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Desafios e otimismo

Pesquisa ‘Pulso dos Pequenos Negócios’, do Sebrae, mostra perda de faturamento, mas também otimismo com o ano de 2023
Por Antônio Carlos de Souza Lima Neto*
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O diretor superintendente Antônio Carlos de Souza Lima Neto (Foto Edmar Wellington)

O Sebrae, parceiro das micro e pequenas empresas, sabe da força desses empreendimentos em nosso estado. Os registros apontam que entramos em 2023 com um universo de 802 mil pequenos negócios e 152 mil propriedades rurais. Se por um lado isso mostra o potencial de geração de emprego e renda desse segmento do empresariado, por outro há alguns problemas que precisam ser enfrentados.

A segunda edição do “Pulso dos Pequenos Negócios”, realizado pelo Sebrae Nacional de 23 a 31 de janeiro em todo o país, pesquisou 223 empresas em Goiás. O mais preocupante é que houve aumento da proporção de pequenos negócios que tiveram redução no faturamento. Na primeira edição, 25% haviam tido redução no faturamento com relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto nesta segunda edição esse percentual aumentou para 41%. Para quem teve aumento, o faturamento cresceu em média 47%, mas para quem teve queda, o faturamento foi reduzido em 41% em média.

Este é um quadro que acende um alerta, pois demonstra que é preciso que busquemos ações coordenadas. Da parte do empreendedor, é preciso pensar em como baratear custos cada vez mais para manter a clientela e o negócio rentável. Inovações tecnológicas e novas formas de pensar os processos podem ajudar. Pela parte pública, é preciso que instituições e sociedade organizada se unam e cobrem cada vez mais a desoneração das empresas e do consumo e controle da inflação, garantindo equilíbrio das contas públicas para permitir a redução das taxas de juros.

Outro percentual que requer atenção refere-se ao índice decrescente de empresários que realizaram investimento nos últimos três meses, que caiu de 55% para 46% em relação à medição anterior. O endividamento das empresas também inspira cuidados, embora pareça estar sob controle. Na pesquisa, 41% disseram ter dívidas/empréstimos e que estavam em dia, e 23% diziam estar em atraso, ficando no mesmo patamar do levantamento anterior.

Pontos positivos são a parte de vendas on-line (comércio eletrônico) e a transformação digital das empresas. Dentre os entrevistados, 72% disseram que vendem seus produtos e serviços via internet, redes sociais ou por aplicativos. Outra boa notícia é que há um otimismo entre a classe: 66% acham que 2023 será melhor que 2022, contra somente 22% que acham que será pior. E 57% acham que para melhorar é preciso ter mais clientes, enquanto 11% acham que a melhoria chegará com melhor acesso a crédito.

Por fim, a mensagem do empresariado goiano é a seguinte: quando perguntados sobre quais devem ser as maiores preocupações do governo, 46% citaram o estímulo ao crescimento econômico, 22% o controle da inflação, 20% o combate à corrupção e 9% o corte de gastos.

Como apoio das micro e pequenas empresas, o Sebrae reforça sua atuação em Goiás ao lado de parceiros, oferecendo serviços de qualidade, com agilidade e equipe pronta para atuar nos 246 municípios goianos, buscando melhorias constantes para o ambiente dos pequenos negócios.

* Antônio Carlos de Souza Lima Neto é Diretor Superintendente do Sebrae Goiás

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