O sonho de transformar a paixão pela moda em um negócio de sucesso nacional está mais perto da realidade para Gleicy Borges, Luciana Brandão e Marina Freire. As designers elevam a cada dia o padrão de qualidade das peças e conquistam um espaço de destaque no mercado criando e costurando um novo capítulo da moda autoral em Goiás. As três participaram do Programa de Aceleração de Moda Autoral do Sebrae Goiás, em parceria com a Moda Rio e a APB Moda, no primeiro semestre deste ano e foram destaque nas passarelas do Amarê Fashion, que aconteceu em agosto.
Impulsionadas por capacitações que não só aprimoram as habilidades, mas também fortalecem as marcas no competitivo mercado da moda, as estilistas colhem os frutos de muito trabalho, dedicação e aprendizado. Luciana Brandão, que possui a marca com o mesmo nome a pouco mais de três anos, disse que o Programa de Aceleração de Moda Autoral trouxe um conteúdo completo para quem trabalha com autoral. “Pudemos mostrar nossa marca e o grupo abraçou a nossa causa. Esse apoio e acompanhamento são tão importantes que fica até difícil descrever”, conta Luciana, que produz roupa feminina.
A estilista conta que, desde a primeira edição do Amarê Fashion – Semana da Moda Goiana, ela participa do evento e que ter suas peças na passarela esse ano foi um marco. A visibilidade e os feedbacks que Luciana recebeu para ela não têm preço. “Tantas pessoas vieram conversar, tantos colegas da mesma área trocaram ideias e o desfile me apresentou para um público que ainda não tinha acessado. Foi uma experiência maravilhosa”, afirmou. A estilista disse que teve um salto nesse ano.
Ela conseguiu abrir a loja física em um espaço bem localizado, estratégico no Jardim América. “Graças ao curso tivemos uma parte sobre Gestão de Finanças. Não estava planejado montar a loja nesse ano, mas com os conhecimentos que tive e muita coragem, resolvi antecipar e, para minha surpresa, consegui collabs, como a marca autoral infantil O Rato Roeu, que está dentro da loja”, comenta. Luciana, além de participar ativamente de projetos sociais voltados para mulher, produz acessórios com reaproveitamento de tecidos.
O próximo passo, segundo ela, é trabalhar a sustentabilidade na busca de tecidos que façam a diferença e que contem uma história, porque, para a estilista, a moda é um aconchego. “Trabalho há 30 anos com moda e sempre reutilizei tecidos. Fico cada dia mais feliz quando vejo que essa pauta da sustentabilidade está realmente conscientizando as pessoas, que estão em busca de ações para viabilizar essa questão. Aqui posso trabalhar sem tantas barreiras, com tecidos reciclados. Nós fazemos brincos, colares, pulseiras, almofadas, bolsas. A gente não pode descartar, desconsiderar ou ser mais um mercado que só quer vender. É uma proposta difícil, mas que seguimos desde o início da marca”, enfatiza.
Ao avaliar a moda autoral, que é bem mais manual do que as fast fashion (produção em escala), Luciana diz ser prazeroso ver pessoas conscientes usando as peças que produziu e que, por trás de cada elemento, tem uma história, um conceito, um porquê, as emoções tornam-se completas. “Ao final, a moda é sempre mais do que vestir uma roupa. É comunicar um conceito, uma visão de mundo, uma consciência. E a moda autoral participa da vida das pessoas, no social, na economia, na política, e o resultado é um pacote completo”, comemora.
Sapatos coloridos – Gleicy Borges, proprietária da GB, uma loja on-line de sapatos femininos, também participou do Programa de Aceleração de Moda Autoral e do Amarê Fashion – Semana da Moda Goiana. Para ela tudo foi válido, porque serviu como aprendizado e para obter conhecimento que, no dia a dia de quem trabalha com moda autoral, é muito difícil.
“Foi um curso importante em que cada uma das empresas que participaram trabalharam com muita dedicação para o coletivo, que se concretizou no Amarê. Eu já conhecia o evento como visitante nas duas primeiras edições e na terceira estava eu ali, compondo looks da Luciana Brandão e do desfile em conjunto com todos que participaram da Aceleração. Ouvir os aplausos foi uma sensação única”, lembra Gleicy. Para ela foi um dos momentos mais especiais ver o resultado de sua produção em destaque numa passarela do Amarê, que tem se tornado cada dia mais potente e reconhecido nacionalmente.
A GB participou também como expositora no evento e a proprietária conta que conseguiu apresentar o trabalho, que tem foco em peças coloridas. “A GB é uma marca pequena, em crescimento, e ter a oportunidade de participar do curso e do evento já trouxe bons resultados, parcerias e esperança de poder crescer”, avalia.
Para ela, ter ao lado o Sebrae Goiás é como ter uma rede de apoio no empreendedorismo, porque segundo ela, a instituição dá todo o suporte necessário, com cursos e capacitações, e a equipe toda envolvida motivou todos os participantes. “Porque empreender no autoral é muito solitário e em muitas ocasiões vem a vontade de desistir, mas no outro dia volta a força que é necessária para a gente continuar e fazer o negócio dar certo”, explica.
Da moda para pets para a moda autoral feminina – A história de empreendedorismo de Marina Freire começou por volta de 2012, quando ela e a mãe vendiam roupa para pets em uma feira da capital goiana. A mãe costurava os modelos e as duas trabalhavam nas vendas. De lá para cá, a moda sempre esteve presente. Em 2020 Marina tentou abrir uma loja do tipo magazine, na qual revenderiam um pouco de cada artigo para moda feminina, desde lingeries, pijamas e roupas femininas. Marina e a mãe chegaram a olhar o ponto para a loja física e a comprar algumas mercadorias. Mas veio a pandemia, que impediu que a meta fosse adiante.
“A gente simplesmente não conseguiu. Tentamos vender on line, mas não era tão comum e eu não sabia muito de técnicas de marketing digital, estratégia de marketing e resolvemos dar uma pausa”, relembra Marina. Em 2021 abriram uma loja em um shopping da Região da 44, mas ainda não era o que Marina queria. Então em 2022 ela abriu uma loja, que funciona em um dos bairros mais valorizados de Goiânia, no Jardim Goiás. O propósito, que era criar e produzir as peças, se concretizou. A estilista já criou várias coleções e a marca Marina Freire completa três anos em 2024.
“Conheci o Sebrae quando começamos a empreender, quando abrimos a loja física. Participei de palestras, cursos, consultorias gratuitas e o conhecimento que adquiri me agregou muito, tanto como pessoa quanto como empreendedora. Com o Programa de Aceleração eu digo que comecei a aprender do zero”, ressalta. A estilista conta que aprendeu como se faz uma coleção, análise do negócio, a gestão da empresa como um todo, sobre marca e todas as áreas de moda autoral.
O desafio agora é gerir uma loja que cresceu dos cinco para os 35 metros quadrados, que construíram aos poucos. O amor pela moda autoral é tamanho que Marina decidiu deixar por um tempo o curso de arquitetura para investir toda sua energia na moda. “São áreas diferentes, mas que possuem a criatividade como ponto em comum. Desde criança eu gostava de moda, mas naquela época não era visto como profissão, não era um trabalho valorizado. A sociedade em geral induzia os alunos do Ensino Médio a fazerem cursos como medicina, direito, engenharia”, comenta.
Conceitualmente, Marina define a moda que produz 100% feminina, com toques e cores delicadas, com algumas peças mais ousadas, outras mais chiques e ainda as descoladas. “Pode ser uma peça básica que vai ter um toque diferente, ou uma regata básica, mas possui fitinhas e laços que já transformam a peça”, explica. A calça jeans com um par de cerejas distribuídas aleatoriamente na parte da frente é um traço conhecido da estilista. A calça preta com diversos laços também, assim como os vestidos de franja, de lantejoulas e diversas outras peças.
Em todo o processo da marca, a mãe de Marina sempre esteve muito presente, como incentivadora, apoiadora e nos bastidores também. Na modelagem e costura das roupas, a estilista conta com o trabalho da sogra. “Modéstia à parte, nós valorizamos muito a modelagem, priorizamos o processo de confecção. Nós fazemos um piloto de uma peça e, se necessário, vamos fazendo os ajustes até que o caimento fique perfeito”, enfatiza.
Em um mundo quase repleto de moda fast fashion, o autoral para a estilista é muito importante, porque traz mais intensidade, personalização e é uma peça que foi pensada nos mínimos detalhes, até mesmo no descarte do tecido e na sustentabilidade. “A moda autoral é autêntica, fala um pouco de quem veste e ainda traz um quentinho no coração ao imaginar que boa parte foi feita pela mãe de alguém que é apaixonada pelo que faz”, conta.
Para quem trabalha com moda, Marina sugere que busquem o Sebrae Goiás, que possui diversos caminhos para facilitar o empreendedorismo nesse segmento. “Procurem o Sebrae porque é uma instituição super parceira, é fonte de conhecimento e ainda nos ensina e apoia a ter acesso a mercado, com as missões técnicas, eventos como o Amarê e muitas outras oportunidades”, frisa.
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463 | Kalyne Menezes – (62) 99887-4106
Na Regional Central | Goiânia: Agência Entremeios Comunicação / Adrianne Vitoreli – (62) 98144-2178
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