O Sebrae Goiás, em uma ação da Regional Metropolitana, promoveu na quarta-feira (11), no território quilombola em Aparecida de Goiânia, a palestra “Cultivando a Autoestima Feminina”, com Esthersanne Amorim. A atividade marcou o encerramento da edição de 2024 do Projeto Diálogos da UEG (Universidade Estadual de Goiás), uma iniciativa da instituição de ensino.
O gerente da Regional Metropolitana, Marcelo Moura, prestigiou o evento e assinalou que, dentro da diretriz estabelecida pelo Sebrae Nacional, há o programa Plural, inserido no Sebrae Delas. A iniciativa visa atender todos os empreendedores e potenciais empreendedores em que estão incluídas as minorias. “Estamos em um desdobramento desse programa plural. É uma parceria do Sebrae, por meio da Regional Metropolitana localizada em Aparecida, com o Centro Cultural Quilombola”, destacou.

Marcelo explicou que, por meio dessa parceria, a instituição irá promover ações de conhecimento empreendedor e qualificação profissional junto à comunidade, visando contribuir com a transformação da comunidade. “Essas mulheres são pertencentes à comunidade quilombola. Algumas delas vítimas de violência doméstica”, disse.
Para o gerente, levar conhecimento é importante por se tratar de um agente transformador. “Isso dá uma nova perspectiva e amplia a visão. Esse é o papel do Sebrae”, sublinhou.
A gestora do projeto na Regional Metropolitana, Lúcia Amélia de Queiroz, destacou que um ponto fundamental da atuação do Sebrae é proporcionar às mulheres da comunidade que são participantes do projeto a melhoria da autoestima. “Por meio da palestra, vamos mostrar a elas o quanto são capazes de construir. Se essa mulher começa a empreender, ela melhora a família e, consequentemente, melhora a comunidade”, reiterou.

Na sequência, o Sebrae vai promover capacitações, oficinas de precificação, orientações sobre o plano de negócio e marketing. “Tudo para dar suporte a elas, porque são mulheres que estão criando o seu próprio negócio. Algumas fazem bolos, outras confeccionam roupas ou fazem unha. Nesse sentido, o Sebrae vem capacitar essas mulheres para entrarem no mercado, para empreenderem de uma forma mais estruturada”, ressaltou.
A professora Flávia Valéria Cassemiro Braga Melo, coordenadora do projeto, explicou que, com duração de um ano, a iniciativa está na terceira edição e é desenvolvida por cerca de 40 alunos do curso de Direito. “A ideia surgiu em sala de aula, nas aulas de Antropologia Jurídica, quando nós discutíamos sobre a cultura da violência”, informou.
Flávia detalhou que a disciplina, em uma abordagem cultural, visa compreender o porquê da violência, da persistência desta e do feminicídio. “Nasceu dessa angústia, dessa vontade, a necessidade de fazermos alguma coisa”, pontuou.

A coordenadora assinalou que, a cada ano, a proposta é trabalhar com uma comunidade pré-selecionada e diferente. “É quando ocorre esse momento de escuta, de fala e também de aplicação do conhecimento que os alunos têm sobre a Lei Maria da Penha com a comunidade”, disse.
Os encontros entre os alunos voluntários e comunidade ocorrem mensalmente, quando um determinado assunto é abordado. “Nós não temos pressa, porque a gente quer ouvir as mulheres. É mais um acolhimento, um espaço, e aí a gente tem que fazer de tudo, a gente tem que trazer comida, porque o alimento acolhe. As crianças também são acolhidas pelos alunos, com brincadeiras e conversas”, destacou Flávia.
Por fim, a coordenadora ressaltou a importância da parceria com o Sebrae porque, a princípio, as mulheres recebem informações sobre o que é violência. “Contudo, elas estão, cada vez mais, se munindo de informações, e se encorajando para a emancipação”, afirmou. Nesse sentido, Flávia vê o Sebrae com a chave dessa emancipação. “Ele propicia a oportunidade da mulher ser protagonista”, concluiu.

Thaissa Moraes Rocha, aluna do 2° período de Direito da UEG afirmou que a oportunidade de participar do projeto é gratificante. “Mesmo no começo da universidade, estar num movimento social é significativo. Principalmente diante dos números de violência doméstica contra mulheres, principalmente aquelas com mais vulnerabilidade, com dificuldades de acesso”, destacou.
A estudante assinalou ainda que o projeto é uma oportunidade da levar não só assistência a essas mulheres, porque o grupo também leva carinho até elas. “Nós compartilhamos informações, mas também ouvimos desabafos. Isso é muito importante”, finalizou.

Maria Lourrane Marques de Sousa, 27, participou ativamente do projeto. Para ela, a oportunidade foi significativa não apenas para ela. Com as informações que recebeu, o benefício também pode auxiliar a outras mulheres da comunidade. “Agora, posso ajudar com os conhecimentos e conselhos”, disse.
Autoestima Feminina
Esthersanne Amorim, consultora do Sebrae e palestrante, abordou a conexão que foi trabalhada com as mulheres durante o projeto, o que contribuiu para a autoestima ser desenvolvida e trabalhada em cada uma delas. “O Sebrae está aqui, justamente, falando da cultivar a autoestima. Como essa mulher pode estar melhor e se conhecer, se aceitar como ela é, porque a autoestima é o amor próprio”, disse.

Contudo, a palestrante foi enfática em sua fala ao abordar a autoaceitação. E, a partir daí, conhecer os próprios pontos fortes e os que necessitem de melhoramento. Ela citou de todo o aprendizado que as mulheres tiveram durante o projeto com a professora Flávia. “Se ame, se goste, se cuide, se fortaleça naquilo que você pode ser melhor. E o Sebrae traz exatamente isso, as competências empreendedoras, de acesso às informações”, ressaltou.
A palestrante destacou a capacidade que as mulheres possuem de empreender, ter seu próprio negócio, ou aquelas que têm outros trabalhos ou tarefas e são cada vez melhores naquilo que fazem. “É possível sair das dificuldades, das limitações e trabalhar essas crenças limitantes, com força e determinação”, concluiu.
Para Moanna Matos, gerente comercial da Inovar Cosméticos, a parceria da empresa com o projeto foi uma oportunidade de proporcionar às mulheres da comunidade um momento que, para muitas delas, não é algo habitual. “Nós trouxemos para elas essa vivência estética, da beleza, para o dia a dia delas, para tornar isso possível. Às vezes, elas acreditam que seja algo muito distante, e, na verdade, não é. A gente tem que desmistificar isso, porque beleza vem de dentro”, definiu.

Já Andrea Luiza Rabelo, advogada da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), falou como representante da pasta sobre a importância de contribuir. “Trouxemos às mulheres a oportunidade de conhecer os programas sociais que elas têm para quebrar o ciclo de violência doméstica e familiar”, assinalou.
Além disso, a advogada reconhece que a dependência econômica e financeira é um fator para mantê-las no ciclo de violência. Contudo, o Estado de Goiás trabalha em diversos programas, dentre eles o Goiás por Elas e diversos outros do Goiás Social, junto com os parceiros, para que elas possam quebrar o ciclo de violência.
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
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