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Durante o segundo e último dia da quarta edição da Expo Turismo 2024, sediada no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, o Sebrae Goiás continuou a enfatizar a Rota dos Pireneus em seu estande. O evento ofereceu aos visitantes experiências de degustação que refletem a rica diversidade de sabores daquela região. Na sexta-feira (05), a gestora estadual de Turismo do Sebrae, Priscila Vilarinho, explicou que o intuito foi colocar em prática um exercício entre os empresários e os visitantes para que esses pudessem entender qual a potencialidade desse público que vem à Expo Turismo para gerar maior fluxo turístico à rota. “A estratégia é de posicionar as rotas turísticas que estruturamos junto com os pequenos negócios e os parceiros, que são as prefeituras de Corumbá de Goiás, Cocalzinho de Goiás e Pirenópolis”, assinalou.
Na arena-show montada no estande do Sebrae, produtores de queijos e vinho compartilharam as histórias de seus empreendimentos e o diferencial de cada propriedade e interagiram com o público. A proposta foi compartilhar as particularidades de cada um e proporcionar experiências degustativas. Como resultado, os produtos da região, pela qualidade que possuem, conquistaram o paladar dos visitantes.
Priscila destacou que a estratégia visa atrair mais visitantes para a Rota dos Pireneus, incentivando o uso de redes sociais e canais de comercialização. “Queremos que as pessoas vivenciem essa experiência turística, apreciando um bom vinho e queijo goiano. É fantástico a gente ter um produto tão especial em Goiás. Muitas pessoas ainda desconhecem. Pensam que enoturismo só se consegue fazer no Sul ou em outros países”, disse. Ela ressaltou que o estado possui terroir privilegiado, em especial, na Serra dos Pireneus, o que permite essa produção de qualidade, tanto dos vinhos quanto dos queijos, e agora também com as experiências turísticas.
O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, prestigiou o evento, enfatizando a importância da feira para a promoção do estado. “É importantíssimo termos nosso posicionamento, forma de comunicação, e a feira retrata muito bem isso. O primeiro dia foi um sucesso. A gente fez muitas conexões. São quatro anos de feira. A tendência é crescer. Importante é o Sistema S, o terceiro setor, estar nos apoiando sempre”, afirmou.
Por sua vez, Camila Moreira, gerente de Atendimento e Desenvolvimento Regional do Sebrae Goiás, ressaltou a satisfação de participar da feira. “Nos possibilita apresentar as rotas no nosso interior. A gente pode mostrar a todo mundo como funciona a sistemática das rotas, a importância que o Sebrae dá para os pequenos negócios e o desenvolvimento deles nessas rotas. Para nós, é muito importante estar aqui e promover esses negócios. E a cada dia participar mais, trazendo o protagonismo para nosso empresário goiano”, disse.
Sonea Stival, integrante da equipe técnica da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa, também prestigiou o estande do Sebrae. Na avaliação da especialista, a Expo turismo é um encontro de negócios de Goiás, do Brasil e até do mundo. “Estou vendo um destaque muito grande para a gastronomia, que é um dos elementos alavancadores do turismo. A gente tem a oportunidade de ver a exposição de muitos produtos goianos. Tem muita coisa presente. Muita coisa bem elaborada, que nos encanta muito”, afirmou. Para Sonea, a oferta de produtos prontos nas rotas de Goiás é de fundamental importância. “A Rota dos Pireneus transformou seu potencial em produto, formatou, precificou e roteirizou, e hoje está no mercado”, ressaltou. Ela avaliou ainda que o turista quer saber aonde vai, o que vai encontrar e comprar e quanto vai custar. “A Rota dos Pireneus traz tudo isso para o visitante, com atrações espetaculares. Muita coisa gostosa, muito vinho, muito queijo, salumeria e muitas outras coisas”, complementou.
Ao proporcionar aos visitantes experiências de valor sobre harmonização de vinhos, a presidente da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS/GO), Letticiae Bittencourt, ressaltou que “é uma oportunidade muito bacana para que as pessoas vejam que harmonização não é uma coisa complicada, que a gente pode fazer com nossos vinhos locais, com vinhos nacionais, com as comidas e pratos locais, usar ingredientes que temos em casa”. Letticiae prosseguiu ao ressaltar que, junto com a chef Patrícia Garcia, pôde mostrar às pessoas presentes que a gastronomia, a comida e o vinho podem ser mais do que simplesmente comer e beber. “A gente pode sempre ter uma experiência melhor quando seleciona bem o que vamos comer e qual vinho vai harmonizar. A chef fez um prato muito legal. Acho que a experiência agradou todo mundo”, finalizou.
Já a chef Patrícia salientou ter sido uma experiência única. “É muito bom ver tanta coisa boa, tanto produto bom, e estar com a Letticiae, que é uma referência do vinho em Goiás, e poder fazer uma harmonização não convencional. Falar para a turma sobre o umami, que é um sabor que está presente na nossa vida e que a gente, muitas vezes, nem nome sabe que tem, é incrível. O Sebrae sempre consegue unir esse conhecimento, o que está acontecendo no mundo com o público comum. Isso é muito importante para a gastronomia”, frisou.
Clara Gaehwiler, da Casa do Suíço, que já carrega premiações de reconhecimento internacional, ressaltou que participar da Expo Turismo é fundamental para promover a região da Rota dos Pireneus. “Aqui tem muita gente, de vários locais, e isso dá uma visibilidade muito grande, é um portal de entrada e comunicação”, garantiu. A gente está no estande com o Sebrae para promover a rota, com todos os produtores. “Estamos fazendo as palestras, com rodada de degustação, para mostrar ao público o que a gente tem na região”, assinalou. A empresária, que costuma representar o pai, o suíço Stephan Gaehwiler, idealizador e produtor dos queijos reconhecidos, compartilhou um pouco da história, na qual o primeiro queijo de qualidade internacional foi criado para “matar” a saudade dos queijos suíços.
Clara também falou da premiação do queijo brie, produzido na Fazenda Pica-pau, propriedade da família, no município de Cocalzinho. “A gente participou do mundial do queijo, em São Paulo, no mês de abril. Entre mais de 1,8 mil queijos degustados de dez países diferentes, conseguimos medalhas para nossos queijos, a exemplo do Stephan, que com um ano de maturação recebeu medalha super ouro, que é a mais alta categoria. E no queijo alpino, do tipo raclette, de dois meses de maturação, recebemos medalha de ouro. Ficamos muito bem colocados”, comemorou. Com empatia, Clara explicou que o pai foi o primeiro a se dedicar à produção de queijos especiais em Goiás. Entretanto, ressalta que a produção no estado está crescendo, além de afirmar que cada produtor tem sua peculiaridade de produtos. “Também tem outros produzindo e recebendo medalhas, a exemplo dos produtores de queijo da Serra do Bálsamo, que são famosos. Está crescendo um Goiás queijeiro”, avaliou.
Durante a apresentação dos queijos especiais, Clara preparou minuciosamente cada detalhe. Flores que se assemelham às do ipê, retiradas da peça de queijo no girolle, dispostas em uma tábua, foram distribuídas ao público. Para a empresária, é uma forma de apreciar melhor o produto, que pode ser acompanhado com mel ou geleia de cagaita (fruto do cerrado), produção do irmão. “Cortes diferentes e o acompanhamento proporcionam uma experiência diferenciada ao paladar”, garantiu.
Inácio Ferreira Gomes, da queijaria Pé da Serra, comemorou a oportunidade de apresentar a produção elaborada por ele, com queijos diferenciados, produzidos com técnicas próprias, realizadas e idealizadas por ele, a exemplo do tradicional queijo de tranças defumado. “Esse espaço é excelente para o pequeno produtor expor seu produto, já que muitas vezes não tem oportunidade. Aqui é um espaço onde está o pequeno e o grande”, afirmou. Para Inácio, o importante não é quantidade, mas o diferencial de seus produtos, a partir de produção artesanal em pequena escala. “A gente se preocupa com a qualidade”, ressaltou.
Pedro Sicari, da Queijaria Bottega Agrícola, é outro que tem na origem europeia a inspiração para seus queijos e salumeria. Para ele, a empresa é a realização de um sonho com o resgate da história da família, e a força da empresa começa pela união da família. “Estamos todos no mesmo barco, com um objetivo em comum. Todo mundo tem muita paixão por isso, por conta da nossa descendência italiana que traz a gastronomia, o alimento, muito a sério”, ressalta. Outro ponto positivo para Pedro é a dedicação e amor, que trazem como resultado uma ricota de sabor e cremosidade inconfundíveis, além da burrata, que prima pela qualidade da matéria-prima, que também leva muito a sério a sustentabilidade na produção. Sem desperdícios, a propriedade mantém criação própria de suínos, que recebem alimentação diferenciada, a partir de bagaço das uvas, adquiridas dos produtores de vinho, além do soro, advindo da produção dos queijos. O resultado são embutidos de carne suína com um preparo peculiar e saboroso.
O fato de gostar da vida no campo e de ter feito a opção por ter vida rural também são ingredientes fundamentais para os produtos que oferecem aos consumidores. “A gente adora os animais, a terra, as plantas. Esse contexto rural em que estamos imersos nos dá muito prazer, nos traz muita paz”, salientou. “Quando saímos de Milão, estávamos saturados de metrópole, de barulho, e não podíamos vir para outro lugar a não ser Goiás, que é nossa terra natal, e a gente escolheu a região porque é muito bela, com altitude muito boa”, concluiu. Mauro Sicari, que é pai de Pedro, disse que estar na feira representava uma oportunidade que devia ser acolhida. “A gente viu aqui, o público interagindo com a gente. É um modo de mostrarmos a cara, de divulgar nosso trabalho. É excepcional, maravilhoso”, ressaltou.
Guilherme Dias de Paula, da Vinícola Assunção, afirmou que a oportunidade de apresentar o vinho que produz ao público da feira é importante. “É a forma que a gente tem para mostrar para o Brasil inteiro um pouco do trabalho que a gente pode oferecer na região da Serra dos Pireneus, que é uma região muito rica, e as pessoas sempre associam nosso trabalho com as cachoeiras e com o ecoturismo. Mas a nossa região vai muito além disso. Trabalhamos com a produção de queijos e vinhos, tão fenomenais”, disse. O empresário comemorou o fato de a qualidade dos vinhos da serra estarem conquistando espaço. “Recentemente, tivemos uma feira importante, a Wine Jazz de Piri, onde uma autoridade nacional veio avaliar nossos vinhos e comprovou, mais uma vez, o potencial da nossa produção”, salientou. Para ele, as perspectivas são as melhores. “A gente está se preparando para o segundo semestre, que normalmente, após as férias, costuma ser mais tranquilo. E participar dessas feiras é uma vantagem, porque ao trabalhar com agências de turismo, a gente consegue abranger um espaço muito maior, atingir públicos que, sozinhos, com certeza, não conseguiríamos”, ressaltou.
Lauro Jurgeaitis, presidente da Associação Veadeiros, que está envolvida na formatação da Rota Viva Veadeiros, de Saúde e Bem-Estar, prestigiou a Expo Turismo e assinalou a importância dessa vivência ao afirmar que a organização do estande, com produtos de qualidade sendo expostos, leva animação para as possibilidades que poderão ser implantadas na rota sendo criada na Chapada dos Veadeiros, também com suporte do Sebrae. “Pode ser um modelo para nós, em um novo produto, em fase de formatação. Teremos um produto que é voltado às vivências da espiritualidade, da natureza. A gente pode muito bem compor isso com diversas experiências, inclusive gastronômicas”, contou.
Também prestigiaram o evento os secretários de Turismo de Cocalzinho, Sebastião Neto, e de Pirenópolis, Sérgio Rady. A feira reuniu 160 expositores de nove estados e é considerada o maior evento do Centro-Oeste, com estimativa de público de mais de 4 mil pessoas do ramo do turismo, nos dois dias de feira.
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