que estão em situação de reclusão. Nosso objetivo é continuar com este trabalho levando noções de empreendedorismo ainda a outros presídios no Estado de Goiás”, disse.

Leonice de Andrade Carvalho, professora do IF Goiano, Campos Urutaí, detalhou a experiência que conduziu ao projeto na Unidade Prisional Feminina de Orizona. Tudo teve origem em um projeto desenvolvido inicialmente junto a detentos homens, denominado Tessituras, na Penitenciária de Pires do Rio, para levar oficinas de leituras às unidades prisionais. “Era um projeto com o objetivo de resgatar a humanidade, de ler, de refletir sobre a vida, o mundo e as nossas experiências no mundo”, contou.

Contudo, surgiu a oportunidade de associar o projeto para o público masculino a um programa do governo federal chamado Mulheres Mil, voltado a capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade, para que elas possam obter sustento e sobrevivência, além de resgatar “simbolicamente” suas emoções.

“Nós elaboramos dois cursos para cá: olericultura e aquaponia e de contadores de histórias, que são expertises do IF Goiano, que é uma escola que está muito no âmbito agrícola. Hoje, é a finalização desses dois cursos com uma aula de empreendedorismo feminino, que tem como objetivo orientar essas mulheres a usar esse conhecimento que foi adquirido e obter o máximo de proveito de tudo isso que foi ensinado aqui”, acentuou.

Empoderamento e empreendedorismo

Durante a ação, acompanhada atentamente pelas mulheres da unidade penitenciária, a consultora do Sebrae Angelita Amorim abordou de forma conjunta o tema empoderamento feminino e o empreendedorismo. Por meio de exemplos de mulheres que venceram em grandes batalhas, que saíram do zero e foram vítimas de violência doméstica, Angelita explorou perspectivas voltadas a oportunidades, esperança e mudanças positivas, além de explicar como elaborar um plano de negócio.

“Falamos sobre o passo a passo do plano de negócio de uma forma resumida, para elas desenharem um sonho, colocarem no papel e conseguirem alavancar o empreendedorismo mesmo. E, com isso, conseguirem se manter financeiramente”, destacou.

A empresária Lucimeire Caixeta, de Pires do Rio, também teve oportunidade de compartilhar com as mulheres a própria experiência no empreendedorismo. Hoje proprietária de uma cafeteria naquela cidade, ela relembrou o quanto precisou ter garra e dedicação para alcançar o espaço que conquistou. “Não tive herança e não tinha dinheiro, mas acreditei que conseguiria. Independente do lugar que você está, do nível social que você esteja, nós somos mulheres e somos capazes, porque temos na nossa essência a capacidade de fazer algo e fazer aquilo com amor”, compartilhou.

Luciemeire também ressaltou a importância do Sebrae na sua jornada empreendedora. “O Sebrae foi para mim o pontapé inicial de tudo, com suporte na documentação da empresa e por meio das palestras, que muito me ajudaram”, afirmou.

Fausto Valentino da Silva, analista da Regional Centro-Leste do Sebrae, detalhou que o Programa Plural visa promover o empreendedorismo entre grupos minoritários, sub-representados ou em situação de vulnerabilidade, para apoiar e promover o empreendedorismo como instrumento de transformação social, por meio de palestras, formações, encontros e jornadas, e tem como público-alvo mulheres, mães solo, povos originários, negros e população LGBTQIAPN+.

“O objeto é promover uma mudança social na vida das pessoas por meio do empreendedorismo”, disse. O Sebrae sabe que empreendedorismo é algo que muda vidas. Portanto, ele também trabalha visando esses grupos minorizados, contribuindo assim para a promoção do desenvolvimento na sociedade de uma forma geral”, ressaltou.

Perspectiva

Diretora da Unidade Prisional Feminina de Orizona, a policial penal Larissa Cardoso ressaltou junto às detentas a importante oportunidade que lhes foi oferecida por meio dos cursos e das palestras.

R. E. F., de 54 anos, nascida no Mato Grosso do Sul, conta os dias para terminar de cumprir o período de reclusão. Ela, que já tinha experiência como empreendedora com a construção de imóveis para alugar, afirmou que o aprendizado levado por meio das palestras vai fazer a diferença quando sair da penitenciária.

“Achei muito importante esse esclarecimento porque abre mais a visão da gente para o futuro, para o crescimento financeiro e comercial, porque o conhecimento é tudo. Com ele, a gente não fica limitada a uma coisa só”, assinalou.

Para a mulher, que colocou a mão na massa quando decidiu construir as moradias em São Paulo, e que estão alugadas, o aprendizado é fundamental. “Se não der certo numa área, tendo outro conhecimento eu posso ter outros planos. Quando eu sair daqui, a primeira coisa que vou fazer é pesquisar sobre o Sebrae e os cursos que quero fazer. Notei que estou muito leiga no que o Sebrae faz para ajudar as pequenas empresas”, arrematou.

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA

Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463 | Kalyne Menezes – (62) 99887-4106

Na Regional Metropolitana | Aparecida de Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Izabela Carvalho – (62) 99830-2789

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