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O Sesc Cidadania, no Jardim América, sediou nesta terça-feira, 25, o Inspira, iniciativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-GO) e Sindicato de Bares e Restaurantes do Município de Goiânia (Sindbares), com apoio do Sebrae Goiás. Empresários do segmento de alimentação fora do lar lotaram o espaço para ouvir a chef Janaína Torres, a Dona Onça, referência na gastronomia nacional, que compartilhou muito do que já apurou sobre as características da culinária goiana, com foco na valorização das raízes e afetividade na cozinha. O encontro contou com painéis e palestras que abordaram direito e Inteligência artificial, aplicados aos negócios do setor.
A analista do Sebrae Goiás, Camilla Carvalho, destacou que a ideia do evento, como o nome já diz, é inspirar os empresários. “Trouxemos grandes nomes nacionais e locais, além de empresários, empreendedores e chefes, para inspirar o segmento de gastronomia na jornada que ele mais faz, que é crescer, atender bem, inovar, então os temas são diversos durante esse dia de hoje”, ressaltou.
Camilla pontuou ainda que o Sebrae sempre apoia o segmento e ações do Sindibares e Abrasel. “O objetivo é levar para esses empresários informação, conhecimento e acima de tudo estímulo, então o apoio do Sebrae nesse evento veio agora com a palestra da chef Janaina Torres, a Dona Onça, uma referência na gastronomia nacional, com uma brasilidade que é típica dos produtos, dos serviços e dos seus restaurantes. Nosso interesse é sempre esse, estar à disposição do empresário e trazer informação e conhecimento para que eles sigam crescendo”, reiterou.
Já Danillo Ramos, presidente da Abrasel Goiás, enfatizou a relevância do evento para o segmento com foco em proporcionar mais conhecimento aos empresários. “Esta é a nossa primeira edição do Inspira, que é um evento que veio para ficar. Ele representa a nossa missão, que é capacitar o empresário a criar um ambiente, trazer novidades, pontos de atenção que ele tem que ter com o seu negócio”, destacou
Danillo pontuou ainda que ao disponibilizar um local para reunir os empresários, “proporcionamos um momento para que ele possa refletir, implementar melhorias, ter mais produtividade e estar atento às mudanças do dia a dia, que vão impactar no negócio dele”, disse.
Oportunidades e brasilidades
A chef Janaína Torres, que é dona de outros restaurantes em São Paulo, além do Dona Onça, compartilhou a importância do suporte oferecido pelo Sebrae no início da própria jornada empreendedora, quando montou o primeiro restaurante. Mas a história dela começou ainda antes, quando na juventude produzia e vendia sanduíches na rua para contribuir com as despesas da família, formada pela mãe, ela e uma tia.
Em sua palestra, Janaína destacou que as brasilidades presentes na cultura alimentar do país oferecem um amplo campo de oportunidades para novos negócios, pesquisas e diferentes vertentes do empreendedorismo. Segundo ela, há um vasto potencial dentro dos próprios territórios, que pode ser identificado a partir de estudos e mapeamentos que revelam produtos, saberes e práticas de valor econômico e cultural.
Com Goiás como exemplo, ressaltou que o Cerrado é um dos biomas mais ricos do mundo, o que resulta em uma das gastronomias mais diversas e, ao mesmo tempo, menos exploradas do país. Por isso, o estado desponta como um verdadeiro centro de pesquisa em cultura alimentar, cujo potencial está diretamente ligado à sua ancestralidade, às práticas culinárias tradicionais e ao cotidiano dos restaurantes locais.
Na opinião de Janaína, a conexão entre território, ancestralidade e gastronomia pode gerar novos modelos de negócio, fortalecer o turismo e consolidar um legado cultural. “É preciso abraçar o território sem vergonha de valorizá-lo”, afirmou, ao reforçar que alimentos típicos como pamonha, panelinha goiana e pequi representam não apenas pratos, mas elementos de identidade capazes de encantar visitantes e impulsionar o empreendedorismo.
Janaína também provocou o público ao questionar se produtos como a pamonha, amplamente consumida pelos goianos, têm sido realmente explorados como patrimônio alimentar, e se há pesquisas suficientes sobre seus usos, história e potencial turístico. Da mesma forma, defendeu que o pequi, frequentemente apresentado com ressalvas, deveria ser valorizado como um sabor único e marcante, capaz de gerar inúmeras possibilidades gastronômicas nos territórios onde se desenvolve.
Para a chef, o verdadeiro avanço ocorre quando produtores, empreendedores e consumidores acreditam nos sabores e saberes do próprio território. “As pessoas precisam abraçar seus produtos e confiar na força cultural que eles carregam”, afirmou.
Por fim, ressaltou que as transformações começam nos microterritórios, nos pequenos negócios, nas escolhas individuais e na valorização cotidiana da cultura local. “Esses movimentos, quando se tornam coletivos, têm força para influenciar tendências e até mesmo impactar a indústria”, explicou.
“Somos nós que construímos as tendências alimentares. Cada indivíduo importa. Quando muitos pensam e agem juntos, as ideias deixam de ser micro e passam a ser macro. Os microempreendedores precisam entender o papel transformador que têm dentro desse processo”, concluiu Janaína.
Contribuição e bons exemplos
O evento contou com a colaboração dos diretores Executivos da Abrasel, Ricardo Saraiva e Sindibares, Fernanda Fernandes e foi prestigiado pelo superintendente Regional da Caixa Econômica Federal, Marciano de Freitas Matos, que também integra o Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae Goiás (CDE), quando abordou a contribuição da instituição para os empreendimentos do segmento.
O advogado Alexandre Limírio e Fernando Benko, proprietário do Jerivá, abordaram o tema ‘POS (sistema para processar transações nas empresas) está com dias contados. Como lidar com isso?’ Também foi realizado o painel ‘Como reduzir o seu custo de mão de obra de maneira legal’, com o juiz do trabalho Rodrigo Dias, o advogado trabalhista Gustavo Afonso e a contadora Sônia Schimit.
‘Inteligência Artificial: como a IA salvou meu restaurante e pode salvar o seu’, foi tema da palestra de Matheus Mason. Por sua vez, o chef Ian Baiocchi abordou ‘No cenário Nacional: Goiânia, Capital da Boa Mesa’. Já no painel Grandes Cases de Sucesso, empresários contaram suas experiências, como Domingos Ávila (Grupo Íz), José Henrique Rodrigues (Grupo Manda Picanha), Emerson Tokarski (Cateretê), Daniel Coelho (Izu Japanese Food), Alice Rodrigues (Grupo Mercatto) e Boni Melo (Grupo Aquarius).
O empresário e palestrante goiano Emerson Tokarski, que também integra o conselho da Abrasel, destacou um dos principais desafios enfrentados atualmente pelo setor de bares, restaurantes e gastronomia, que é a falta de mão de obra qualificada. Gestão de pessoas, liderança e as tendências do delivery, também foram questões abordadas porque o palestrante entende merecerem atenção dos empreendedores do ramo.
Segundo ele, o tema da questão da mão de obra é de relevância. “Cada vez mais escassa no Brasil. Vamos debater esse cenário e reforçar a importância de o empresário investir continuamente em capacitação, tanto para si quanto para sua equipe”, afirmou. Emerson destacou ainda que, “o cenário atual exige das empresas estratégias efetivas de retenção, treinamento e valorização profissional, capazes de estimular a permanência dos funcionários e atrair novos talentos”, afirmou.
No encerramento, Matheus Mason abordou ‘Como ser melhor que todos os seus concorrentes no ano de 2026’. Os palestrantes Paulo Solmucci e Célio Sales trabalharam o tema ‘Aumento da produtividade como ponto central no sucesso do negócio’.
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