Agência Sebrae de Notícias

Com a proposta de contrapor o padrão com a criação de roupas que atendam às características individuais de cada mulher que gosta de produtos diferenciados, a empresária da moda Kelly Souza, 31 anos, de Aparecida de Goiânia, vê seu ideal consolidado cada dia mais, com a Cerejeira. A empresa, segundo a empreendedora, nasceu de uma indignação. “Para nós não existe corpo padrão e sim a individualidade de cada uma de nós”, ressalta. A empresária aprimorou seu negócio, começou no online e partiu para a loja física e contou com o Sebrae Goiás nessa empreitada de evolução.

Kelly começou a empreender no ramo da moda em 2021, com revenda de t-shirts, e justifica sua irreverência quando afirma que se sentia fora do padrão imposto pela mídia ou pelas redes sociais, quando o assunto era encontrar roupas com as quais se identificasse. “Sou baixinha e magricela. Foi em meio à dificuldade de encontrar roupas que me vestissem bem e me sentisse realmente confortável que nasceu a Cerejeira”, conta.

Inicialmente ela vendia entre amigas e parentes e pelo WhatsApp peças produzidas em parceria com a mãe e a irmã. “Logo começamos a enviar para outros estados. Com o aumento da demanda, em 2023 iniciamos o nosso e-commerce, sempre pensando em facilitar o atendimento às nossas clientes, que não precisariam esperar foto ou resposta pelo WhatsApp, nem aguardar horário comercial”, pontuou.

Já em um passo além, no final de 2024, decidiram instalar um ponto físico na avenida dos Colonizadores, na Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia. “Passa mais confiança e segurança para novos clientes, que também podem realizar as compras na loja”, afirma.

Com a loja física inaugurada no início de fevereiro, Kelly conta que trabalha pensando em mulheres e na sua realidade e rotina. “A Cerejeira tem como principal missão facilitar a vida das mulheres. Tem o intuito de atender a mulher, mãe, empreendedora, dona de casa, empresária, e todas as nossas mil funções, com uma rotina muitas vezes caótica. Produzimos peças funcionais e versáteis que te deixam pronta para qualquer ocasião, desde um dia de trabalho e reuniões até um date com as amigas ou companheiro”, destaca. A empresária define as criações como peças versáteis e atemporais. “Elas permitem a combinação e criação de vários looks”.

Mas Kelly vai além na apresentação das peças disponíveis para a clientela. “Como amamos um cuidado, não podíamos deixar de fora seu momento de descanso e renovação de energias, que será ainda mais especial com pijamas de toque frio e suave”, afirma.

A importância do Sebrae

A empresária afirma que o Sebrae foi essencial para trazer clareza aos processos da empresa. “E também para o entendimento sobre a parte estratégica de um negócio, desde a compra de um tecido até a entrega da peça pronta, detalhes que determinam o sucesso ou o fracasso de um negócio”, reitera.

Para Kelly, que foi uma das empresárias participantes da Trilha da Moda de 2024, promovida pela Regional Metropolitana do Sebrae, em Aparecida de Goiânia, as consultorias ampliaram e facilitaram a visão sobre o empreendedorismo. “Como empresária, me ajudaram a ver como funciona uma empresa, foi uma experiência única para mim. De forma simples, trouxeram outra perspectiva de como podemos evoluir e melhorar nossos processos”, reconhece.

A gestora da Moda de Aparecida de Goiânia, Renata Lopes, ressalta o quanto a participação de Kelly na Trilha da Moda mostrou-se gratificante. “Em 2024, a loja dela era apenas online, com as vendas feitas pelo WhatsApp e na participação em alguns eventos como a Feira do Empreendedor”, recorda.

Para Renata, os resultados da empresária são o retorno pela dedicação dela nas consultorias individuais e capacitações. “Tudo isso ofereceu a ela o embasamento necessário para montar a sua loja física, inaugurada em 8 de fevereiro. Eu estava lá e fiquei muito feliz por ela. Foi muito gratificante. Tenho certeza de que será um sucesso”, reitera.

Desafios

A empresária admitiu também que o maior desafio foi começar a aplicar as orientações recebidas, seja nas consultorias em grupo ou individuais. “O maior obstáculo, sem dúvida, foi a precificação. Colocar tudo no papel e encontrar o valor justo para o nosso trabalho foi um verdadeiro choque de realidade”.

Entretanto, Kelly pontuou que ser mulher no mercado de trabalho ainda é um desafio. “Como empreendedora, sinto na pele o preconceito e os julgamentos que muitas vezes são impostos”. No entanto, reconhece não poder se deixar abalar. Pelo contrário, destacou a necessidade de permitir que as atitudes e ações falem mais alto do que qualquer palavra. “Não é fácil, mas também não é impossível”.

Para ela, o que realmente não muda são as transformações que acontecem ao redor. “Cada vez mais as mulheres conquistam seu espaço no mundo do empreendedorismo, provam sua competência e se tornam referência de sucesso”, comemora.

Para 2025, Kelly compartilha que a expectativa é aprofundar ainda mais a conexão com o universo feminino nos negócios, continuar na jornada do aprendizado e da inovação, tanto nas nossas abordagens quanto na aplicação de novas tecnologias. “Já pudemos perceber, desde o início do ano, que o que tem se destacado são as empresárias que não têm medo de se expor, que trazem autenticidade para seus negócios e criam uma relação mais humana e próxima com o consumidor”.

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