
Quando se fala em produção de hortaliças e verduras, a primeira imagem que pode surgir na cabeça das pessoas é de uma fazenda, sítio ou chácara. Mas em Porangatu, cidade localizada no Norte de Goiás, um comportamento diferenciado tem remodelado essa compreensão a respeito do setor da horticultura, uma vez que grandes plantações têm sido construídas dentro da cidade.
O Sebrae, inclusive, possui ferramentas que podem auxiliar os produtores a conseguirem os seus objetivos de crescimento. O analista técnico Ewerton Filho, da Regional Norte, destaca que a instituição oferece um portfólio completo de soluções para apoiar horticultores no fortalecimento e crescimento de seus negócios. Essas soluções abrangem inovação, sustentabilidade, gestão e marketing, com o objetivo de impulsionar o setor de hortifruti e o desenvolvimento da agricultura goiana.
Entre as iniciativas estão programas como o ALI Rural, que promove inovação e sustentabilidade com acompanhamento especializado; o Sebrae em Campo, que leva consultorias diretamente às propriedades rurais; e consultorias específicas de tecnologia e inovação, inclusive certificação de produtos orgânicos, georreferenciamento, branding e sistemas sustentáveis. Além disso, existem consultorias voltadas para a gestão estratégica, financeira, de pessoas e de marketing, que proporcionam visão profissional ao negócio.
“Essas ações visam aumentar o faturamento, reduzir custos e abrir novos mercados, garantindo que os produtores tenham acesso às melhores práticas e ferramentas para competir com sucesso”, afirma o analista.

Produção de hortaliças em Porangatu
A produção abastece supermercados, mercearias, panificadoras, restaurantes, Pit Dogs e outros estabelecimentos comerciais da cidade. Além disso, muitos consumidores preferem adquirir os produtos diretamente das hortaliças. É o caso da professora aposentada Márcia Martins de Farias, que faz questão de comprar hortaliças frescas diretamente dos produtores. “Nada como escolher os pés de alface, o molho de cheiro-verde e outras folhas fresquinhas. É mais saudável e saboroso e aqui a gente tem a certeza de conseguir também as hortaliças limpinhas que faz gosto”, diz.
Um dos exemplos do sucesso do setor é dos sócios Lourival Monteiro e Adair Luiz da Silva, há 12 anos. Inicialmente, o cultivo seguia o modelo tradicional, mas com o tempo os sócios decidiram adotar a hidroponia, uma técnica mais moderna que utiliza água enriquecida com nutrientes em vez do solo. A mudança trouxe avanços e atualmente, além dos dois fundadores do negócio, a hortaliça emprega mais três colaboradores, o que demonstra o impacto positivo na geração de empregos e na sustentabilidade.
A especialidade dos sócios é a produção de alface, com mais de 20 mil pés cultivados mensalmente, mas o local também oferece pelo menos outras nove variedades de hortaliças. Com faturamento anual superior a R$ 500 mil, cada sócio obtém um lucro médio acima de quatro salários mínimos por mês. Lourival, que também é primo de Adair, destaca o orgulho em ver o negócio prosperar. “Nós tivemos essa ideia porque sempre estivemos envolvidos com as plantações e percebemos que construindo a hortaliça dentro da cidade a gente iria diminuir os gastos com o negócio. É gratificante perceber que nossa dedicação não só sustenta nossas famílias, mas também contribui para a alimentação saudável dos moradores de Porangatu. Muitos deles veem comprar as verduras aqui na porta” disse o horticultor.
Manoel Ferreira de Magalhães, aposentado de 66 anos, planta no sistema convencional. Ele bem que gostaria de produzir mais, porém não tem terreno suficiente para ampliar a hortaliça que cultiva em casa. Porém, a plantação que ele mantém há cerca de quatro anos é suficiente para complementar a renda dele e da esposa. O aposentado disse que tira livre cerca de R$ 2 mil reais por mês. A comercialização dos produtos acontece nas duas feiras livres da cidade.

Profissionais e produtores
O crescimento da horticultura na cidade de Porangatu reflete um movimento positivo tanto para a economia local quanto para os hábitos alimentares da população. Com demanda crescente e consumidores que valorizam cada vez mais produtos frescos e de qualidade, o setor tem tudo para avançar. Isso porque outras pessoas seguem o exemplo dos pioneiros, até profissionais que têm especialidades para atuar em outras áreas.
Este é o caso da bióloga Thayse Carvalho de Souza Faria e do agrônomo Eduardo Mendonça de Faria, que também viram na horticultura orgânica uma grande oportunidade de aumentar a renda da família. A hortaliça “Só Orgânicos” começou a funcionar há menos de um mês, mas o negócio está dando tão certo que eles estão em busca de um selo de qualidade para a produção.
“A gente sempre pensou em um projeto voltado para a cidade e alguns anos atrás eu tive a ideia de começar a plantar algo que tivesses viabilidade. Nós temos uma chácara perto da rua, só que é difícil conseguir mão de obra lá. Então decidimos construir uma horta urbana, mas algo que fosse estruturado dentro de um conceito diferente”, conta Thayse. A produtora explica que em Porangatu já existem diversos tipos de hortas, algumas no sistema de hidroponia e no manejo convencional, à base de adubos químicos. “Fizemos então um curso de hortas urbanas à base de manejo orgânico e agora vamos dar entrada no pedido deste selo orgânico, o que acreditamos que deve sair em aproximadamente um ano”, explica.

Thayse listou 12 espécies de hortaliças produzidas no pequeno terreno à margem da Rua do Ribeirão, no Setor Nossa Senhora da Piedade. E assim como o Lourival, ela e Eduardo vendem parte da produção ali mesmo na propriedade e também atendem estabelecimentos comerciais da cidade.
“Nós escolhemos nesse primeiro momento hortaliças de produção rápida, que são as foliosas. Já a forma de manejo que a gente usa é completamente orgânica, na qual a adubação é feita com esterco de galinha, cama de frango, compostagens”, diz a produtora. Thayse explica ainda que todo o controle contra pragas também é biológico. “Os produtos possuem certificação biológica e não usamos nenhuma substância química. É um produto de alta qualidade para atender com excelência a população: este é o nosso conceito”.
O negócio da Thayse e do Eduardo é mantido basicamente por membros da família. Apenas quando o serviço aumenta eles recorrem à contratação de mão de obra no sistema diarista. A expectativa é atingir nos próximos dias a faixa de seiscentos pés de alface semanalmente. Com isso, a produtora espera aumentar a oferta de todas as espécies.
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Na sede do Sebrae: Taissa Gracik – (62) 99887-5463 | Kalyne Menezes – (62) 99887-4106
Na Regional Norte | Porangatu: Agência Entremeios Comunicação / Pedro Gomes – (62) 99342-8991
Acesse aqui a Vitrine do Sebrae Goiás.
Siga-nos em nossas redes sociais: Instagram, Facebook, YouTube e LinkedIn