Sebrae Goiás destaca a Rota dos Pireneus na Expo Turismo Goiás

Parceiros na Rota dos Pireneus na Expo Turismo Goiás (Fotos Silvio Simões)

A região se destaca pela produção de uvas, vinhos e queijos de alta qualidade e pelos roteiros que atraem visitantes amantes da natureza

Por Adrianne Vitoreli, de Goiânia

A Rota dos Pireneus – Queijos e Vinhos de Goiás, que engloba a região dos municípios de Pirenópolis, Cocalzinho de Goiás e Corumbá de Goiás, está na prateleira do turismo do estado para o mundo e é tema do estande do Sebrae na quarta edição da Expo Turismo, que acontece nesta quinta e sexta-feira (04 e 05) no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia. A feira possui 160 expositores de nove estados e é considerada o maior evento do setor no Centro-Oeste. A estimativa é de que mais de 4 mil pessoas ligadas ao turismo visitem o evento nesses dois dias.

Arena-show do Sebrae levou produtos e roteiros para o evento

Essa rota é desenvolvida desde 2021, em parceria da Goiás Turismo com as prefeituras dos municípios e empresários, e o Sebrae foi parceiro em sua estruturação. A região se destaca pela produção de uvas, vinhos e queijos de alta qualidade e pelo turismo que atrai visitantes amantes da natureza. Com atrativos como cachoeiras, piscinas naturais, trilhas, fazendas, a Rota dos Pireneus tem se destacado pelo turismo de experiência.

O Diretor Superintendente Antônio Carlos ressaltou a relevância do setor para o empreendedorismo

Durante a cerimônia de abertura oficial da Expo Turismo, o Diretor Superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, disse que a premissa da instituição é identificar as oportunidades e levar apoio às micro e pequenas empresas goianas. “O turismo é um segmento muito forte no nosso estado, e nosso objetivo é mostrar o potencial da Rota dos Pireneus nessa feira que promove o empreendedorismo no setor e possui visitantes de todo país e de grupos estrangeiros”, afirmou.

O estande do Sebrae possui uma arena-show com uma programação nos dois dias que conta com a apresentação das atrações turísticas, atores envolvidos na rota e com degustação dos queijos, vinhos especiais e salumerias. “É uma oportunidade para que as pessoas conheçam a rota e saibam como usufruir dessa região tão maravilhosa na Serra dos Pireneus”, explicou a gestora estadual de Turismo do Sebrae Goiás, Priscila Vilarinho.

A gestora estadual de Turismo, Priscila Vilarinho

O terroir do Cerrado é propício para a produção de uvas europeias. Isso inclui o clima ameno, a altitude, o relevo e a abundância da água. Essas características também são necessárias para a produção dos queijos artesanais. Além dessas, a qualidade do capim que alimenta o gado proporciona um aumento de padrão do leite.

As irmãs empresárias Marcela e Maiara Jacinto da Silva apresentaram a Villa Serra, um empório que foi pensado para levar experiência para os clientes. Para elas, participar da rota é um privilégio porque conseguem mostrar e valorizar a cultura da região, desde a arquitetura até os produtos e serviços que são oferecidos aos turistas. “Fazemos questão de mostrar toda a rica produção da região e fortalecer a economia local, e conseguimos levar uma experiência que vai muito além das compras”, disse Marcela.

As empresárias Maiara e Marcella, da Villa Serra: valorizar a cultura regional

O impacto econômico já é sentido pelos empresários que fazem parte da rota. Sizernandes Rodrigues, turismólogo, guia e assessor da Secretaria de Turismo, proprietário da Cocal Ecotrip, a única empresa oficial e credenciada da região que formata pacotes para a Rota dos Pireneus, contou que antes tinha apenas o município de Pirenópolis como indutor turístico, mas que atualmente agregou outros municípios da região e deu destaque para produtos (queijos e vinhos) que são premiados e referências no mercado. De acordo com ele, a rota está praticamente formatada e que faltam apenas alguns detalhes para finalizar o produto, mas os vinhedos e as queijarias artesanais agregaram valor ao turismo regional.

Sizernandes Rodrigues, da Cocal Ecotrip, especializada em roteiros locais

Sérgio Resende, proprietário do Vinhedo Girassol, em Cocalzinho, próximo do distrito de Girassol, explicou que o plantio de parreiras teve início em 2015 e de lá para cá o foco é a uva Shiraz. “Nós focamos na qualidade do vinho com essa casta de uva, mas já estamos em fase de expansão e vamos iniciar o projeto com três novas castas: Barbera, Cabernet Franc e a Malbec. Atualmente produzimos 15 toneladas de uvas para a produção de 5 mil garrafas por ano do nosso vinho carro-chefe, o Terroir Girassol. Nos próximos três anos o plano é dobrar a produção”, frisou.

Sérgio Resende, proprietário do Vinhedo Girassol: foco em safras de uvas especiais

O Salto Corumbá também foi apresentado na arena-show. O diretor comercial Cleber Evangelista Neres mostrou que o Salto, um destino consagrado até internacionalmente pelas belezas naturais, vai além das sete cachoeiras (uma delas a maior da região com 50 metros de altura) e trilhas. “É uma infraestrutura que atende duas capitais, Goiânia e Brasília, e ano passado registrou 200 mil visitantes”, afirmou.

Cleber Evangelista, do Salto Corumbá, falou sobre a importância do turismo de experiência

O empreendimento conta com 40 hectares destinados ao turismo, atende a eventos corporativos, pedagógicos, promove hospedagem e camping e oferece restaurantes, piscinas aquecidas e um wine bar para valorizar os três hectares de uvas plantadas que produzem suco de uva e vinho, que na primeira safra foi premiado no Festival Wine Jazz. “Depois da pandemia mundial, as pessoas estão dando mais valor às experiências em cada detalhe, com a oportunidade de ter história para contar, vivenciar. Nós, da rota, temos sabores incríveis na enologia e na gastronomia, e é surpreendente o que temos produzido na região”, afirmou.

Juliana de Assis Paiva Moraes, mestre queijeira da Queijaria A Coqueiral, faz parte do grupo de 12 empresários que formam a rota desde o início. Para ela, a rota é um alicerce e atribui ao projeto o desenvolvimento e fortalecimento da marca. A empresa é a primeira do estado a receber o Selo Arte, do Ministério da Agricultura, que é um certificado de identidade e qualidade, que possibilita o comércio nacional de produtos alimentícios elaborados de forma artesanal. Por semana, eles produzem cerca de 200 kg de queijo, e as especialidades são o Queijo Coqueiral, Queijo Tipo Morbier (semimole, macio reconhecido por uma fina camada preta) e Queijo D’Ju Tipo Brie (uma homenagem à mestre queijeira). “Com a rota aprendemos uns com os outros e crescemos juntos, nos inspiramos e todos saem ganhando”, ressaltou.

A mestre queijeira Juliana de Assis Paiva Moraes, da Queijaria A Coqueiral

O gerente da Regional Centro-Leste do Sebrae, Sérgio Monturil, que acompanha a estruturação da Rota dos Pireneus desde 2021, ressalta o papel importante da instituição nesses anos de elaboração do projeto, que ganhou corpo e já está na vitrine do turismo. A partir do diagnóstico do potencial da região, a união dos parceiros, assim como os empresários, o Sebrae apoiou toda a cadeia turística e de produtos para formatarem a Associação Rota dos Pireneus.

“Capacitamos os empreendimentos na parte de gestão, com consultorias de inovação para melhoria e certificação de produtos, no fortalecimento da governança, no branding, com a criação da marca, entre outras ações. E junto com os parceiros, nossa expectativa é que a rota ganhe reconhecimento nacional e internacional”, enfatizou Sérgio.