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Sebrae participa de Encontro Consultivo da Faeg/Senar para ouvir demandas e definir estratégias

Evento abordou trabalho das Comissões Técnicas e discutiu a implementação de uma política agrícola que dê sustentabilidade financeira ao setor
Por Larissa Feitosa, de Goiânia
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Encontro Consultivo do Sistema Faeg/Senar abordou questões relevantes, demandas e trabalho das Comissões Técnicas (Fotos Sistema Faeg/Senar)

Em parceria com o Sebrae Goiás foi realizado, na quinta-feira (2), em Goiânia, o Encontro Consultivo do Sistema Faeg/Senar. O evento teve como objetivo discutir a necessidade de formulação e implementação de uma política agrícola que dê sustentabilidade financeira ao setor produtivo, garantia de mercado interno e forte inserção no mercado internacional. Reuniram-se as 12 Comissões técnicas do segmento agropecuário, sindicalistas rurais de diferentes municípios goianos, representantes do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás (Senar).

O analista de Agronegócio do Sebrae Goiás Antônio Talone Neto explica que, através deste evento, as entidades buscam ouvir as demandas dos produtores rurais para definir um planejamento estratégico geral, que os ajudará a sanar suas maiores dificuldades. Embora este tenha sido o primeiro encontro neste formato, a expectativa é de que seja um trabalho contínuo entre as instituições e as lideranças rurais de Goiás para que os objetivos em comum sigam alinhados.

A abertura foi realizada pelo diretor superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto. Ele cumprimentou todos os presentes, enfatizando a importância do trabalho realizado por cada uma das instituições. “Temos a convicção de que o Sebrae poderá contribuir com o que tiver ao nosso alcance, dentro da nossa proposta, da nossa atuação, com cursos, consultorias em gestão, eventos, palestras, rodadas de negócio e muito mais. Eu referencio aqui a importância que nós enxergamos de ter a liderança de vocês junto à Faeg, no papel determinante do fortalecimento das cadeias produtivas das quais vocês participam e representam no segmento produtivo rural”, afirmou.

O diretor superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, falou sobre as soluções da instituição para o agronegócio

Ele também destacou os convênios realizados pelo Sebrae em parceria com a Faeg e com o Senar, que visam capacitar e desenvolver as propriedades rurais e seus gestores, ampliando as competências empreendedoras individuais e coletivas, desenvolvendo lideranças do meio rural, bem como incentivando a sucessão familiar rural. “Hoje contamos com 705 mil pequenos negócios, com 150 mil produtores rurais. Com oferta de consultorias em gestão, comercialização, empreendedorismo, inovação e tecnologia para os produtores rurais, ambos os convênios propiciam conhecimentos, habilidades e comportamento adequados à nova realidade da empresa rural, para que estes possam conduzir suas atividades rurais de forma assertiva e lucrativa. Nosso objetivo é chegar a 800 mil negócios esse ano”, enfatizou.

Setor estratégico

Na sequência, discursou o presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae Goiás e também da Federação da Agricultura no Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner. Em sua fala, ele enfatizou a necessidade urgente de se organizar um grupo forte para formar massa crítica entre os políticos, para que eles enxerguem a agropecuária como setor estratégico ao desenvolvimento nacional e atuem favoravelmente às causas do setor.

“O segmento agropecuário não pode mais ser visto apenas como âncora econômica, fornecedora de alimento, e sim, como setor estratégico para o desenvolvimento do país. É preciso conciliar os interesses do setor com os interesses da sociedade, e transformar questões agrícolas em questões políticas”, disse.

Schreiner também destacou que a sociedade ainda nutre certos preconceitos com o agronegócio, como os de que o setor não cumpre as leis trabalhistas, degrada o meio ambiente e é contra a reforma agrária. “Na realidade, agricultura e pecuária são sinônimos de segurança nacional e alimentar, oferecem estabilidade social e econômica e é um segmento gerador de emprego e renda para as famílias e divisas para o país”, afirmou.

O presidente finalizou dizendo que os resultados a serem alcançados pela agropecuária brasileira dependem diretamente da capacidade de mobilização e organização dos produtores. “Precisamos de líderes que exerçam seus talentos com competência, trabalhem com paixão e empreendedorismo. Que busquem uma sólida formação técnica e humanística para que possam problematizar, analisar, interpretar, compreender e propor alternativas aos desafios dos empreendedores rurais e da sociedade”, concluiu.

O presidente do CDE do Sebrae Goiás e da Faeg, José Mário Shreiner, quer atuação política para que setor se torne mais estratégico

Durante o evento, também se apresentaram: pelo Senar Goiás, o superintendente Dirceu Borges, e, pelo Sistema Faeg/Senar, o vice-presidente, Eduardo Veras, que destacou sobre a estrutura do sistema sindical e a importância da representação de classe; o 1º vice-presidente Institucional, Ailton Vilela, que explicou a respeito da atuação sindical; e o 1° vice-presidente Administrativo, Armando Rollemberg, acerca da administração e sustentabilidade; além do presidente do Ifag, Arthur Toledo.

Comissões Técnicas Faeg

O encontro terminou com a fala das 12 Comissões Técnicas da Faeg. São elas: Aquicultura; Assuntos Fundiários e Segurança Nacional; Avicultura e Suinocultura; Agricultura e Política Agrícola; Meio Ambiente; Recursos Hídricos e Irrigação; Pecuária de Leite, Equideocultura, Silvicultura; Empreendedor Jovem Rural (Faeg Jovem); Empreendedores Rurais Familiares (fruticultura, horticultura e pequenos animais); e Produtoras Rurais (Faeg Mulher).

Cada comissão é integrada por produtores rurais sindicalizados e conta com um presidente e três vice-presidentes, nomeados pelo presidente da Faeg. As organizações representam um termômetro das bases do que acontece em cada segmento produtivo e possuem grande capilaridade nas regiões produtoras de seus segmentos específicos no estado.

O presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite, Vinicius Corrêa de Oliveira, relatou que é produtor no município de Orizona há quase dez anos, mas que sua família atua dentro deste segmento desde 1994. Ele diz que a maior luta da categoria é com relação à precificação do leite para que os produtores consigam ter mais previsibilidade de seu lucro.

“Temos várias demandas, a do preço de leite é uma das que lutamos há cinco anos. Incomoda muito a gente entregar o produto sem saber o preço que vai receber. Ninguém trabalha sem saber quanto vai ganhar, só produtor do leite. Enxergamos nesse encontro, nas comissões e nesses programas uma maneira de conseguir resolver esse problema e outros”, explicou Vinicius.

Já a Comissão Técnica das Produtoras Rurais (Faeg Mulher) busca maior destaque para o trabalho das mulheres dentro do agronegócio. A 1ª vice-presidente, Eliene Ferreira da Silva, afirma que o trabalho feminino sempre esteve presente no segmento, mas que nunca ganhou destaque.

“Nós temos que expor mais o que a gente faz, para influenciar mais mulheres. Muitas vezes elas ficam escondidas por terem vergonha de encarar esses desafios, mas elas sempre estiveram lá trabalhando ocultas”, disse.

Informações para a imprensa:

Na sede do Sebrae: Adriana Lima – (62) 3250-2263 / 99456-2491

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