
O primeiro dia de programação do maior evento de empreendedorismo de Goiás, o “Delas – Mulher de Negócios”, encerrou com a apresentação do estudo Perfil da Empreendedora Goiana pela reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira de Lima. O resultado da pesquisa, lançado em março pelo Sebrae Goiás e pelo Laboratório de Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação (Lapei/FACE) da UFG), analisou o perfil de mulheres que desenvolvem seus negócios em casa e revelou que, no estado, há 353 mil empreendedoras e quatro em cada dez empreendem em suas residências.
Angelita destacou que o estudo é, que é realizado continuamente, tem como objetivo identificar detalhes na rotina dessas mulheres e temas que possam embasar ações e iniciativas para apoiar as empreendedoras goianas. “Empreender é sempre um desafio para as mulheres todos os dias, e essa pesquisa é para entender quem são essas mulheres que movimentam a economia no Estado”, enfatizou.
A reitora reforçou ainda que “na medida em que vamos apresentando dados, depoimentos de mulheres tornam público seus desafios, ideias, demandas que resolvem seus problemas, vamos contribuindo para políticas públicas e iniciativas”, com objetivo de desenvolver a economia goiana movimentada pelas mulheres, mas também de tirar esse grupo da invisibilidade. Em Goiás, “353 mil mulheres são empreendedoras, num universo de 7 milhões de pessoas que residem no estado. Isso significa que cerca de 10% da população são mulheres empreendedoras, e ganham menos da metade do rendimento dos homens quando eles fazem o mesmo trabalho que elas”, ressaltou Angelita.
Angelita discorreu ainda sobre realidades sociais e contextos que levam as mulheres a empreenderem em casa, como o cuidado com os filhos e as rotinas domésticas. Além disso, referenciando o estudo, a reitora destacou que a renda mensal delas é de R$ 1.755, sendo que os homens, quando fazem o mesmo trabalho, possuem renda média de R$ 3.412 – 108% a mais do valor alcançado pelas empreendedoras.
Por fim, Angelita enfatizou a importância do registro histórico para que instituições como a UFG, o Sebrae, o poder público e outras iniciativas possam propor ações e projetos para reduzir as desigualdades, dar mais apoio e condições adequadas para as mulheres que empreendem e continuar fomentando o empreendedorismo, que é a base de sustentação de muitas famílias.
Perfil da Empreendedora Goiana
O levantamento apurou que as mulheres empreendedoras têm idade média de 42 anos, sendo que 50% se autodeclaram pardas, 45% possuem até ensino médio e 35% concluíram o nível superior. Ainda segundo o estudo, a renda média das empreendedoras é de R$ 2.754 mensais, enquanto homens na mesma condição recebem R$ 4.361. Ou seja, o rendimento médio deles é 58% superior ao das mulheres.
O comércio varejista é a atividade econômica com maior percentual de atuação entre as empreendedoras, 27%. Nesse segmento, as áreas que registram maior volume de mulheres são: venda de produtos alimentícios, artigos de vestuário e calçados, além de comércio ambulante e feiras. Em seguida, vêm os serviços pessoais, que representam 20%, com destaque para cabeleireira, manicure, pedicure e outras atividades de tratamento de beleza. Em terceiro lugar, estão os empreendimentos voltados à confecção de artigos de vestuário e acessórios, com 12%.
Em relação à formalização, apenas 39% das empreendedoras possuem CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica). Desde 2021, a proporção de empresas abertas por mulheres registrou redução de três pontos percentuais, passando de 44% naquele ano, para 41% em 2024, número que se estabilizou nos últimos dois anos. Enquanto isso, a participação de homens na abertura de empresas chega a 59%.
O estudo apontou que, do total de mulheres empreendedoras mais de 140 mil têm seu pequeno negócio em casa, o que corresponde a 40% do total. Diante dessa realidade, conforme observa a analista da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Goiás Polyanna Marques Cardoso, elas utilizam o espaço residencial para produzir e comercializar seus produtos ou serviços.
Entre os motivos para empreender em casa, estão: redução de custos; otimização do tempo, possibilidade de conciliar trabalho e família; facilidade proporcionada pelo modelo de negócio digital; e possibilidade de experimentar um novo produto ou serviço com riscos reduzidos.
O rendimento mensal médio das mulheres que empreendem em casa é de R$ 1.755, valor inferior ao das empreendedoras que atuam fora, que têm rendimento de R$ 3.412. Apenas 18% das que trabalham em casa possuem CNPJ, enquanto, entre as que atuam fora, a formalidade é de 53%.
Ao empreender na própria residência, as mulheres enfrentam desafios como a dificuldade de separar as despesas pessoais das do negócio, definir corretamente os preços dos produtos, conciliar o trabalho com a rotina doméstica e familiar, além das limitações ou improvisos na infraestrutura.
O estudo detalha como as empreendedoras podem enfrentar tais desafios e cita instituições que oferecem apoio, orientação, capacitação, mentorias e redes de contato que podem auxiliar na profissionalização e no crescimento dos negócios conduzidos por mulheres. E o Sebrae é uma dessas instituições, com iniciativas como o Programa Delas, específico para estimular o empreendedorismo por mulheres, gerar negócios e transformar realidades. O programa oferece orientações, cursos, eventos, consultorias, mentorias, ferramentas e soluções específicas para os desafios enfrentados por empreendedoras.
Leia o estudo completo clicando aqui.
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*Com informações de Izabela Carvalho.
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