Mesmo com muitos desafios econômicos, o Brasil é um país de empreendedores. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2022, realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), seis a cada dez brasileiros (60%) sonham em empreender, um resultado recorde em 23 anos de pesquisa.
Esse e outros importantes dados foram divulgados nesta terça-feira (8), por meio de uma entrevista coletiva híbrida (presencial e on-line), transmitida diretamente de Florianópolis, com participação do presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, da diretora de Administração e Finanças, Margarete Coelho, e do diretor técnico, Bruno Quick.
O relatório GEM mostra que ter a própria empresa é o segundo maior desejo do povo brasileiro, mas por pouco, apenas um ponto percentual, esse desejo não ficou em primeiro lugar. O maior sonho do brasileiro continua sendo viajar pelo Brasil (61%). Em terceiro e quartos lugares ficaram empatados com 54% a vontade de comprar uma casa ou um carro. Já em quinto, o sonho de viajar para o exterior, opção escolhida por 49% dos entrevistados.
Para o presidente Décio Lima, os resultados mostram que o desafio da entidade é gigante para atender a essa demanda. “Temos que chegar até esses empreendedores e prepará-los para que eles entrem no mercado preparados e os pequenos negócios possam alavancar ainda mais a economia e participar ativamente para que o Brasil dê certo”, disse.
Mas Décio alertou que as parcerias serão muito importantes para que o empreendedorismo seja incentivado e efetivado. “Vamos aglutinar parceiros importantes do setor produtivo e, juntamente com os governos municipais, estaduais e federal, criaremos políticas públicas para que esses futuros negócios não fiquem vulneráveis”, explicou.
Brasil tem 93 milhões no empreendedorismo
Ser dono do próprio negócio é crescente no país. O brasileiro deseja ser cada vez mais “patrão” e cada vez menos ser “empregado”. A pesquisa detectou que 67% da população adulta brasileira está envolvida com o empreendedorismo – ou já tinha um negócio, formal ou informal, e/ou visa ter um negócio no futuro, o que significa cerca de 42 milhões de empreendedores.
Com o número recorde de 53% de taxa de potenciais empreendedores (51 milhões), que são pessoas adultas (com 18 a 64 anos) que não têm empreendimento, mas que gostariam de ter um em até três anos, o estudo mostrou que o país tem mais de 93 milhões de brasileiros envolvidos com o empreendedorismo.
A pesquisa mostra que o Brasil tem a segunda maior taxa de potenciais empreendedores. “O país ficou empatado com o Panamá, que tem uma população de apenas 4,5 milhões de pessoas, onde o interesse pelo empreendedorismo também tem crescido devido aos baixos níveis de regulação e impostos”, ressaltou Décio Lima.
A diretora de Administração e Finanças, Margarete Coelho, disse que o banco de dados dessa pesquisa permite tomar decisões assertivas para que os pequenos negócios sejam sustentáveis. “Temos não só que ter políticas públicas, mas também legisladores que trabalhem em benefício desses empreendedores que movimentam a economia e geram empregos. Dessa forma, poderemos ampliar a educação empreendedora e diminuir o número de empresas que fecham as portas nos primeiros anos”, frisou.
Números em ascensão
O relatório GEM 2022 mostra que houve uma melhora na qualidade do empreendedorismo brasileiro. A taxa de empreendedorismo dos negócios estabelecidos, aqueles que possuem mais de 3,5 anos de existência, teve um ligeiro incremento de 0,5%, passando de 9,9% em 2021 para 10,4%, no ano passado. O presidente Décio Lima aponta a estabilidade da crise, a retomada da economia e a melhora na gestão dos negócios como fatores que fizeram diferença positiva nesse quesito.
Com essa taxa de Empreendedores Estabelecidos, o Brasil se manteve na sétima posição, em relação aos outros países que participaram da pesquisa. Na frente estão Coréia do Sul, Togo, Grécia, Letônia, Guatemala e Irã.
Cai empreendedorismo por necessidade
A pesquisa mostra também que houve uma queda na porcentagem da taxa dos empreendedores iniciais, o que reflete uma redução no empreendedorismo por necessidade, o que é considerado positivo e representa que a crise arrefeceu.
Apesar disso, a principal motivação para se abrir uma empresa continua sendo a escassez de empregos: 82% dos entrevistados indicaram como esse sendo o motivo. Em 2021, eram 77%. Empreender para fazer a diferença no mundo foi respondido por 75%, construir riqueza por 64% e continuar uma tradição familiar por 44%.
Pesquisa GEM
A Pesquisa GEM é considerada a principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo. Realizada anualmente há 23 anos, já participaram mais de 110 países, o que representa mais de 95% do PIB mundial. No Brasil, em 2022, foram entrevistados 2 mil adultos e 52 especialistas. Os dados foram coletados entre junho e agosto de 2022. O Brasil é um dos poucos países que participou de todas as edições.
*Com ASN Nacional
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